PCE dos Estados Unidos sobe em 0,3% em dezembro; bolsas sobem
O PCE aumentou em 0,3% ante o mês de novembro
O PCE (Personal Consumption Expenditures — Despesas com Consumo Pessoal em inglês), núcleo da inflação americana que indica os gastos com consumo, avançou em 0,3% em dezembro do ano passado em comparação ao mês anterior.
Os dados foram divulgados pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos nesta sexta-feira (27).
Diante das informações publicadas, as bolsas de valores norte-americanas reverteram a abertura em queda, registrando altas durante o pregão de hoje.
Gastos com consumo avançam
Segundo o órgão dos EUA, o indicador PCE avançou em 0,3 p.p. durante o mês de dezembro do ano passado.
Ainda de acordo com o documento, ao fim de 2022, o medidor apresentou uma alta de 4,4%, quantia que atendeu com as expectativas do mercado financeiro.
Isso, pois o consenso Refinitiv, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos que considera a análise de 700 a 1000 economistas, esperava um aumento anual de 4,4% e 0,3% na perspectiva mensal no PCE.
Para estabelecer a variação do indicador, o Departamento do Comércio desconsidera os itens mais voláteis, como os preços de energia e alimentos.
Caso ambos fossem levados em consideração, a variação positiva seria de 0,1%, ante os dados de novembro, e de 5% na perspectiva anual.
O resultado apresentado no período de 12 meses representa, ainda, uma desaceleração em comparação aos últimos resultados, fator que gerou melhora na perspectiva dos investidores e do mercado financeiro em geral do país.
Isso ocorreu, pois em novembro do ano passado, o PCE, considerando os itens com maior volatilidade, indicou uma alta de 5,5%. Em outubro e setembro, o medidor ficou em, respectivamente, 6,1% e 6,3%.
O medidor indica, ainda, uma redução de 0,7% no preço dos bens, além de uma alta de 0,5 p.p. na precificação dos serviços.
O valor dos itens mais voláteis, desconsiderados para a definição do PCE, também variaram: os preços dos alimentos apresentaram um aumento de 0,2% e os da energia caíram em 5,1%, em média.
Por monitorar a variação de preços em uma área que concentra a maior parte das despesas dos consumidores dos Estados Unidos, este é um dos principais indicadores observados pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, para definir a política monetária a ser estabelecida no país.
Os dados mostram, ainda, a hesitação dos consumidores. Durante o mês de dezembro, os gastos com consumo recuaram em 0,2% em comparação ao número registrado em novembro. A renda pessoal, por sua vez, apresentou o menor ganho desde o mês de abril do ano passado, quando foi registrado, também, um aumento de 0,2%.
Em entrevista à CNN Business, Joe Davis, economista-chefe global da Vanguard, o documento mostra um afrouxamento contínuo.
“Está claro, um progresso contínuo no combate à inflação — isso é algo que já esperávamos, mas muito bom de se ver”.
Wall Street avança
Diante dos dados divulgados pelo Departamento de Comércio, as bolsas de valores norte-americanas apresentaram altas após abrirem em baixa por conta das perspectivas acerca da Intel.
Dessa maneira, o S&P 500, que indica o desempenho das quinhentas principais ações do mercado financeiro do país, somou por volta das 15:10 horas (horário de Brasília) uma alta de 0,36%, aos 4.075,23 pontos.
O Nasdaq Composite, que compila quase todas as ações da Bolsa Nasdaq, apresentou, também por volta das 15:10, uma expansão de 0,90%, atingindo a pontuação de 11.616,05.
Já o Dow Jones Industrial Average, o segundo índice mais antigo do mercado financeiro dos Estados Unidos, por sua vez, somou ao mesmo horário um aumento de 0,27%, aos 34.039,68 pontos.