Bolsa é cassino? Conheça os fundamentos dessa ferramenta e a forma em que ela funciona

A bolsa de valores não é uma casa de apostas como um cassino, e sim uma ferramenta importante para canalizar investimentos que são primordiais para o crescimento e desenvolvimento da economia. 

É simplesmente um mercado que funciona como uma espécie de feira livre extremamente organizada, em que ocorrem a compra e venda das ações. Antigamente, em sua criação, as bolas eram locais físicos onde as pessoas se encontravam para vender suas ações (que também eram papéis físicos).

Ações     

Ações são direitos de propriedade que uma empresa pode emitir. Quem compra uma ação, não está comprando uma aposta no jockey financeiro, mas sim uma fração da propriedade de uma empresa. 

A única ação que é considerada uma “aposta” é a expectativa do futuro daquela empresa e em como a economia do país pode afetar seu desempenho. 

As ações já existem há centenas de anos. A famosa companhia das Índias ocidentais foi uma empresa criada pelo governo holandês para explorar o comércio no novo mundo e foi inteiramente financiada por emissões de ações.

Os investidores trocavam seu capital por uma porcentagem na empresa e, por consequência, nos lucros das empreitadas comerciais para buscar especiarias, metais preciosos ou até mesmo descobrir territórios inexplorados. 

Era uma aposta, não por si própria, mas em um grande empreendimento. E o fato dos investidores comprarem um pedaço da empresa, faz com que eles carreguem o risco do negócio junto com a empresa, alinhando interesses. 

Bolsa de valores

A bolsa de valores do Brasil (B3) é uma das principais empresas de infraestrutura de mercado financeiro do mundo e uma das maiores em valor de mercado, entre as líderes globais do setor .

Toda bolsa de valores funciona como um lugar seguro em que pessoas e empresas podem fazer negócios pela internet. As empresas vendem parte de seu negócio (na forma de ações) e as pessoas interessadas podem comprá-las e vendê-las entre si para obter lucro.

Ela cumpre dois papéis fundamentais. O primeiro deles é informal. Como existem compradores e vendedores em abundância, é possível saber de forma instantânea o quanto valem as principais empresas do país.

O preço é formado a cada segundo, onde milhares de investidores usam toda a informação disponível para tomarem suas decisões. Os investidores também ficam em cima da empresa monitorando todas as ações que a diretoria faz, o que é muito bom, pois traz mais transparência e segurança para todos os investidores. 

Como as informações e expectativas mudam o tempo todo, isso tem reflexo instantâneo nos preços, por isso a variação constante das cotações e a impressão de que tudo é um grande cassino.  

O segundo papel mais importante da bolsa de valores é o fato dela ser um vasto meio de canalização de poupança e investimento. Só existe investimento por parte das empresas que vai gerar mais empregos e lucros, se houver dinheiro disponível para isso.

Portanto, assim como todo mercado financeiro, a bolsa utiliza o dinheiro de milhares de investidores (pessoas comuns, empresas e agentes financeiros) e as transferem para as empresas que estão lançando ações na bolsa.

Em troca, as empresas e seus donos dão um pedaço do negócio por este capital.

No fim das contas, as apostas não são feitas por puro acaso. A bolsa não é um cassino permeado por jogadores compulsivos, mas sim por investidores que apostam não no acaso, mas sim no futuro de empresas, aportando capital na expectativa de capturarem um pedaço dos lucros futuros e, por consequência, na valorização dessas empresas. 

A bolsa atua como um cassino do bem, onde o dinheiro vai para aqueles que precisam dele para expandirem e operarem seus empreendimentos baseado em estudos e análises e, ao mesmo tempo, remunera os investidores que apostam no futuro das empresas.