OTC: conheça o mercado over-the-counter

Referindo-se à um tempo em que as negociações eram realizadas, literalmente, em balcões, o OTC (Over The Counter, em inglês) descreve um ambiente onde ativos não regulamentados são negociados.

Apesar disso da natureza dos ativos transacionados, este é um espaço reconhecido e regularizado pelas autoridades do mercado financeiro do Brasil.

O que é o OTC?

Em português, a expressão significa, literalmente, “Em cima do Balcão”, e faz referência a quando os ativos eram negociados em espaços físicos, sobre balcões.

Apesar de sua denominação relacionar-se com o período antes dos computadores, esse tipo de mercado ainda existe, e é utilizado por investidores para comprar e vender ativos não registrados na Bolsa de Valores brasileira, a B3.

Por isso, diversas classes de ativos financeiros são comercializados dentro do OTC, como valores mobiliários e títulos, debêntures, ações, criptomoedas e cotas de fundos de investimentos, por exemplo.

Essa característica faz com que as operações realizadas dentro do Over The Counter sejam descentralizadas e não envolvam normas ou leis do mercado de ações. Por conta disso, o ambiente assemelha-se ao espaço de Finanças Descentralizadas, o DeFi, onde boa parte dos cripto ativos são negociados.

Assim, o objetivo do Mercado de Balcão é fugir das rígidas normas estabelecidas pela Bolsa de Valores, promovendo diferentes oportunidades de negociação, além de promover a interação direta entre o vendedor e o comprador de um determinado ativo. 

No entanto, para promover segurança aos investidores, esse tipo de mercado segue as regras impostas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Além do Mercado de Bolsa, espaço onde as empresas listadas estão submetidas às normas das Bolsa de Valores e obrigadas a atualizarem suas informações a cada 15 minutos, existem, ainda, dois tipos de Mercado de Balcão:

Tipos de Mercado

Mercado de Balcão organizado

O primeiro deles é conhecido como Mercado de Balcão Organizado, e refere-se a um ambiente utilizado por empresas que buscam se listar na Bolsa de Valores para se adaptar ao mercado de ativos.

Isso porque a negociação dos ativos é parcialmente regulada. Dessa maneira, o órgão responsável por fazer a mediação é a Sociedade Operadora de Mercado de Ativos (SOMA).

Fundada no ano de 1996, a organização registra todas as operações de compra e venda dos ativos negociados, mas não impõe a necessidade de realizar auditorias ou atualizar suas informações a cada 15 minutos para as companhias.

No ano de 2022, o controle da organização passou a ser da Bolsa Brasil Balcão, a B3. Com a aquisição, a Sociedade passou a chamar-se SOMA Fix.

Os registros das negociações podem, ainda, serem realizados ao final do pregão.

Mercado de Balcão não-organizado

A versão não-organizada deste mercado, como seu nome diz, funciona de maneira totalmente oposta ao Mercado de Balcão organizado.

Isso pois, aqui, as operações não são registradas. Isso quer dizer que, além da ausência de um mediador, como a SOMA, não é necessário lançar a compra ou venda de qualquer ativo no sistema.

No período entre o surgimento deste tipo de ambiente e a criação da Sociedade Operadora de Mercado de Ativos, esta era a única modalidade do Mercado de Balcão.

Por não haver registros sobre as operações ou qualquer tipo de movimentação, a comercialização de ativos sem liquidez pode ser mais comum. Isso, pois existem poucas informações sobre o volume de ativos, assim como sobre seu preço.

Vantagens do OTC

Para alguns investidores, o simples fato da ausência de regulação pode representar um ponto positivo para a negociação no Mercado de Balcão.

Além disso, também existe a possibilidade de negociar ativos ou ações de empresas que ainda não estão listadas na Bolsa de Valores.

Essa também representa uma boa opção para investidores que procuram por liquidez em ativos que possuem pouca, ou que não podem ser negociados na Bolsa de Valores.

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