Inflação: veja a reação do mercado pós ’’Super-Quarta” – ESTOA

Inflação: veja a reação do mercado pós ’’Super-Quarta”


Advertisement


Advertisement


A última quarta-feira (1) ficou conhecida como “Super-Quarta” pelo mercado financeiro. Isso pois, durante o dia, o Copom, do Banco Central (BC) do Brasil, e o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed), o BC dos Estados Unidos, divulgaram suas decisões acerca do ciclo de juros de ambos os países, considerando o cenário de inflação.

Embora o aumento de 0,25% da taxa de juros nos EUA tenha atingido as projeções do mercado, no Brasil, a decisão do Copom de manter o custo dos empréstimos foi contra as expectativas dos investidores.

Pós Super-Quarta

O resultado da primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária do BC brasileiro de manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 13,75%, a mesma quantia desde agosto do ano passado, dividiu opiniões no mercado brasileiro.

Advertisement


Isso, pois os atores do mercado financeiro do Brasil projetavam uma queda no indicador. A decisão, portanto, não atendeu as expectativas. Este é o quarto encontro seguido que determina o estabelecimento da taxa neste patamar.

O cenário, no entanto, pode perdurar por mais tempo. Após divulgar a decisão no fim da tarde de ontem, a autoridade monetária brasileira confirmou a possibilidade de deixar a taxa Selic no nível atual por mais tempo do que o mercado projeta.

Advertisement


Prédio do Banco Central (BC) do Brasil/Foto: Reprodução

“O Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação”, disse em comunicado.

A decisão foi, ainda, responsável por dividir opiniões. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, a escolha pode afetar os processos que movimentam a economia, recomendando a redução dos juros básicos.

Advertisement


“A manutenção da taxa de juros vai intensificar a desaceleração. Por isso, esperamos que o Copom inicie logo o processo de redução da Selic, para evitar custos adicionais à atividade econômica”, afirmou.

Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), por sua vez, a escolha de manter a Selic é positiva considerando o “aumento das expectativas inflacionárias”.

Advertisement


A federação destaca, ainda, que o cenário macroeconômico atual exige políticas responsáveis e concretas, além da “necessidade urgente de concretização da agenda de reformas estruturais e de criação de um novo arcabouço fiscal que conduza o país para o equilíbrio das contas públicas”.


O ex-diretor do BC e economista Alexandre Schwartsman, o pessimismo quanto ao afrouxamento das políticas monetárias deve continuar. 

“Ainda há um longo caminho pela frente, mas podemos esquecer qualquer ação de flexibilização na frente monetária em 2023”, afirmou.

Nos Estados Unidos, a manutenção da taxa de juros também dá sinais de que a luta contra a inflação deve perdurar. A decisão do Fomc, no entanto, estava alinhada com as expectativas do mercado financeiro.

Em sua escolha, também divulgada ontem, o Federal Reserve optou por desacelerar o ciclo de altas da taxa de juros norte-americana, definindo um avanço de 0,25 p.p. no indicador.

No entanto, assim como no Brasil, a autoridade monetária também deu indícios de que a luta contra a inflação ainda deve perdurar.

Em seu pronunciamento, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que, apesar de a inflação começar a dar indícios de desaceleração, ainda seria “prematuro” considerar uma vitória contra os níveis inflacionários.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve/Foto: Reprodução

Ao contrário das projeções, Powell afirma, ainda, que não deverão haver cortes na taxa de juros ao longo de 2023. “Dada a nossa perspectiva, não vejo cortes na taxa neste ano”, disse.

O mercado financeiro, no entanto, aposta em mais uma alta, seguida de cortes no custo dos empréstimos ao longo deste ano.

Reação das Bolsas

Refletindo as preocupações e o pessimismo do mercado financeiro em relação à decisão do Banco Central do Brasil, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, fechou em queda no pregão da última quarta-feira (1), e segue com quedas durante a sessão desta quinta-feira (2).

Antes de que a escolha de manter os juros básicos da economia aos 13,75% fosse divulgada, o medidor fechou com queda de 1,20%, aos 112 mil pontos.

Nesta quinta, o indicador soma um recuo de 0,75% às 15:18 horas (horário de Brasília), atingindo a pontuação de 111,2 mil.


As bolsas norte-americanas, no entanto, reagiram majoritariamente com positividade à desaceleração do ciclo de altas nos juros dos Estados Unidos.

O índice S&P 500, que lista os quinhentos principais ativos dos mercados de ações dos EUA, somou por volta das 15:35 horas (horário de Brasília) uma alta de 1,52%, aos 417,06 pontos.

O Nasdaq 100, por sua vez, também avançou, com um crescimento do 3,73% também às 15:35 horas, com uma pontuação de 12,8 mil.

O Dow Jones, no entanto, recuou durante o pregão desta quinta-feira, somando às 15:35 horas uma queda de 0,23%, aos 34 mil pontos.