Meta (M1TA34) salta 26% após balanço do 4T22 e aumenta programa de recompra em US$ 40 bilhões

Nesta quinta-feira (02), as ações da Meta (M1TA34) (ex-Facebook) dispararam cerca de 26% na Nasdaq após a companhia ter apresentado o balanço do quarto trimestre na última noite. Antes da abertura dos negócios em Wall Street, as ações subiam 19,22% por volta das 10h10, sendo negociadas a US$ 182,56. 

Mesmo tendo apresentado queda de 5% da receita na comparação anual, a receita da Meta superou o estimado para o último trimestre. No período, a empresa faturou cerca de US$ 32,17 bilhões contra o consenso de US$ 31,53 bilhões.

O lucro líquido reportado foi de US$ 4,652 bilhões. 

Receita por usuário do 4T22 também ficou acima das estimativas

A receita por usuário também superou o valor que havia sido projetado pelo mercado, ficando em US$ 10,86, US$ 0,23 acima do que era esperado. O número de usuários ativos diariamente em sua principal plataforma, o Facebook, se manteve dentro do esperado, em 2 bilhões.

Vale lembrar também que, no ano passado, a empresa registrou sua primeira queda de usuários ativos na história da plataforma, chegando a ocasionar uma perda de mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado.

O lucro estimado por ação foi de US$ 1,76, abaixo do consenso, que era de US$ 2,26. A linha final foi afetada principalmente pelo aumento das despesas, que subiu de 22% para US$ 25,766. 

Contudo, qualquer preocupação sobre a lucratividade da companhia foi inibida pelo voto de confiança que Mark Zuckerberg deu à sua própria companhia.

Os números repassados no balanço encerram um ano difícil para a Meta, que também é dona do Instagram e do WhatsApp. Em 2022, as ações da empresa caíram cerca de 63% em um momento no qual a gigante da mídia social lutava contra a crescente concorrência do TikTok, aceleração da inflação e um mercado de publicidade digital praticamente estagnado.

Junto ao resultado positivo, Zuckerberg aumentou o limite de seu programa de recompra em mais de US$ 40 bilhões. A meta recomprou US$ 27,9 bilhões em ações no ano passado.

Projeção para 1T23

A dona do Facebook, em mais um gesto de autoconfiança, informou que espera uma receita de US$ 26 bilhões e US$ 28,5 bilhões. 

Também soou positivamente para o mercado a redução da projeção de gastos dste ano. Neste ano, a empresa pretende gastar entre US$ 89 bilhões e US$ 95 bilhões, sendo US$ 5 bilhões abaixo do que havia projetado anteriormente.

“Nossa comunidade continua a crescer e estou satisfeito com o forte engajamento em nossos aplicativos. O Facebook acaba de atingir a marca de 2 bilhões de ativos diários”.

 “O progresso que estamos fazendo em nosso mecanismo de descoberta de IA e nos Reels são os principais impulsionadores disso. Além disso, nosso tema de gerenciamento para 2023 é o ‘Ano da Eficiência’ e estamos focados em nos tornar uma organização mais forte e ágil”, afirmou Mark Zuckerberg, em balanço.

Opinião dos analistas

Na visão do analista da Empiricus, Richard Camargo, o principal ponto do balanço que explica a disparada das ações no mercado norte-americano não foram os números trimestrais, mas sim “a mudança radical no tom de Mark Zuckerberg em relação aos últimos trimestres”.

“O Zuck gastão, disposto a queimar todo o caixa da companhia para construir seu metaverso o mais rápido possível, deu lugar a um Zuck comedido, preocupado com a ineficiência operacional da companhia, com o ritmo da economia e disposto a desacelerar seus planos para preservar a saúde financeira do Meta.”

“Desde o seu ponto mais baixo, alcançado em novembro do ano passado, as ações do Meta sobem mais de 80% e seguem como uma das principais posições do Money Best Metaverso, nosso portfólio na Empiricus focado em apostas altamente especulativas”, concluiu o analista.