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Ambev (ABEV3) divulga comunicado refutando acusação de suposto rombo tributário

A cervejaria afirma que a acusação foi promovida de forma “oportunista” e “irresponsável”

A Ambev (ABEV3) divulgou um comunicado na noite da última quinta-feira, 02, em resposta às acusações de um suposto rombo tributário. A cervejaria disse que a acusação é falsa e foi veiculada de forma oportunista e irresponsável, sem que houvesse checagem sobre a veracidade dos fatos e sem que a companhia fosse ouvida.

“A notícia foi publicada sem que a veracidade dos fatos fosse devidamente checada e sem que a nossa posição fosse ouvida. Calculamos nossos créditos tributários com base na legislação e nossas demonstrações financeiras estão de acordo com as regras jurídicas e contábeis, com ampla transparência sobre os litígios tributários envolvendo a companhia”, reforçou a cervejaria em comunicado.

A companhia complementa dizendo que “litígios tributários devidamente divulgados são muito diferentes de um suposto rombo”, e a notícia divulgada induz o leitor ao erro.

Entendimento de caso

Na última quarta-feira (01), as ações da Ambev caíram 4,76%, chegando ao valor de R$ 13,01, após ser mencionada em um relatório que alegava que a companhia estaria devendo cerca de R$ 30 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, por conta de manobras tributárias feitas na Zona Franca de Manaus.

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As supostas alegações foram feitas pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), instituição formada por algumas cervejarias concorrentes da Ambev. 

De acordo com o estudo realizado pela AC Consultoria, encomendada pela CervBrasil, a associação apontou um rombo estimado em R$ 30 bilhões em supostas manobras tributárias feitas por empresas de bebidas. A consultoria afirmou, em seguida, que o montante correspondia ao setor como um todo, não citando nominalmente a Ambev.

A publicação em questão informou que o estudo acusaria a Ambev de inflacionar o preço de componentes necessários à produção de refrigerante e que são passíveis de isenção e geração de créditos fiscais, o que levaria ao acúmulo irregular de mais créditos tributários do que teria direito.

Pronunciamento da cervejaria e reação do mercado Foto: Reprodução

Pronunciamento da Ambev e balanço

A cervejaria rebateu as acusações afirmando que, “temos litígios tributários em que divergimos da interpretação do Fisco. Esses litígios são o reflexo da complexidade do sistema tributário brasileiro e uma realidade de muitas empresas.”

“Além disso, a própria imprensa esclareceu que o valor mencionado se refere a discussões de todo o setor de refrigerantes, e não apenas da Ambev”.

A companhia possui o trio de acionistas Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles em comum com a varejista brasileira Americanas (AMER3), que identificou em 11 de janeiro um rombo superior à R$ 40 bilhões em suas operações.

Os empresários, que são os três homens mais ricos do país, com um patrimônio conjunto estimado em US$ 37,7 bilhões (R$ 196,12 bilhões), segundo a revista Forbes, se tornaram os protagonistas do escândalo na empresa, por serem seus principais donos.

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Eles disseram que a empresa foi administrada nas últimas décadas por executivos “considerados qualificados e de reputação ilibada” e que os bancos com os quais a Americanas operava ou a PwC, consultoria responsável por auditar os balanços mais recentes da companhia, nunca apontaram irregularidades.

Contudo, eles afirmaram lamentar profundamente as perdas sofridas por investidores e credores da empresa e ressaltaram que também tiveram prejuízos.

O mercado agiu com cautela mediante o ocorrido com a Ambev, com diversos analistas considerando os boatos “exagerados”. Analistas do banco BTG Pactual refutaram a acusação, dizendo que os R$ 30 bilhões corresponderiam a estimativas da Receita Federal sobre disputas tributárias com um grupo de empresas de bebidas, que incluiria a Ambev.

As ações da Ambev fecharam o pregão de ontem em baixa de 0,53%, a R$13,11. A média das estimativas dos analistas é de um preço-alvo de R$17,68, um potencial de valorização de 34,85%. De 15 analistas, 10 recomendam compra, 3 posição neutra e 2 a venda dos papéis.