Dez princípios que vão te ajudar a investir melhor
Como eu já disse outras vezes por aqui, investir não é uma tarefa tão simples assim. Demanda conhecimento, disciplina, tempo, dedicação, paciência, resiliência e até mesmo controle emocional. Sim, investir, definitivamente, não é um processo apenas lógico e técnico!
E assim como em todo projeto e objetivo de vida, é preciso dar aquele tão importante primeiro passo e ir aprendendo com a jornada.
Então saiba, que se você está aqui lendo esta coluna, é porque já deu o primeiro passo, mas talvez ainda não tenha transformado o investimento em um hábito ou simplesmente ainda não tenha entendido a importância disso. Por isso, separei alguns princípios que funcionam como uma espécie de “atalhos”, para te ajudar a criar o hábito de investir.
Apesar de serem orientações até simples e mais generalistas, elas têm capacidade de agilizar o processo e contribuir para a tomada de decisões melhores do que permanecer sem fazer nada ou com insegurança e medo de investir e, consequentemente, sem resultados e sem construir a vida que deseja que, independentemente do objetivo, tenho certeza de que envolve liberdade e poder de escolha de usar o dinheiro para viver uma vida mais digna e com mais qualidade de vida.
E para você que, eventualmente, já tem certa experiência com os investimentos, acredito, de verdade, que nunca é demais relembrar os princípios para obter bons resultados com os investimentos, especialmente para aqueles de longo prazo.
Assim, confira a seguir os dez princípios que recomendo usar como base para investir melhor e que, sem dúvidas, é possível adaptá-los para a sua realidade.
Após a leitura e, claro, a prática, eu espero, de verdade, que este artigo lhe ajude a fazer melhores escolhas e gestão dos seus investimentos para que, cada vez mais, você use o seu dinheiro para construir patrimônio suficiente para lhe trazer mais liberdade e qualidade de vida!
Aproveite!
1 – Separe um percentual ou valor de sua renda para investir todos os meses
Não há como falar de acúmulo de patrimônio e muito menos de liberdade/independência financeira sem disciplina, a não ser que você seja herdeiro(a).
Se não for o seu caso, o único caminho de ver o seu “bolo de dinheiro” crescer mais rapidamente e torná-lo uma “bola de neve” é fazer do investimento um hábito, como se fosse um comportamento automático ou uma obrigação, assim como é o pagamento da conta de luz, de água, aluguel ou outra necessidade básica.
Provavelmente você já ouviu falar na “fórmula mágica dos juros compostos”, certo?
Nela, o tempo é a variável mais importante para fazer o patrimônio crescer, muito mais do que o retorno do investimento, não à toa que na equação dos juros compostos, o elemento exponencial é justamente a variável “tempo”, ou seja, é o fator que terá maior impacto na acumulação de recursos. Por isso eu costumo falar que nem sempre a rentabilidade é o fator mais importante quando falamos de investimentos. Se combinarmos tempo com recorrência e uma boa carteira de investimentos, o efeito será potencializado!
Logo, pare de ficar perdendo (mais) tempo e se organize para que seja possível fazer aportes mensais, mesmo que, no início, sejam mais modestos.
Faça hoje o melhor que puder com os recursos que você tem!
Comece definindo o valor ou o percentual que vai virar aplicação ASSIM que seu rendimento cair na conta, o famoso “pague-se primeiro”. Cuidado também com o famoso “o que sobrar no final do mês, eu guardo!”, pois esse tipo de pensamento muda a ordem das prioridades, deixando por último, na escala de importância, a contribuição que você deve fazer no mês. E, na prática, a chance de não sobrar nada no final de cada mês é muito alta, até porque, o dinheiro não é “resto” e nem lixo para sobrar, não é mesmo?
Por isso, não deixe para investir no fim do mês para não correr o risco de não “sobrar” dinheiro.
Hoje em dia é fácil programar os investimentos ou até mesmo criar alertas para não esquecer!
2 – Comece a por, ao menos uma parte, na reserva de emergência
Antes de pensar em criar uma carteira de investimentos diversificada, é essencial ter ao menos uma parte do que chamamos de “reserva de emergência”. Isso nada mais é do que guardar dinheiro exclusivamente para lidar com os imprevistos do dia a dia.
Aqui é importante ter em mente a diferença de imprevisto para falta de planejamento, pois por mais organizados e planejadores que possamos ser, ainda assim não conseguiremos impedir que imprevistos aconteçam, mas podemos sim diminuir os seus impactos justamente através do planejamento.
Além disso, compras impulsivas e não essenciais também não devem ser consideradas imprevistos, estas devem ser devidamente planejadas e orçadas, entende?
Bom, é justamente a reserva de emergência que vai te dar tranquilidade para investir de verdade, buscando ativos com potencial de retorno melhor, que, por consequência, tendem a ter mais risco e, portanto, demandam prazos mais longos de investimento e mais caixa com altíssima liquidez para os imprevistos e outras necessidades/objetivos de curto prazo.
Não faz sentido ter investimentos na Bolsa (sejam eles ações, FIIs ou ETFs) sem ao menos uma parte da reserva (mínimo de 2 a 3 meses), porque se você precisar de dinheiro para alguma emergência, correrá o risco de ter que vender os papéis em uma janela de mercado muito ruim, e amargar prejuízos.
Pode ser que isso te desanime se, para você, juntar o mínimo de reserva seja algo que vai levar muito tempo. Neste caso, crie metas menores (por exemplo, acumular 1 mês da reserva) e à medida que for atingindo estes objetivos menores, comece a montar sua carteira de investimentos, aos pouquinhos, juntamente com o restante da sua reserva.
Trabalhar com cenários improváveis não é fácil, pois é bastante abstrato, por isso, acaba sendo comum evitarmos pensar que um imprevisto possa acontecer, tendemos a achar que nunca acontecerá conosco, somente com os outros, mas acredite, todos nós, sem exceção, estamos sujeitos a imprevistos.
Para começar a montar a sua reserva, use como base o total das suas despesas mensais, incluindo as variáveis, especialmente as mais recorrentes. Minha recomendação de reserva ideal é acumular um montante entre três e seis meses do seu padrão de vida. Agora, se a sua renda não for muito estável (no caso de autônomos, por exemplo) ou se tiver muitos dependentes, a sugestão é ter uma reserva maior, suficiente para cobrir de seis a doze meses de gastos.
Como comentei, essa reserva pode sim ser construída aos poucos, inclusive seguindo o princípio anterior de aplicar um percentual ou um valor da sua renda mensal. Ah! E sempre que, porventura, consumir uma parte da sua reserva, é fundamental repor a parcela que precisou usar assim que possível.
Sobre os melhores investimentos para a reserva, bom, como esse dinheiro tem de estar disponível para ser acessado a qualquer momento, o investimento precisa ser o mais conservador possível e ter altíssima liquidez, ou seja, busque alternativas que reúnam alta liquidez, baixa volatilidade, alta segurança e retorno acima de 100% do CDI, como o Tesouro Selic, “fundos DI” com taxa zero, que investem no Tesouro Selic ou ainda títulos bancários de grandes instituições (CDBs, por exemplo) com liquidez diária.
Já a famosa e ainda muito queridinha caderneta de poupança não serve para reserva de emergência, primeiro porque o rendimento real (descontado da inflação) tem sido recorrentemente negativo, mesmo com a isenção de imposto de renda e IOF, e segundo porque o rendimento é contabilizado apenas uma vez por mês, na data de aniversário, ou seja, se precisar fazer o resgate do dinheiro antes da data de aniversário, não terá rendido nada!
3 – Não subestime o poder da diversificação bem-feita
É fundamental que você busque sempre uma alocação estrutural diversificada, independentemente do seu perfil de investidor(a), isso inclui ter uma carteira com a participação de diferentes classes de ativos e fatores de risco, desde a renda fixa, incluindo crédito privado, à renda variável, como ações, FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) e ETFs (Exchange-traded fund), não deixando de passar por multimercados e ativos globais.
Ninguém, nem mesmo os mais profissionais e especialistas, tem bola de cristal para antecipar os movimentos de mercado, o segredo do sucesso no mundo dos investimentos está na diversificação bem-feita (estratégica). Não podemos desconsiderar também que há padrões históricos de comportamento dos ativos sendo quebrados nos últimos anos, ou seja, diversificar é imprescindível, pois é ela que vai elevar o potencial de retorno de uma carteira no longo prazo, ao mesmo tempo que reduz o risco.
E por diversificação estratégica (bem-feita) entenda que não basta investir “aleatoriamente” em vários tipos de ativos, é importante ter uma diversificação grande em ativos com a menor correlação possível e considerar também a diversificação em termos de localização geográfica, de moedas e outras dimensões.
Segundo estudos de especialistas, ao se acrescentar cinco ou mais ativos descorrelacionados em uma carteira, o risco chega a diminuir em 60%, ao se acrescentar 15 ativos, esse risco vai diminuir ainda mais.
4 – Evite concentração e diluição excessivas
Tão importante quanto diversificar, é tomar cuidado para não “diversificar demais”.
Não há uma regra universal nem uma fórmula mágica sobre quantos fundos/ativos ter em cada fatia de sua carteira, nem mesmo o percentual máximo do patrimônio a destinar a cada uma delas, mas têm alguns estudos que indicam trabalhar com algumas “regrinhas” para facilitar esse processo de alocação e diversificação, vamos lá!
- Evite destinar mais de 10% do seu patrimônio a um único fundo ou ativo para não depender dos resultados de poucos profissionais ou empresas. Até os melhores gestores do mercado e as melhores empresas têm anos ruins;
- Na outra ponta, não deixe um fundo ou ativo com um peso abaixo de 1%, para evitar uma diluição excessiva que pouco agrega à carteira;
- Busque ter, ao menos, três fundos/ativos em cada classe e com estilos distintos de gestão, como forma de diversificar o risco. Ah! Se você estiver apenas começando a investir, saiba que não há problema em montar a carteira aos poucos;
- Não há um limite de fundos/ativos por categoria, mas só ultrapasse o número de seis se for para entrar em gestores e/ou empresas excepcionais ou que agreguem estratégias diferenciadas para a sua carteira;
- Como toda regra, há exceções… No caso de pessoas que têm pouco dinheiro, os valores de investimento mínimo dos fundos podem ser um impeditivo para a diversificação. No caso de ativos diretos (ações, FIIs ou ETFs, por exemplo), geralmente não há mínimo, mas sim o preço de cada unidade de cota/ação. Por isso, não há problema se no começo não tiver muitos fundos/ativos em uma determinada categoria ou se um único fundo/ativo representar mais do que o limite de 10%. Quando falamos de um montante menor de dinheiro disponível, faz sentido flexibilizar um pouco os limites apresentados.
5 – Gestão ativa e passiva de fundos de investimentos
Investir via fundos de investimentos pode ser interessante principalmente para investidores que não têm tanto conhecimento e/ou tempo para estudar e se dedicar aos investimentos, uma vez que terceiriza a escolha dos ativos para uma gestão profissional, mas ainda assim, você precisará escolher os gestores e os fundos em si, ou seja, de toda forma, requer tempo e dedicação sua!
E no que diz respeito aos tipos de gestão de fundos, existem os fundos de gestão passiva, aqueles que buscam apenas acompanhar a variação de um ativo, como Tesouro Selic, CDI, dólar, ouro, etc., e, portanto, exigem menos atividade do gestor. Aqui a inteligência de gestão é necessária, mas sob um aspecto muito mais operacional do que de posicionamento estratégico de mercado, afinal, a estratégia é acompanhar a variação de algum ativo e não superar algum índice de mercado (benchmark).
Para este tipo de fundo, o mais recomendado é buscar as opções mais baratas, com as menores taxas de administração, ou até mesmo aqueles que não cobram taxa, que é o caso de alguns usados para reserva de emergência e que acompanham o CDI ou a Selic.
E têm também os fundos de gestão ativa, onde o foco tem de ser a qualidade dos ativos (e do gestor), uma vez que o objetivo nesse caso é superar a média de mercado, o que exige equipes maiores de profissionais e análises mais sofisticadas, ou seja, requerem mais a expertise do gestor. São exemplos dessa estratégia os fundos de crédito privado, ações, multimercados e cambiais.
Em termos de custos, para este tipo de fundo, que requer mais potencial de crescimento do patrimônio, vale a pena pagar taxas de administração maiores e até performance, esta última com o objetivo de alinhar os interesses entre gestor e cotista, uma vez que o gestor só ganha se bater a meta.
6 – Atente-se ao horizonte de investimento
Muitas vezes mais importante do que a rentabilidade em um investimento, é a liquidez e se ela está de acordo com os seus objetivos de curto, médio e longo prazos. Portanto, na hora de selecionar as diferentes classes de ativos que vão compor o seu portfólio de investimentos, você precisa refletir sobre o tempo que seu dinheiro vai poder ficar aplicado. Para os recursos que espera usar num curto espaço de tempo, o caminho é priorizar opções mais conservadoras e com mais liquidez, e vice-versa.
Não à toa, no caso de fundos, aqueles com gestão mais sofisticada costumam ter prazos de resgate mais longos, de 30 a até 180 dias, a fim de que o gestor tenha mais tranquilidade para fazer seu trabalho. E isso é muito bom!
Sim, ter um prazo maior para resgate em determinados ativos é muito bom, quer ver?
Imagine em períodos de crise econômica em que os investidores (sobretudo os menos experientes) costumam pedir resgates todos ao mesmo tempo? Se o fundo não impõe uma carência longa, o gestor acaba sendo obrigado a sair vendendo os ativos a qualquer preço para honrar os pagamentos, levando a perdas permanentes à carteira. Percebe?
Assim, estes fundos com mais prazo para pagar os resgates acabam conseguindo equilibrar melhor as vendas e, em alguns casos, não precisam nem se desfazer dos ativos. Eles podem sofrer no curto prazo, com a marcação dos ativos a preços mais baixos, mas o resultado de longo prazo fica preservado se não têm de realizar o prejuízo!
Independentemente dos prazos de resgate dos fundos, é importante dar tempo ao gestor para que ele faça o seu trabalho da melhor forma possível. É bom para ele e é bom para nós, investidores.
Para lhe ajudar ainda mais, vou dar algumas orientações em termos de horizonte conforme as principais classes de ativos:
- Fundos de crédito pós-fixado: considere um horizonte de seis meses a um ano (preferencialmente um ano);
- Fundos multimercados: por já ter um pouco mais de risco, coloque o dinheiro pensando em permanecer por, no mínimo, três anos;
- Fundos de ações: para pelo menos cinco anos, já que têm mais riscos ainda;
- Fundos de previdência: podem ser uma ótima alternativa para o dinheiro que pode ficar aplicado por mais de dez anos;
- Fundos de “proteção”: no caso de escolher fazê-la via produtos cambiais e de ouro, não há prazo definido, a recomendação é que este tipo de ativa faça parte da sua carteira sempre, como uma espécie de “seguro” para minimizar perdas potenciais da parcela de investimentos exposta a mercados mais voláteis em momentos de crise;
- Demais fundos com exposição internacional: idealmente para horizontes mais de longo prazo e podem ser feitos também no sentido de proteção, sendo assim, poderiam ser mantidos como em “definitivo” na carteira, similar aos produtos cambiais ou de ouro.
7 – Vá aos poucos até descobrir a sua real tolerância ao risco
Determinar qual é REALMENTE o nosso nível de tolerância a risco não é nada trivial e muito menos definido de forma tão simples como através daqueles testes de perfil de risco de investidor!
Em momentos de euforia, seduzidos por retornos altos, costumamos acreditar que temos um estômago maior para assumir riscos, no entanto, só descobrimos o quanto toleramos ver o nosso patrimônio cair quando, de fato, experimentamos a perda.
Gosto de dizer que os melhores investimentos são aqueles que estão totalmente alinhados com os seus objetivos para os mais diversos horizontes e ao seu perfil real de risco, ou seja, se o determinado investimento tira o seu sono e sua paz, se você não está conseguindo dormir por conta do sobe e desce dos mercados e das quedas dos ativos de risco, vale uma reflexão e até mesmo ajustes na exposição, porque provavelmente, este investimento não é para você! Pelo menos, não ainda!
Então, recomendo, especialmente aos iniciantes, irem devagar, testando os limites de tolerância e simulando cenários. Por exemplo, se perdesse 10% do seu patrimônio em um mês, você ficaria muito incomodado? E se demorasse mais de um ano para conseguir recuperar os 10% perdidos? Como você se sentiria a respeito e o que faria: resgataria tudo, aplicaria mais ou não mexeria?
Com o tempo, a experiência prática que irá adquirindo e sentindo os movimentos reais do mercado, você tende a criar um melhor senso crítico sobre qual é realmente o seu perfil de investidor(a). Com mais experiência e maturidade, daí então vá adequando a sua carteira à sua tolerância a risco (ao seu perfil).
Não tenha nenhuma pressa nesse processo!
8 – Olhe sim a rentabilidade dos investimentos, mas em janelas móveis longas
Toda decisão de investimento começa com uma análise quantitativa, cujos critérios são mais objetivos e fundamentais na decisão de aprofundar ou não o estudo.
No quesito rentabilidade (retorno), não se deve analisar períodos muito curtos, porque corremos o risco de pegar somente janelas em que o fundo ou papel foi muito bem ou muito mal, gerando distorções. Considere o horizonte recomendado para cada classe de ativos, mas também todo o seu histórico, a fim de ter uma ideia melhor de como o gestor ou empresa se comportou nos diferentes ciclos econômicos e de mercado em que operou, tanto de alta quanto de baixa.
Para o caso de fundos, os especialistas recomendam olhar “janelas móveis longas”, que são aquelas que é medido com que frequência o fundo supera seu referencial no horizonte de tempo recomendado ou quanto ganharam os cotistas que entraram em qualquer momento da história do fundo e respeitaram o prazo indicado.
Se o fundo entrega retornos de maneira consistente, mesmo que o desempenho de curto prazo possa decepcionar, há uma grande chance de que ele dê a volta por cima. Se fizer contribuições nesses momentos mais desafiadores (lembrando, inclusive, sobre o princípio de recorrência de aportes), pode ter uma grande recompensa à frente, pegando um momento de recuperação.
9 – Leve em conta também os critérios qualitativos na análise
Se você já fez algum investimento, provavelmente já se deparou com o seguinte “disclaimer” (ressalva): “rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura”.
Pois é, e não representa mesmo!
Por isso, mais do que a análise dos indicadores quantitativos de retorno, risco e consistência, o fundo/ativo deve passar por uma avaliação qualitativa.
Análise qualitativa inclui desde olhar para o histórico da empresa, sua estrutura organizacional e societária, e o tempo que a equipe de gestão trabalha junta, passando pelo processo de investimento e reinvestimento, a política de distribuição de dividendos, os ativos que podem entrar nas carteiras (no caso dos fundos) e como são determinados os limites de alocação (também mais especificamente sobre fundos), até chegar às ferramentas de controle de risco.
Hoje em dia, as informações sobre os ativos estão cada vez mais acessíveis, então você pode, por exemplo, buscá-las nos sites das gestoras e das empresas (RI), ouvir podcasts, assistir lives e ler as cartas/relatórios.
10 – Tenha disciplina e evite tentar adivinhar a hora certa de investir ou desinvestir
Vamos lá, lembre-se de que: você definiu o seu plano de investimentos, com exposição a diferentes classes de ativos a depender da sua tolerância a risco e do prazo que o seu dinheiro pode ficar aplicado, certo? Então depois de colocá-lo em prática, é hora de manter-se firme a ele.
Disciplina é fundamental para obter sucesso nos investimentos. É ela que vai nos ajudar a não agir por impulso, vendendo tudo em momentos de estresse ou comprando na euforia, quando boa parte da alta já aconteceu.
Com disciplina evitamos cair na armadilha de tentar acertar o melhor momento para comprar ou vender um ativo ou fundo (market timing). Além de não conseguirmos antecipar os movimentos de mercado, mexer muito na carteira só gera custo de transação e impostos a pagar.
Tenha disciplina para equilibrar a carteira sempre que os pesos de cada fatia se distanciarem dos percentuais que você definiu na largada. O ideal é ir fazendo os ajustes conforme entra dinheiro novo, para evitar pagar impostos no resgate, alocando os recursos nas fatias que ficaram abaixo dos pesos sugeridos.
Agora para os casos de movimentos bruscos de mercado, o reequilíbrio deve ser feito o quanto antes.
Um grande gestor global (Howard Marks) disse certa vez: “as árvores não crescem até o céu” e “poucas coisas chegam a zero”. Tudo isso para dizer que os mercados vivem de ciclos, então as variações simplesmente fazem parte.
Claro que se algo mudar em relação aos objetivos macros dos seus investimentos, seja por uma mudança estrutural do seu estilo de vida ou uma necessidade, é recomendável rever o seu plano de investimentos, do contrário, simplesmente siga-o!
Por fim, nunca deixe de fazer as análises pertinentes e acompanhar seus investimentos: uma vez ao mês provavelmente é suficiente!
– Daniela V. Monteiro
*As opiniões do colunista não refletem necessariamente a posição da Estoa.