Balanço da Petrobras, peso da reoneração dos combustíveis nos juros e o que mais impacta o mercado
Neste início de março, o mercado brasileiro começa o mês com os olhares voltados para a reoneração dos combustíveis anunciada nesta segunda-feira (27) pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um dia após a decisão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad anunciou que os reajustes parciais farão com que o preço da gasolina suba R$ 0,47 por litro, enquanto o etanol subirá cerca de R$ 0,02 por litro.
A volta da cobrança parcial dos impostos federais a partir desta quarta (1º) valerá por um período de quatro meses e em julho os combustíveis podem passar por um novo reajuste. De acordo com estimativas do governo, esse movimento fará com que sejam arrecadados cerca de R$ 28,9 bilhões até o final do ano.
Durante o anúncio feito em entrevista coletiva nesta terça, Haddad afirmou que espera uma resposta do Banco Central nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) que definirão o patamar da taxa Selic. “(…) Nosso desejo é que a política monetária e a política fiscal se harmonizem em torno de um projeto de desenvolvimento que permita garantir a segurança jurídica dos direitos sociais que foram defendidos na campanha eleitoral”.
2. Mercado espera por balanço da Petrobras
Ainda que o mercado vá repercutir as falas de Haddad ao longo do dia, o acontecimento mais aguardado desta quarta será o balanço da Petrobras (PETR4), que será divulgado pela estatal no início da noite após o encerramento do pregão. A expectativa para o resultado gira em torno principalmente das linhas de lucro líquido e dividendos.
O relatório com os dados consolidados para o quarto trimestre do ano passado deve apresentar também uma receita líquida robusta de R$ 158,8 bilhões, de acordo com projeções do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). Além dos resultados financeiros de 2022, o governo indicou nos últimos dias os nomes para integrar o Conselho da Petrobras, com a possibilidade do atual secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Sampaio Mendes, ser o novo presidente.
3. PMI aponta recuperação na China
No final da noite desta terça, o escritório nacional de estatísticas da China divulgou novos dados com relação ao índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês). Os resultados apontaram para uma recuperação do país asiático após o fim da política de Covid zero adotada no território chinês até o final do ano passado.
O PMI Industrial subiu para 52,6 em fevereiro, atingindo o maior patamar para o índice em mais de uma década. Além disso, o PMI não-manufatura também apresentou uma alta nos grupos de serviços e construção, saltando de 55 para 56,3. Os dados são apenas mais um indicativo de que a China tem conseguido se recuperar nos últimos meses depois dos baques mais fortes da pandemia.
4. Expectativa para PIB do 4T22 no Brasil
Nesta quinta-feira (2), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irá divulgar os dados finais do PIB brasileiro em 2022 e a tendência é de que o resultado apresente um crescimento econômico de 3%, de acordo com projeções de economistas do mercado financeiro. Levando em consideração apenas o quarto trimestre, a mediana para os últimos três meses de 2022 é de uma desaceleração de 0,2%.
Os números consolidados para o último ano, no entanto, são muito mais otimistas do que os projetados para 2023. De acordo com as estimativas divulgadas semanalmente pelo Banco Central no Boletim Focus, o PIB brasileiro deve encerrar o ano na casa dos 0,80% com temores principalmente em torno das taxas de juros.
5. Ibovespa fecha mês em forte queda
Após o último pregão de fevereiro nesta terça, o principal índice da bolsa de valores brasileira, o Ibovespa, consolidou a sua forte queda mensal com uma perda acumulada de 7,5%, ficando abaixo dos 105 mil pontos. Entre os principais motivos para isso estão as rusgas entre o presidente Lula e o Banco Central e os rumores de mudança nas metas de inflação.
Entre os principais destaques negativos do Ibovespa em fevereiro estão as aéreas Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3), com queda de 39,83% e 32,67%, respectivamente e a BRF (BRFS3) que caiu 22,61%, afetada pela suspensão da exportação da carne bovina para a China após o caso confirmado de vaca louca. Na outra ponta, São Martinho (SMTO3) e Multiplan (MULT3) foram as que mais avançaram em fevereiro, com altas de 8,76% e 5,80%.