Quatro países suspendem importação de carne no Brasil após mal da vaca louca; caso é confirmado como atípico – ESTOA

Quatro países suspendem importação de carne no Brasil após mal da vaca louca; caso é confirmado como atípico

Mesmo com confirmação do caso atípico pelo Ministério da Agricultura, China, Irã, Jordânia e Tailândia suspendem a importação de carne do Brasil


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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou o caso recente da doença da vaca louca como atípico na noite desta quinta-feira (2). O caso, que levou à suspensão da exportação de carne bovina, foi concluído como sem risco de transmissão após análises realizadas pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Alberta, no Canadá.

Embora a confirmação do teste, o ministério reportou em nota a suspensão temporária de exportação de carne bovina do Brasil à China, Irã, Jordânia e Tailândia.

Além da Rússia que implementou, na mesma quinta-feira (2), um embargo contra a carne vinda do Pará, estado que apresentou o caso da doença.

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Confirmação da doença atípica

A doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), identificada no dia 20 de fevereiro em Marabá, no Pará, foi diagnosticada como atípico tipo H. Segundo o comunicado, o ministério – que já suspeitava do caso ser atípico – adotou as medidas sanitárias logo após a detecção da doença.

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“Por se tratar de um caso atípico, ou seja, ocorrido por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade e com todas as providências sanitárias adotadas prontamente, o Ministério da Agricultura e pecuária está adotando imediatamente as providências, de acordo com os protocolos sanitários, para que as exportações da carne bovina brasileira sejam restabelecidas o mais breve possível”, disse o comunicado do ministério.

Em seguida da confirmação do teste, o ministro da pasta, Carlos Fávaro, contatou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atualizou as informações à OMSA e às autoridades chinesas, informou a nota.

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Fávaro também reiterou o apoio do governo: “Ressalto que a rapidez, eficiência e a transparência solicitada pelo presidente Lula foi fundamental. Agradeço à nossa equipe e a do governo do Pará, Helder Barbalho, que nos permitiu uma atuação rápida desde a identificação do caso”. 

Quatro países suspendem importação de carne no Brasil após mal da vaca louca; caso é confirmada como atípico
Brasil passou por suspensão total para quatro países e parcial na Rússia /Foto: Reprodução

O Brasil nunca registrou um caso típico da doença, ou seja, um caso clássico de infecção de ingestão de alimento contaminado, que interferia e prejudicaria a carne bovina brasileira e as relações de comércio com os países.

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Suspensão de importação

A exportação da carne bovina à China foi suspensa no dia 23, uma vez que o Brasil e o país parceiro têm um acordo de auto embargo, efetuado em 2015, que firma a suspensão voluntária de vendas nos casos da doença.

Após o resultado do teste, o ministro Carlos Fávaro comunicou que uma reunião virtual com o governo chinês irá ser marcada.

Além da China, cujo anúncio de embargo não era necessário, Irã, Jordânia e Tailândia também suspenderam a importação da carne bovina de todo Brasil.

“China, Tailândia, Irã e Jordânia estão com as importações de carne bovina de todo Brasil temporariamente suspensas e a Rússia apresentou embargo à carne bovina exportada do Pará. No estado, há apenas uma planta frigorífica habilitada no Serviço de Inspeção Federal (SIF) para exportar para a Rússia”, informou o comunicado.

Já a Rússia adotou medidas sanitárias mais brandas, colocando impeditivos somente na carne originária do Pará, estado em que atualmente só existe uma companhia frigorífica com propriedades para exportar o produto para o país europeu.

Segundo a Resolução do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Federação da Rússia, “a carne bovina desossada proveniente do Estado do Pará e embarcada a partir de 01/03/2023 deve ser acompanhada com o certificado veterinário correspondente a o anexo contendo as garantias de que os produtos foram obtidos de bovinos com menos de 30 meses de idade durante o abate”.

O órgão especificou que a carne deve estar acompanhada com um documento assinado e carimbado pelo médico veterinário responsável pela emissão do mesmo certificado.