Cemig (CMIG4) se prepara para privatização e projeta investimento de R$ 42,2 bi até 2027
Os planos foram revelados pelo presidente do Conselho de Administração da empresa
Em uma reunião pública com investidores nesta segunda-feira (27), o presidente do Conselho de Administração da Cemig (CMIG4), Márcio Utsch, afirmou que a empresa está preparando um eventual plano de privatização e que busca a abordagem do assunto pelo governo.
Além disso, a elétrica também publicou no dia de hoje seu Plano de Investimentos previsto entre os anos de 2023 e 2017, em Fato Relevante, que indica um aporte total de R$ 42,2 bilhões até o fim do período.
Cemig se prepara para privatização
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está se preparando internamente para dar início ao processo de privatização, segundo Utsch. As informações foram dadas durante o “Cemig Day”, um evento público organizado pela empresa para se comunicar com investidores.
Além do executivo, o atual presidente (CEO) da empresa, Reynaldo Passanezi, também estava presente. Eles confirmaram que esforços estão sendo feitos para que a pauta seja abordada pelo governo de Minas Gerais na Assembleia Legislativa do Estado com urgência.
Segundo Utsch, algumas decisões foram tomadas ao longo dos últimos anos com o objetivo de “limpar” a agenda dos administradores da elétrica, o que, por consequência, permite que os profissionais possam se concentrar no plano de privatização.
“Fomos limpando essas pautas e a nossa cabeça voltou mais para a gente tentar cada vez mais… focar em Minas, sair de ativos de baixa rentabilidade ou até rentabilidade negativa… isso permitiu que a gente voltasse mais o trabalho para privatização…”, afirmou o executivo.
Durante os últimos anos, a companhia realizou desinvestimentos de participações em outras empresas, como no caso da Renova e da Light.
Isso faz, de acordo com presidente do Conselho de Administração da Cemig, com que o ambiente esteja mais “favorável” para a aprovação do processo. Ele diz crer, ainda, que o processo deve sair “neste mandato”.
Para o CEO da companhia energética, o projeto seria extremamente positivo para a empresa. “É muito bom para a Cemig passar por um processo de privatização, se transformar em uma corporação. Irá gerar valor”.
Segundo o executivo, isso faria com que a Cemig se livrasse dos problemas relacionados à gestão estatal. “Esse processo de criação de valor se acelera ainda mais em um movimento em que a gente tenha que virar corporation, eventualmente ser privatizada”, completou.
Apesar disso, ainda não se sabe qual modelo de privatização a empresa poderá adotar caso o processo seja aprovado legislativamente.
Os planos, no entanto, já existem desde o último mandato do governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, mas não obtiveram sucesso em tramitar através do legislativo até o momento.
Diante das informações dadas pelos executivos da empresa, as ações da Cemig (CMIG4) se valorizaram durante o pregão desta segunda-feira (27), somando por volta das 14:40 horas (horário de Brasília) uma alta de 2,07%, aos R$ 10,85.
Plano de investimentos
Além de organizar o evento público para investidores, a empresa também publicou suas projeções de investimentos.
De acordo com o documento divulgado pela Cemig, a expectativa é de que um total de R$ 42,2 bilhões sejam investidos entre os anos de 2023-2027. Este seria, segundo o Fato Relevante “[…] o maior investimento da história da Companhia”.
O valor total seria dividido entre aportes para os segmentos de de distribuição (R$ 18,4 bilhões), geração (R$ 14,4 bilhões), transmissão (R$ 3,5 bilhões), geração distribuída (R$ 3,2 bilhões), gás natural (R$ 2,3 bilhões) e Inovação e TI (R$ 1,4 bilhão).
No documento, a empresa reforça seu “compromisso de focar em Minas Gerais, principalmente na geração, transmissão e distribuição de energia, prestando um serviço de excelência ao cliente com segurança e máxima eficiência […]”.
Ele foi, por fim, assinado pelo Diretor de Finanças e Relações com Investidores da elétrica, Leonardo George de Magalhães.