Natura (NTCO3) vende Aesop para L’Oréal por US$ 2,5 bilhões
A empresa de cosméticos brasileira deve se concentrar na América Latina neste momento, que é um de seus maiores compradores
A empresa brasileira de cosméticos Natura (NTCO3), vendeu uma de suas marcas de luxo, Aesop, para a multinacional francesa, L’Oréal, nesta terça-feira (4).
No segundo trimestre de 2022, a Natura já havia demonstrado interesse em vender a marca de origem australiana.
Venda para L’Oréal
A informação da venda da marca foi dada em setembro do ano passado pela Reset, entretanto, o grupo havia negado a negociação. Após estudos, neste este mês após estudos foi que o grupo disse em nota que faria negócio com a empresa de cosméticos francesa.
No entanto, a Natura também afirma que a venda da Aesop pode ajudar a empresa de cosméticos no processo de endividamento do grupo.
De acordo com o CEO da Natura, o objetivo de ter vendido a marca para a L’Oréal foi para que a empresa de cosméticos pudesse reestruturar seu posicionamento estratégico desde que ele chegou à empresa.
Desta forma, devido a Aesop não fazer parte do negócio central do grupo Natura que a marca se tornou uma opção mais viável para venda e ajuda na recuperação da saúde financeira do grupo.
A L’Oréal pagará cerca de US$ 2,525 bilhões pela Aesop, até o momento a transação ainda pode passar por aprovações regulatórias e deve ser concluída ainda no terceiro trimestre de 2023. Em real a venda da marca fica no total de R$ 12,79 bilhões.
A L’Oréal é conhecida por ser dona de marcas como Garnier, Lancôme, Biotherm, Kérastase e Vichy, além da própria L’Oréal. No Brasil, a empresa é dona também da marca Niely.
Aesop
No ano de 2013, a Natura havia comprado cerca de 65% da Aesop, por US$ 71,6 milhões, ampliando cerca de 100% da marca em 2016. De acordo com o valor de mercado atual, a Natural possuía cerca de R$ 18,6 bilhões, em uma operação correspondente a 65% no total.
De 2012 a 2022, a Aesop foi responsável por cerca de até US$ 537 milhões de vendas brutas na Natura. As lojas da marca passaram de 52 a 395, se expandindo geograficamente de 8 para 29 mercados. Em 2022, a marca também havia conquistado sua primeira loja fisica na China, se expandindo na categoria de fragrâncias.
O CEO da Natura & Co, Fabio Barbosa, disse em nota que: “A venda da Aesop marca um novo ciclo de desenvolvimento para a Natura & Co. Com uma estrutura financeira fortalecida e um balanço desalavancado, a Natura & Co, poderá aprofundar o foco em suas prioridades estratégicas, especialmente em seu plano de investimentos na América Latina”.
“(…) Também poderemos nos concentrar em continuar aprimorando os negócios da The Body Shop e reorientar a presença da Avon International”, finaliza Barbosa.
Natura
A Natura vem se reestruturando com a chegada do CEO no Natura & Co, que era ex-presidente do Santander Brasil e do Grupo Abril, além da venda da Aesop, a empresa de cosméticos disse que seu objetivo central é reduzir a presença geográfica dos negócios devido aos resultados negativos que vem passando recentemente.
No quarto trimestre de 2022, a dívida líquida da Natura & Co chegou a 6,30 vezes contra 3,06 vezes no ano anterior.
Já as ações da Natura chegaram a subir no total de 16,9% neste ano, após a nova gestão de Fabio Barbosa. No entanto, após o anúncio da venda da Aesop ao mercado, ontem (3), as ações da Natura fecharam em alta de 2,8%, com sua quarta maior valorização na B3.
Com a venda da Aesop para a L’Oréal, a Natural afirma que pretende dar foco a The Body Shop, marca de cosméticos que foi comprada pelo grupo da L’Oréal, assim como também da Avon.
Em comunicado a Natura disse que: “A transação irá suportar a desalavancagem financeira da Natura &Co e posicioná-la para focar em suas prioridades estratégicas, especialmente na integração na América Latina, assim como na otimização geográfica da Avon Internacional e melhora contínua da The Body Shop, com rígida disciplina financeira”.
A empresa de cosméticos divulgou a compra da Aesop para a L’Oreal através de uma teleconferência para os acionistas, analistas, investidores e o mercado em geral, para que assim o grupo pudesse falar mais sobre a transação.
De acordo com os analistas, a Natura deve se concentrar na América Latina neste momento, que é um de seus maiores compradores.