Salto do Ibovespa, dia agitado nos EUA e o que mais movimentará o mercado nesta quarta
Após uma terça-feira agitada, os mercados brasileiros devem continuar refletindo os últimos acontecimentos que fizeram com que o principal índice da bolsa de valores, o Ibovespa, desse um grande salto durante o último pregão. O desempenho foi puxado principalmente pela divulgação da inflação oficial do país, que veio abaixo do esperado.
O recuo da inflação acumulada em 12 meses para 4,65%, o seu menor nível desde janeiro de 2021, levou o IPCA para dentro da margem de tolerância da meta para este ano e fez com que a bolsa reagisse positivamente, fechando em uma alta de 4,29%, aos 106.213 pontos – maior alta diária em mais de seis meses.
Os dados de inflação também surtiram efeitos na cotação do dólar à vista. Nesta terça (11), a moeda norte-americana voltou a ser negociada a R$ 4,98 pela primeira vez em mais de dois meses e encerrou o dia com o seu menor valor desde junho do ano passado. A queda diária foi 1,16%, a R$ 5,007.
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2. Mercado eleva aposta de corte na Selic
Por ser um dos grandes balizadores para a definição da taxa Selic, os novos números do IPCA surtiram efeito também nas projeções do mercado quanto à possibilidade de um corte nos juros ainda esse ano. O recuo da inflação acumulada fez com que a chance de uma redução de 0,25 ponto percentual em junho voltasse à tona.
Um possível corte na reunião do meio do ano havia sido descartado ainda durante o último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adotou um discurso mais duro quanto a uma redução ainda em 2023.
3. Em meio a expectativas, EUA divulga dados de inflação e ata do Fed
Nos Estados Unidos, o dia também será agitado, com a expectativa do mercado financeiro para a divulgação do Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) referente ao mês de março e da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). O consenso do mercado previa que a inflação norte-americana ficasse em 5,1%, no entanto, o Departamento de Trabalho anunciou que o CPI acumulado ficou em 5,0%, atingindo o nível mais baixo desde maio de 2021.
Além disso, os investidores também esperam que isso reflita nas próximas reuniões do Fomc, e a divulgação da ata do último encontro fará com que o mercado possa entender quais são os pensamentos do Federal Reserve que o levaram a aumentar mais uma vez os juros, buscando ainda pistas sobre os próximos passos do banco.
4. Fim da isenção de imposto de importação
Depois de se popularizar nos últimos anos, a compra de encomendas vindas do exterior deixará de contar com a isenção do imposto de importação para pedidos de até US$ 50 (R$ 250, na cotação atual). A medida que será adotada pelo governo Lula visa acabar com o “contrabando digital”, que trata de possíveis fraudes cometidas por empresas de comércio eletrônico.
Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um novo pacote fiscal com o intuito de arrecadar cerca de R$ 150 bilhões a mais para cumprir com as metas propostas no novo arcabouço fiscal. No pacote, a tributação de plataformas de varejo internacionais podem arrecadar até R$ 8 bilhões.
5. Bitcoin sustenta alta e pode subir mais com CPI dos EUA
Depois de atingir a marca dos US$ 30 mil na manhã da última terça (11), o Bitcoin continua estável na sua marca que não era alcançada desde junho do ano passado e fica de olho agora nas novas divulgações que podem mexer com o rumo da economia norte-americana como os dados de inflação e a ata do Fomc.
De acordo com Garry Krugljakow, fundador do 0VIX, um protocolo de código aberto para empréstimos em finanças descentralizadas (DeFi), se a inflação atingir os 5,1% que é esperado pelo mercado ou se manter próximo dessa marca, o ritmo de alta deve se manter nos próximos dias.