PIB da China cresce 4,5% no primeiro trimestre de 2023 e supera previsão – ESTOA

PIB da China cresce 4,5% no primeiro trimestre de 2023 e supera previsão

A estimativa dos analistas consultados pelo Wall Street Journal era de uma alta de 4%. A aceleração é decorrente do fim das rígidas restrições da Covid-19


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O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,5% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas nesta terça-feira (18).

O resultado superou as estimativas de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que esperavam alta de 4%. Na comparação trimestral, o resultado dos primeiros três meses de 2023 apresentou crescimento de 2,2%.


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Recuperação econômica

A aceleração na recuperação econômica do país no primeiro trimestre, deve-se ao fim das rígidas restrições da Covid-19. A segunda maior economia do mundo estava em uma crise pandêmica paralisante, embora alguns percalços ainda persistam. 

No ano passado, o PIB do país cresceu apenas 3%, perdendo a meta oficial de crescimento de cerca de 5,5%, em decorrência da abordagem de Pequim para erradicar o coronavírus, causando estragos nas cadeias de suprimentos e afetando de forma considerável os gastos do consumidor.

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As autoridades desistiram da política Covid Zero em dezembro, após os protestos de rua em massa tomarem conta do país e o governo local ficar sem dinheiro para arcar com as inermes contas da Covid.

A recuperação da China até o momento permaneceu desigual, em relação ao consumo, serviços e gastos com infraestrutura se recuperando, enquanto há desaceleração nos preços e aumento nas poupanças bancárias, levantando dúvidas sobre a demanda.

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Pequim prometeu intensificar o apoio à economia à medida que se recupera de um de seus piores desempenhos em quase meio século, no ano passado, devido às restrições da pandemia.

PIB da China apresenta crescimento de 4,5% no primeiro trimestre de 2023 /Foto: Dilok Klaisataporn/Shutterstock

Na reunião do Congresso Nacional do Povo, realizada no mês passado, o parlamento carimbado do país, o governo estabeleceu um plano de crescimento cauteloso para este ano, com meta de PIB em torno de 5% e meta de geração de empregos de 12 milhões.

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O Banco Central da China disse na semana passada que manterá ampla liquidez, estabilizará o crescimento e os empregos e irá se concentrar na expansão da demanda. 

Nesta segunda-feira, o Banco Central estendeu o suporte de liquidez aos bancos por meio de sua linha de crédito de médio prazo, mas manteve a taxa desses empréstimos inalterada, uma indicação de que as autoridades não estão muito preocupadas com as perspectivas de crescimento imediato.

Bancos de investimento e organizações internacionais atualizaram as previsões de crescimento da China, à medida que sua recuperação econômica ganha força. 

No relatório World Economic Outlook divulgado na semana passada, o FMI disse que a China está “se recuperando fortemente” após a reabertura de sua economia. A estimativa é que ela deve crescer 5,2% este ano e 5,1% em 2024, previu o órgão.


Atividades de maiores impactos

As vendas no varejo subiram 10,6% em março, superando as expectativas de crescimento de 7,4%, já a produção industrial subiu 3,9%, ligeiramente abaixo das projeções de 4%.

Em relação a investimento em ativos fixos acumulado no ano, subiu 5,1% em comparação ao ano anterior, também abaixo das estimativas de crescimento de 5,7%.

A economia cresceu 2,9% no quarto trimestre de 2022. A inflação ao consumidor da China atingiu uma baixa de 18 meses no início deste mês. Seguido pelas exportações da China, que se recuperaram inesperadamente em março, marcando um salto surpreendente de 14,8% após uma queda de 6,8% no mês anterior.

O país também obteve um superávit comercial de US$ 88 bilhões, ficando acima das expectativas de um superávit de US$ 39 bilhões.

O economista-chefe do China Minsheng Bank, Wen Bin, disse em nota que “as atuais preocupações do mercado com a deflação refletem amplamente as preocupações sobre a força e a sustentabilidade da recuperação econômica”.

“Após a otimização da prevenção e controle da epidemia, o lado da produção basicamente voltou ao nível pré-epidêmico, mas o momento do lado da demanda ainda é fraco”.