Ações do First Republic Bank desabam com notícias de que saques atingiram US$ 100 bi no 1T23
Com isso, a instituição poderia dar continuidade à crise do setor bancário
As ações do First Republic Bank (FRB) desabaram em 49% durante o pregão da última terça-feira (25) após notícias de que os clientes da instituição chegaram a sacar cerca de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 504,1 bilhões) no primeiro trimestre de 2023.
A reação dos usuários da instituição bancária foi gerada pela recente crise do setor bancário, composta pela quebra dos maiores bancos norte-americanos. Isso pode fazer com que o FRB seja mais um dos afetados pelo cenário desfavorável.
Durante a sessão desta quarta-feira (26), os ativos do First Republic ainda refletem o pessimismo em relação às notícias dos saques.
Saques atingem US$ 100 bilhões
Os dados foram divulgados no balanço trimestral da instituição bancária, publicado na última segunda-feira (24).
Eles indicam, dessa maneira, que em meio à crise com maior relevância desde a enfrentada em 2008, com a falência do Lehman Brothers, seus clientes sacaram aproximadamente US$ 100 bilhões.
A perda é mais que o triplo do aporte de US$ 30 bilhões feito na instituição por diversos credores, como Bank of America, JPMorgan, Wells Fargo e outros oito bancos. O esforço foi feito para que as companhias evitassem a perda de liquidez e, assim, salvassem o First Republic da falência.
Ainda durante a crise dos grandes bancos, em março deste ano, o FRB era alvo de desconfianças do mercado, que atingiam a esmagadora maioria das empresas que compunham o grupo de instituições bancárias.
Naquele mês, os ativos do First Republic somaram uma queda de 88,63%, indo de US$ 123,01 para US$ 13,99. O derretimento das ações, na época, apenas piorou a situação, que já estava tomada pelo temor dos players do mercado financeiro.
Em meio à situação, o FRB solicitou, ainda, um empréstimo de US$ 92 milhões ao Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, e a outros grupos ainda durante o primeiro trimestre deste ano.
Anteriormente, o presidente da autoridade monetária norte-americana, Jerome Powell, e a secretária do Tesouro do país, Janet Yellen, afirmaram que apoiariam o grupo de empresas e que os investidores
Apesar disso, em seu relatório de desempenho trimestral, a instituição bancária afirmou estar buscando estratégias para contornar a retirada de valores.
Dentre as medidas, a empresa anunciou o desenvolvimento de um “pacote de sobrevivência”, incluindo a redução de empréstimos tomados para cobrir os saques, uma diminuição no seu balanço de ativos e o aumento de depósitos segurados pelo Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC).
Outra decisão adotada seria a diminuição em até 25% do seu quadro de colaboradores.
De acordo com a CNBC News e a Reuters, o banco visa, ainda, desenvolver um “bad bank”, instituição que separa ativos financeiros com base em sua qualidade, visando sua reestruturação.
Dados do terceiro trimestre
Além disso, de acordo com o documento publicado pela instituição, o total de depósitos durante o primeiro trimestre deste ano totalizou os US$ 104,5 bilhões, contando com o aporte das instituições bancárias.
Ações derreteram
Diante das notícias, as ações do banco derreteram ao fim do pregão de ontem (25), finalizando o dia com uma queda de 49%, refletindo o pessimismo do mercado financeiro.
As quedas, no entanto, continuam. Durante a sessão de negociações de hoje (26), os ativos do First Republic Bank (NYSE: FRC) atingiram, por volta das 14:00 horas (horário de Brasília), uma queda de 23,32%, negociados aos US$ 6,21.
Isso fez com que a companhia somasse, desde o início deste ano, uma desvalorização de 94,75%.