JPMorgan compra First Republic Bank após falência
Oferta visa desacelerar a crise bancária iniciada em março
O JPMorgan Chase & Co afirmou a compra de ativos do First Republic Bank nesta segunda-feira (1°), após mediação pelo órgão governamental dos Estados Unidos Federal Deposit Insurance Corp (FDIC), o correspondente ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no Brasil.
Em sequência do recuo de cerca de 49% de suas ações na última terça-feira (25), o First Republic Bank foi fechado nesta segunda pelo Departamento de Proteção Financeira e Inovação da Califórnia (DFPI), com seu comando entregue ao FDIC.
Logo acertada pelo órgão, a oferta, que visa aliviar a crise do setor bancário iniciada há dois meses, prevê a transferência de todos os depósitos e todos os ativos do First Republic para o JPMorgan.
Como parte do acordo, a agência de depósito do país (FDIC) irá receber US$ 10,6 bilhões (cerca de R$ 53,5 bilhões) do JPMorgan pelo seu papel de intermediário.
Sediado em São Francisco, o First Republic Bank é o terceiro maior credor dos Estados Unidos, sendo esta a segunda maior instituição bancária da região a falir em sequência dos episódios de março – do Silicon Valley Bank (SVB), Signature Bank e Silvergate Bank.
Com destaque europeu à falência do suíço Credit Suisse, comprado pelo rival UBS.
JPMorgan compra em leilão First Republic Bank
Entre disputas de controle, o JPMorgan comprou a maioria dos negócios do First Republic em leilão realizado neste último final de semana, oferta liderada e forçada pela instituição de regulamentação bancária dos EUA.
Deste modo, a organização sediada em Nova York irá assumir cerca de US$ 30 bilhões em títulos, US$ 173 bilhões em empréstimos e US$ 92 bilhões em depósitos. A maior instituição bancária do país, deste modo, assumirá substancialmente todos os ativos do First Republic, uma vez que o acordo inclui todos os depósitos de clientes comuns, e não passivos e ações preferenciais do banco.
“A FDIC estima que o custo para o Fundo de Seguro de Depósito será de cerca de US$ 13 bilhões. Esta é uma estimativa e o custo final será determinado quando o FDIC encerrar a administração judicial”, declarou o órgão regulador do governo dos EUA.
Espalhados em oito estados dos EUA, os 84 escritórios do First Republic Bank serão reabertos como agências do JPMorgan. Da mesma forma que os clientes do banco irão agora fazer parte da carteira do JPMorgan.
Crise no setor bancário
Em contexto de incerteza e insegurança bancária, as ações do First Republic derreteram cerca de 49%, na última terça-feira (25), após o anúncio que os clientes da organização sacaram aproximadamente US$ 100 bilhões no primeiro trimestre de 2023.
Com a quebra consecutiva de bancos norte-americanos, e um na Suíça, o First Republic é a quarta instituição dos EUA do setor a falir desde março.
Na última sexta-feira (28), as ações do banco fecharam o pregão com uma cotação de US$ 3,51, uma queda de 97% em relação ao valor cotado no mesmo período de 2022.
A compra do banco, por esta razão, foi algo positivo para o Departamento do Tesouro dos EUA, que se diz animado com a solução de menor custo, segundo um porta-voz.
A aquisição demonstra, de acordo com o Tesouro, a firmeza do sistema bancário dos EUA, ao permanecer sólido e resiliente.
“Isso agora está chegando ao fim, e espero que ajude na estabilização”, afirmou Jamie Dimon, presidente e diretor-executivo do JPMorgan, em conferência pela internet com jornalistas. “Nosso governo nos convidou e a outros para reforçar o banco, e nós o fizemos”, acrescentou Dimon ao dizer que a oferta articula “minimizar os custos para o Fundo de Seguro de Depósito”.
Assim como o presidente dos EUA, Joe Biden, que ressaltou a operação do sistema bancário do país em evento na Casa Branca. “Essas ações vão garantir que o sistema bancário esteja são e salvo”, afirmou ao concluir sua convocação à regulamentação e supervisão mais rígida dos bancos.