Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 6,03% em 2023
Apesar disso, as expectativas para 2024 foram reduzidas
De acordo com o Boletim Focus, publicado pelo Banco Central nesta segunda-feira (15), o mercado financeiro elevou suas expectativas para a inflação, medida oficialmente pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), neste ano.
Apesar disso, para 2024, as projeções foram reduzidas. Nesta semana, ainda, devem começar as discussões políticas acerca do novo arcabouço fiscal do Brasil.
Projeção da inflação
Segundo o documento publicado, as instituições financeiras e especialistas consultados pelo Banco Central elevaram sua projeção para a inflação neste ano de 6,02% para 6,03%.
Nesta semana, juntamente com o avanço das perspectivas, as discussões políticas que devem culminar na votação do novo arcabouço fiscal vão se iniciar. O processo gera visões positivas sobre o cenário econômico.
Dessa maneira, o texto deve ser encaminhado até a próxima sexta-feira (14) ao Congresso Nacional. Apesar disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (15) com ministros para discutir sobre o projeto.
Além de líderes partidários, encontram-se os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT); da Fazenda, Fernando Haddad (PT); e de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
A proposta do Orçamento para o ano que vem também deve ser encaminhada à casa até o fim desta semana.
Apesar da elevação a curto prazo das expectativas acerca do IPCA, indicador oficial da inflação brasileira, as projeções para 2024 foram reduzidas, passando de 4,16% para 4,15%.
O patamar esperado está dentro da meta da inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 3,25%, com tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Isso faz com que ela seja considerada formalmente cumprida se finalizar 2023 entre 1,75% e 4,75%.
Não houveram alterações, no entanto, para os anos de 2025 (4,00%) e 2026 (4,00), que permanecem os mesmos há, respectivamente, sete e oito semanas consecutivas.
Além disso, as apostas para a taxa Selic, os juros básicos da economia, neste ano também continuam inalteradas, em 12,50% há quatro edições seguidas.
Em sua última reunião, celebrada entre os últimos dias 2 e 3 de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC optou por manter o custo dos empréstimos aos 13,75% ao ano pela sexta vez seguida.
O mercado financeiro também escolheu manter as estimativas para os anos de 2024 (10,00%) e 2025 (9,00%), respectivamente, pela décima terceira e décima quarta edição seguida.
Arcabouço fiscal
Com o encontro com o Presidente da República, é esperado que o arcabouço fiscal passe a semana em votação. Assim, o relator do projeto, Cláudio Cajado (PP-BA) deve apresentar o projeto à Câmara no dia de hoje.
Apesar de não compartilhar detalhes sobre o texto da âncora fiscal, o deputado vem afirmando que o trabalho deve se basear em dois pilares: o superávit primário e a limitação de despesas do Governo Federal.
PIB
As expectativas para o crescimento econômico, medido pela variação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, também foram alteradas. Para 2023, a projeção foi alterada de 1% para 1,02%.
Em ambos os anos de 2024 e 2025, as instituições e especialistas consultados pelo BC diminuíram suas projeções para, respectivamente,1,38% e 1,70%.
Para 2026, as apostas se mantiveram as mesmas pela sexta edição seguida do Boletim Focus.
Câmbio
Para este ano, os especialistas esperam que o dólar chegue ao fim do ano aos R$ 5.20 pela terceira semana seguida.
As projeções para os anos de 2024 e 2025, por sua vez, foram reduzidas, ambas de R$ 5,25 para R$ 5,20.
Para 2026, o último ano para o qual os especialistas divulgam suas projeções, as apostas se mantiveram inalteradas, aos R$ 5,30.