S&P Global eleva perspectiva de crédito do Brasil pela primeira vez em quatro anos – ESTOA

S&P Global eleva perspectiva de crédito do Brasil pela primeira vez em quatro anos

Estabilidade de fiscal e monetária são destacadas


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A S&P Global, uma agência de classificação de risco, divulgou na última quarta-feira (14) sua decisão de elevar a perspectiva da nota de crédito no Brasil. Assim, a classificação do país passa de “BB-” estável para positiva.

Esta é, ainda, a primeira elevação realizada pela instituição em cerca de quatro anos. Ainda foram citadas a “estabilidade fiscal e monetária” do país.

Ainda no dia de ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a melhora, cobrando ação do Banco Central do Brasil, liderado por Roberto Campos Neto.

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S&P eleva perspectiva

A revisão positiva se deu, de acordo com a instituição, mediante à uma “maior certeza sobre políticas fiscais e monetárias”, mesmo considerando os “déficits fiscais ainda muito grandes”.

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O medidor de nota de crédito indica a possibilidade de o Governo honrar com o pagamento de suas dívidas, refletindo a visão dos investidores de outros países sobre a economia brasileira.

Imagem ilustrativa/Foto: Freepik | Edson de Souza Nascimento

Dessa forma, uma classificação positiva representa uma avaliação otimista quanto aos compromissos financeiros da União, e vice-versa.

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Além disso, a agência também citou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e a proposta do novo arcabouço fiscal que, juntos, poderiam reduzir a dívida pública em níveis menores do que as projeções.

Isso poderia, para o S&P, “apoiar a flexibilidade monetária e sustentar a posição externa líquida do país”.

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A agência, no entanto, voltou a fazer críticas sobre o andamento da expansão do Brasil. Para a instituição, o motivo que impede o Brasil de crescer em um “ritmo mais rápido e consistente” seria a sua incapacidade de lidar rapidamente com “deficiências econômicas”.

Isso, em sua visão, faz com que a nação não apresente um nível de crescimento similar a outros países de “mercados emergentes”.

Assim, o Brasil permanece no nível de avaliação “BB” desde o ano de 2020, que reúne países que apresentam uma menor vulnerabilidade no curto prazo, mas que ainda sim sofrem com problemas financeiros e econômicos.

O texto ainda alerta para a possibilidade de uma nova revisão à estável dentro de um período de dois anos. 

A revisão negativa poderia ser feita caso a implementação do arcabouço político não seja satisfatória ou seu desempenho seja fraco, aumentando o endividamento do país e, consequentemente, limitando a expansão da economia brasileira.


Haddad comemora revisão positiva

Logo após a divulgação da elevação da nota de crédito do país, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, comemorou a decisão.

Em sua página no Twitter, Haddad destacou o desempenho positivo da economia durante os primeiros meses do ano.

Logo após a publicação por parte da S&P, o ministro concedeu uma entrevista à jornalistas. Nela, ele afirma que a revisão é “modesta, mas importante para mudar viés”.

Além disso, Haddad afirmou que não teria “cabimento” o Brasil não ter grau de investimento, mas garantiu que este seria retomado. “Depois da reforma tributária, subiremos mais um degrau”, disse.

Ainda em entrevista, ele citou os trabalhos em conjunto ao Legislativo e ao Judiciário”[…] sem a compreensão do presidente Arthur Lira, do presidente Pacheco e também do STJ, do STF, que têm se sensibilizado com a agenda da Fazenda, da área econômica em geral, nós não íamos ter essa sinalização”.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

No entanto, o líder da Fazenda ainda aproveitou para criticar a autoridade monetária do Brasil quando questionado se a revisão poderia ter efeito na redução da taxa Selic, os juros básicos da economia, atualmente em 13,75% ao ano.

“Eu falava de harmonização há pouco, os três Poderes se harmonizando. Está faltando aí o Banco Central se somar a esse esforço. Mas eu quero crer que nós estejamos prestes a ver isso acontecer”.