Ibovespa abre em queda após manutenção dos juros por parte do BC – ESTOA

Ibovespa abre em queda após manutenção dos juros por parte do BC

Além de manter o custo dos empréstimos, o Banco Central não deu indícios de cortes futuros


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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, abriu em queda logo após a decisão do Banco Central do Brasil de manter a taxa de juros aos 13,75% pela sétima vez consecutiva.

Além de decidir pela manutenção do custo dos empréstimos, a autoridade monetária também não sinalizou cortes futuros.


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BC mantém Selic

Logo após o pregão de ontem (21), o Banco Central anunciou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, patamar em que se encontra desde o mês de junho do ano passado.

Além de afirmar que o cenário econômico exige “cautela e parcimônia”, a medida da autoridade monetária também vai contra a pressão realizada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que cortes sejam feitos.

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Apesar disso, a decisão, unânime entre os membros do Comitê, já era esperada pelo mercado financeiro. Para a maior parte dos analistas e investidores, o primeiro corte só deve ocorrer na próxima reunião do colegiado do Copom, em agosto deste ano.

Banco Central do Brasil/Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Em comunicado publicado na última quarta, a autoridade monetária descartou a mensagem que falava sobre a possibilidade de elevar ainda mais os juros, informou o jornal Folha de S. Paulo.

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O BC ressalta, também, ser necessário “paciência e serenidade”. “A estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado tem se mostrado adequada para assegurar a convergência da inflação”, completa.

Mesmo não dando indícios sobre os próximos passos da política monetária, o Banco Central afirmou que eles dependerão da “evolução da dinâmica inflacionária”, citando os itens mais vulneráveis às mudanças na política monetária.

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Durante o primeiro semestre do ano, a inflação do Brasil tem apresentado quedas. Em maio deste ano, o acumulado de 12 meses apresentou uma alta de 3,94%.


Apesar disso, o mercado ainda aposta que os níveis inflacionários voltariam a subir durante o segundo semestre de 2023, superando os 5,10%.

O número fica acima da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25% com margem de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo, considerada formalmente cumprida caso fique entre 1,75% e 4,75%.

Pressões para redução dos juros

Além da pressão política exercida pelo presidente da República e seus ministros, outras áreas também se manifestaram a favor de cortes no custo dos empréstimos. 

Luiza Heleno Trajano, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, o chamado “Conselhão”, e líder do Magazine Luiza, divulgou uma carta aberta a favor da redução.

Luiza Heleno Trajano, líder do Magazine Luiza/Foto: Sérgio Lima/Poder360

Na última terça-feira (20), ainda, centrais sindicais promoveram uma manifestação em frente ao prédio do Banco Central em São Paulo, mostrando posicionamento favorável à corte.

Ibovespa abre em queda

Diante da posição negativa do Banco Central, mas esperada pelo mercado financeiro, o Ibovespa abriu o pregão desta quinta-feira (22) em queda.

O principal índice da bolsa soma, desta maneira, uma desvalorização de 1,56% às 14:53 horas (horário de Brasília), aos 118,5 mil pontos.

A variação negativa ocorre logo após a bolsa fechar com uma pontuação de 120,4 mil, o maior fechamento desde o dia 4 de abril de 2022. O saldo, até então, é positivo para o mês de junho, com uma alta acumulada de cerca de 7%.

Nesta quinta, as quedas são lideradas pela Ez Tec (EZTC3), com desvalorização de 7,57%; Magazine Luiza (MGLU3), com queda de 7,18%; e MRV Engenharia (MRVE3), que caiu em 6,72%.