Membros do BCE se reúnem em Sintra para discutir futuro aperto monetário

Nesta segunda-feira(26), o Banco Central da Europa (BCE), realiza um encontro entre seus membros em Sintra, Portugal, com o objetivo de discutir sobre um futuro aperto monetário. 

Além da inflação, os líderes também discutem sobre as recentes quedas na economia dos 20 países da zona do euro, após alguns dos principais países entrarem em uma recessão. 

Reunião em Sintra

A reunião ocorrerá entre os dias 26 e 28 de junho, na qual os chefes dos bancos centrais puderam apresentar choques de ofertas, política fiscal e balanços patrimoniais. 

Outra pauta que pode ser discutida pelos líderes, é sobre as previsões econômicas, que ficaram fora das estimativas feitas pelo mercado, devido a reabertura da pandemia e o ataque da Rússia à Ucrânia, na qual fizeram os preços elevarem. 

Alguns líderes como Jerome Powell, do Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), o governador do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, assim como também o governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda estão presente nesses dias de reunião em Sintra.

Como grande destaque deste ano, o BCE tem como objetivo discutir sobre o aperto monetário e a zona do euro. 

Planos do BCE

Em uma última reunião em Portugal, o BCE havia aumentado os custos de empréstimos em 100 pontos-base. 

Um dos integrantes do Conselho do BCE, Gediminas Sinkus, afirma que é necessário mais uma alta de juros para que seja possível que a inflação retorne à meta estabelecida pela instituição em 2% na zona do euro. Segundo Sinkus: “que precisamos de mais uma alta, e acredito que ela ocorrerá em julho”.

No entanto, o BCE destaca que para uma alta em julho é necessário que sejam avaliados os efeitos que ainda estão em desenvolvimento sobre o aperto da política monetária.  

De acordo com o economista da Jefferies, Mohit Kumar: “Os dois principais elementos do debate são as defasagens de tempo da política monetária, que recebem as pressões dos dovish, e o fato de que o núcleo da inflação continua muito rígido, levando os hawkish a pedir novos aumentos”. 

Zona do Euro

Outro tópico que os analistas do mercado esperam para a reunião em Sintra, é sobre a queda na economia dos 20 países que compõem a zona do euro. 

A Alemanha apresentou dados, nos quais apontam que o setor de negócios do país sofreu seu nível mais baixo neste ano, em meio a uma recuperação da desaceleração da economia. 

O BoE, também presente na zona do euro, teve uma alta na inflação, que resultou em ciclo de aperto monetário, em um momento no qual a Inglaterra se aproxima de uma crise hipotecária. 

Alguns economistas esperam que haja um aumento na taxa de depósito do BCE, para 3,75%, entretanto, outros analistas projetam que seja possível ter uma outra alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião, que está marcada para setembro deste ano.

Bolsas na Europa

Com as estimativas do mercado em relação às decisões que os BCs devem tomar nas reuniões em Sintra, assim como o BCE em destaque sobre a zona do euro e o apoio monetário, alguns índices das Bolsa na Europa fecharam em queda hoje.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,08%, cerca de 452,77 pontos. Em Frankfurt, o DAX diminuiu 0,11%, no total de 15.813,06 pontos, enquanto em Paris, o CAC 40 subiu 0,29%, a 7.184,35 pontos.

Já em Londres, o FTSE 100  recuou 0,11%, a 7.453,58 pontos.  Em Lisboa, o PSI 20 teve aumento de 0,68%, cerca de 5.908,51 pontos, assim como em Madri, o Ibex 35 teve alta de 0,08%, a 9.274,00 pontos.