Focus mantém estimativa de juros em 12,25% em 2023 e projeção do PIB deste ano sobe para 2,18%
Projeção de inflação de 2023 cai após divulgação do IPCA de maio
O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC), nesta segunda-feira (26), mostrou que os economistas mantiveram suas estimativas para a taxa básica de juros. A Selic deve ficar em 12,25% ao ano em 2023; 9,5% em 2024; 9% em 2025; e 8,75% em 2026.
Seguido pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) realizado na última quarta-feira (21), que sinalizou para um corte na taxa básica de juros para setembro, e não agosto, como era esperado anteriormente.
Copom é pressionado para que se inicie o fim do aperto monetário
O Copom decidiu por manter a taxa básica de juros em 13,75% pela sétima vez seguida, conforme já era esperado pelo mercado. No entanto, a decisão ocorre em meio a pressões de governos, empresários e entidades representantes dos setores produtivos para que se inicie o fim desse ciclo.
Entre os economistas, era unânime que o colegiado iria optar pela manutenção da taxa, contudo, para uma grande parcela dos especialistas, esta será a última vez.
A expectativa de grande parte do mercado era de que o BC deveria começar a cortar os juros a partir de seu próximo encontro, no início de agosto. Contudo, no comunicado o Copom volta a mencionar “paciência e serenidade” com a condução da política monetária em relação à inflação.
Mercado financeiro reduz estimativas para inflação em 2023
De acordo com o relatório, que ouviu mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia, o mercado financeiro reduziu novamente a estimativa de inflação deste ano, indo de 5,12% para 5,06%, e passaram a prever uma alta maior do Produto Interno Bruto (PIB).
A queda na estimativa de inflação deste ano aconteceu após a divulgação do IPCA de maio, que somou 0,23%. Em doze meses até maio, a inflação oficial somou 3,94%. Os números em questão vieram bem abaixo das previsões do mercado financeiro.
Apesar do recuo na estimativa do mercado para 2023, ela ainda segue superando o teto da meta definida pelo governo, fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ela será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Caso a projeção do mercado financeiro se confirme, este será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA ficou acima do teto fixado pelo governo. Em 2022, a inflação somou 5,79%.
Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, especialmente das que recebem salários menores. Isso ocorre porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe o ritmo deste crescimento.
Crescimento da economia
A projeção do mercado financeiro para o crescimento do PIB deste ano, avançou de 2,14% para 2,18% na última semana.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
O aumento na projeção ocorreu após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, que apontou expansão de 1,9% na comparação com os três últimos meses do ano passado. O resultado ficou acima das expectativas dos economistas.
Para o PIB de 2024, a projeção subiu de 1,20% para 1,22%, enquanto a de 2025 cresceu de 1,80% para 1,83% e a de 2026 caiu de 1,99% para 1,92%.
Outras estimativas do mercado financeiro, segundo BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 ficou estável em R$ 5. Para o fim de 2024, continuou em R$ 5,10.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu de US$ 61,2 bilhões para US$ 62 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 57,8 bilhões para US$ 55,6 bilhões.