Mudança no sistema de metas de inflação, Ibovespa em alta e o que mais é destaque hoje

Nesta sexta-feira (30), os investidores deverão repercutir assuntos referentes ao mercado brasileiro e também no exterior, de olho principalmente na mudança no sistema de metas da inflação no país, que foi anunciado nesta quinta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

A expectativa pelo encontro que ocorreu na última tarde fez com que o Ibovespa voltasse a fechar um pregão em alta. Esta foi a primeira vez da semana que o principal índice da bolsa de valores encerrou o dia positivo. Ao final do pregão, o índice atingiu uma alta de 1,46%, aos 118.382 pontos. Alguns indicadores como o IGP-M divulgado ontem também auxiliaram no avanço.

Nesta sexta, além dos impactos causados pela reunião do CMN, o cenário externo também deverá registrar influência no Ibovespa, com os investidores reagindo aos resultados de inflação nos Estados Unidos e Zona do Euro.

2. Governo e CMN mudam sistema de metas de inflação 

Após expectativa do mercado, o Governo anunciou no início da noite desta quinta que o sistema de metas de inflação terá a sua formatação alterada a partir de 2025. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o fim da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que também traçou novos alvos para a meta em 2026.

A decisão faz com que o atual sistema de metas – em vigor há 24 anos – e que adotava um objetivo anual, passará para um formato de meta contínua a ser perseguida pelo BC. A alteração é considerada mais flexível e dá mais abertura para que o Copom pratique cortes nos juros futuramente.

Para 2026, a reunião do CMN definiu que o alvo a ser perseguido será de 3%, assim como em 2024 e 2025. Com a mudança, a meta será considerada cumprida caso a inflação fique dentro da margem de tolerância (1,5% a 4,5%)

Mercados nesta manhã

– Dow Jones Futuro – 34.445 (+0,26%)

– S&P 500 Futuro – 4.451 (+0,36%)

– Nasdaq Futuro – 15.171 (+0,47%)

– Ibovespa – 118.382 (+1,46%)

– Shanghai – 3.202 (+0,62%)

– Nikkei 225 – 33.189 (-0,14%)

– FTSE 100 – 7.524 (+0,71%)

*Valores consultados às 8h48.

Calendário Econômico

Confira os principais eventos econômicos desta sexta-feira:

Brasil: Dívida Líquida-PIB/Mai (8h30), Balanço e Superávit Orçamentário/Mai (8h30), Taxa de Desemprego (9h)

Alemanha: Vendas no Varejo/Mai (3h), Taxa de Desemprego (4h55)

Estados Unidos: Índice de Preços PCE/Mai (9h30), Renda e Gastos Pessoais/Mai (9h30), PMI de Chicago/Jun (10h45)

Reino Unido: PIB/1T23 (3h), Índice Nationwide de Preços dos Imóveis/Jun (3h)

Zona do Euro: IPC/Jun (6h), Taxa de Desemprego/Mai (6h), Cúpula de Líderes da UE (7h)

3. Governo cria regras para compras internacionais

Na madrugada desta sexta-feira, o Ministério da Fazenda publicou uma portaria no Diário Oficial da União com uma série de regras para compras internacionais realizadas via internet. O assunto já foi alvo de polêmica no primeiro semestre, após o governo anunciar o fim da isenção do imposto de compras no exterior de até US$ 50 e depois voltar atrás.

Agora, de acordo com as regras anunciadas na portaria, o governo deixará de cobrar o Imposto de Importação para compras de até US$ 50 feitas online, com a contrapartida de que as empresas estejam cadastradas no programa Remessa Conforme, da Receita Federal. Fazendo com que a isenção valha também para pessoas jurídicas a partir de 1º de agosto.

4. Inflação nos EUA e na Zona do Euro

Nesta sexta, os mercados internacionais passarão o dia repercutindo os dados de inflação dos Estados Unidos e da Zona do Euro. O Índice de Preços PCE de maio nos EUA deverá trazer novos detalhes sobre a política monetária do país, visto que esta é a principal referência usada pelo Federal Reserve para definir os juros.

Na Zona do Euro, a Eurostat (agência de estatísticas da União Europeia) divulgou na madrugada desta sexta novos números para a inflação do bloco em junho. Os dados preliminares apontaram para um avanço de 0,3% em relação ao mês passado, chegando a um acumulado de 5,5% nos últimos 12 meses.

5. Cresce a confiança no Bitcoin por investidores institucionais 

Depois de uma forte retomada do setor de criptomoedas nos primeiros seis meses do ano, com destaque para o Bitcoin, que cresceu mais de 80%, os investidores institucionais passaram a ter mais confiança na criptomoeda do que há um ano.

O dado foi revelado em um estudo da Binance com 208 investidores institucionais. Para 47,3% deles, o otimismo em relação ao Bitcoin nesse período, enquanto 33,2% se dizem mais otimistas com o mercado como um todo. A pesquisa revela ainda que 63,5% dos entrevistados estão confiantes de uma valorização nos próximos 12 meses.