Ações da MRV (MRVE3) recuam após anúncio de follow-on
A empresa aponta que o valor da ação ainda será calculado, entretanto, com base na cotação de seus papéis na B3
Nesta quinta-feira (6), as ações da MRV (MRVE3) caíam cerca de 0,55%, no total de R$ 12,72 às 14:37 (horário de Brasília), após a empresa ter anunciado um leilão na abertura do mercado.
A companhia havia anunciado que também lançará uma oferta pública de ações, conhecida como follow-on, com cerca de 58.640 milhões de seus papéis.
Follow-on
A MRV anunciou, nesta manhã, que pediu à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), um registro de oferta pública de distribuição primária de 58,640 milhões de de suas ações ordinárias, com uma quantidade acrescida de até 33,3%, sendo assim no valor de 19,547 milhões das novas ações.
De acordo com a empresa, a oferta pública de ações tem como objetivo utilizar a totalidade dos recursos líquidos para melhorias na estrutura de capital, que será exclusivamente na atividade de incorporação no Brasil.
No comunicado feito pela MRV, a empresa aponta que o valor da ação ainda será calculado, entretanto, com base na cotação de seus papéis na Bolsa de Valores, assim como também nas indicações de interesse em função da quantidade de demanda.
Ontem (5), no fechamento, as ações da MRV foram de R$ 12,79, devido ao preço das ações o montante total da oferta seria de R$ R$ 750.005.600, sendo assim não seria possível considerar a colocação das ações adicionais.
Segundo os pedidos da MTV para uma oferta de ações, o procedimento de bookbuilding deve ser considerado nas negociações, assim como também as demandas dos investidores profissionais, seguindo o plano de distribuição previamente acordado entre a companhia e os coordenadores da oferta.
Ações da MRV
No entanto, após o anúncio de que a empresa pediu uma oferta pública, suas ações caíram em 2,81% na B3, com as negociações suspensas até 10:10 (horário de Brasília).
As ações da construtora chegaram a ter uma das maiores altas no Brasil, após a divulgação de sua participação no projeto do governo federal, Minha Casa Minha Vida, no qual fez com que seus papéis chegassem a uma valorização de até 69,35%.
Neste período o valor dos imóveis financiáveis chegaram a subir de R$ 264 mil para até R$ 350 mil com as taxas de juros reduzidas e alguns ajustes nos subsídios.
Há algumas semanas atrás, outra construtora de imóveis populares, a Direcional (DIRR3), havia concluído uma oferta subsequente de ações, na qual teve resultados em cerca de R$430 milhões.
Opinião dos analistas
O Goldman Sachs disse que o objetivo da empresa é ter como foco o aumento da participação do programa Minha Casa Minha Vida, devido às aprovações do governo em trazer uma melhora ao programa.
“Calculamos que esse potencial aumento de capital, tudo mais constante, poderia ajudar a reduzir a alavancagem da MRV de cerca de 94% no 1T23 para entre 66% (considerando oferta + emissão de ações) para 72% (considerando oferta)”, afirma o Goldman Sachs.
A instituição disse que recomenda a venda das ações da MRV em um preço alvo de R$ 7, ou 45% abaixo do fechamento da véspera.
Já o JPMorgan diz que a oferta subsequente pode ser positiva para a MRV, devido ao alto nível de alavancagem da empresa e para melhorar sua estrutura de capital, que também pode ajudar no lucros e no Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE).
As recomendações do JPMorgan tem como foco o overweight, que é a exposição acima da média do mercado, equivalente à compra).
Por ser uma oferta pública primária, haverá uma diluição da participação acionária dos atuais acionistas. A oferta de ação ocorreu em 13 de julho, as negociações devem acontecer dia 17 na B3 e a liquidação no dia 18.
A oferta deve ser coordenada por instituições bancárias como o BTG Pactual, Banco, Banco Bradesco BBI, Banco Itaú e Banco Santander.