Shadow Banking: saiba como este grupo de empresas atua
As companhias que fogem da regulação das autoridades bancárias
Surgindo como uma rede de negociações paralela ao mercado convencional, o Shadow Banking nasce como um ambiente com pouca ou nenhuma regulação em relação à sua atividade.
Também conhecida como sistema bancário informal, esta prática pode oferecer perigos ao funcionamento do mercado convencional e gerar crises, apesar de sua popularidade.
O que é o Shadow Banking?
O Shadow Banking é um tipo de sistema financeiro composto por empresas que prestam serviços similares aos de bancos pertencentes ao mercado regular, mas que não são identificadas como instituições bancárias.
Em tradução livre, o termo significa “setor bancário de sombra”, e descreve exatamente o funcionamento deste tipo de instituição: driblando as regulações e atuando nas “sombras” do sistema em regência.
Na grande maioria dos casos, a atuação de atores do Shadow Banking se dá por meio de credores e intermediários de créditos que não fazem parte do grupo de instituições bancárias convencionais.
Geralmente, este grupo é composto por Empresas de securitização e financeiras, Corretoras, Factorings, Fundos de Investimentos, Fundos de Investimento imobiliário (FIIs), entre outros
Para fugir das imposições e restrições promovidas pela regulamentação tradicional, as organizações ou indivíduos, na grande maioria das vezes, não aceitam depósitos normalmente exigidos por outras instituições.
Isso faz com que eles tenham a oportunidade de se expor aos riscos de mercado sem ter de estar de acordo com as regras tradicionais de liquidez e capital, estabelecidas para evitar falências bancárias no setor.
Quando o Shadow Banking surgiu?
Este tipo de sistema de negociações paralelo surgiu por volta do século XXI, se aproveitando dos avanços e inovações tecnológicas que começaram a surgir na época.
A motivação para o desenvolvimento deste tipo de mercado surgiu da necessidade de legislações menos exigentes em relação às restrições deste tipo de companhia.
A principal justificativa é a de que este tipo de regulação dificulta a prestação de serviços de crédito por parte das empresas.
Desde então, este tipo de mercado paralelo só tem ganhado força. Segundo um levantamento realizado em 2017 pelo Conselho de Estabilidade Financeira, apenas em 2015, os ativos financeiros não bancários subiram a US$ 92 trilhões.
Ainda em 2015, um Relatório contendo estimativas para o shadow banking no Brasil foi publicado pelo Banco Central. Na época, projetava-se que ao fim de 2013, o shadow banking movimentava, no país, um total de R$ 2,6 trilhões.
Shadow Banking em crises
Por movimentar quantias massivas de dinheiro sem regulação, esta prática oferece um risco gigantesco à economia, embora, para muitos, ela seja responsável por aumentar a eficácia da economia.
Assim, muitos costumam relacionar a crise financeira de 2008, a maior desde a Grande Depressão, com o shadow banking. Isto pois, na época, o mercado paralelo dos Estados Unidos era tão grande quanto o sistema de bancos convencional.
No entanto, quando os junk bonds, títulos de dívida extremamente voláteis, começaram a despencar, investidores começaram a retirar seu capital com o objetivo de proteger seus valores.
O que não se sabia é que a esmagadora maioria dos títulos não possuía lastro ou garantia real. Como consequência, as retiradas em massa vieram ao sistema bancário tradicional e desencadearam a crise.
Isso fez com que, posteriormente, diversos países adotassem medidas com o objetivo de reprimir este tipo de mercado paralelo.
Um exemplo é o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, que propôs que instituições não bancárias atuem com exigências semelhantes às de bancos tradicionais.
Na China, as regulações começaram a ser desenvolvidas em meados de 2017. Na época, elas eram direcionadas à práticas financeiras que ofereciam risco.