Hiato Inflacionário: veja como funciona este conceito econômico
Um dos indicadores macroeconômicos
Representando um estado em que o Produto Interno Bruto (PIB) da economia fica acima do PIB potencial de pleno emprego, o Hiato Inflacionário é um indicador macroeconômico que sinaliza o potencial de alta da inflação.
Este medidor pode, desta maneira, ser utilizado por investidores como um indicador de segurança, por sua capacidade de impacto na taxa de juros.
O que é o Hiato Inflacionário?
O Hiato Inflacionário representa a diferença entre o nível de renda do pleno emprego e da renda de equilíbrio.
Este conceito pode ser explicado, em outras palavras, como a diferença entre a demanda e a oferta de pleno emprego em uma determinada economia.
A relação entre os dois medidores causa uma oferta excedente, e em expansão, já que a demanda por postos já está totalmente suprida. Com isso, consequentemente, ocorre o aumento dos preços e, em seguida, alta nos níveis de inflação.
Daí, os impactos econômicos ocorrem em efeito cascata: a alta da inflação leva os Bancos Centrais a elevarem os juros, decisão responsável por aumentar o custo das dívidas das empresas e os preços ao consumidor.
Assim, o fenômeno pode ser atrelado à alta das despesas do governo em questão e das atividades comerciais. No Brasil, inúmeros hiatos inflacionários, especialmente durante a década de 80, ocorreram por conta da primeira causa.
Como o PIB é calculado?
A teoria do PIB pode ser entendida como o conjunto de riquezas e bens de uma economia em questão.
O medidor pode ser calculado através da soma dos gastos do governo, investimentos, exportações líquidas e as despesas com consumo do governo.
Como combater o Hiato Inflacionário?
Para combater este fenômeno, também é utilizado um efeito cascata, mas, por sua vez, iniciado por uma política fiscal contracionista, na esmagadora maioria das vezes.
Esse conjunto de políticas é composto por elevações nas taxas, em alguns casos tributárias, e pela diminuição dos gastos públicos por parte do governo.
Essas ações visam, por consequência, diminuir o consumo e esfriar o mercado, fazendo com que a demanda se dissipe. Assim o hiato é, por fim, contido.
As consequências deste movimento podem inverter o movimento da taxa de desemprego, sendo necessário, posteriormente, políticas que reaqueçam a demanda e a oferta agregadas novamente.
De acordo com a teoria keynesiana, o ponto de equilíbrio de uma economia reside em taxas de oferta e demanda igualadas. Seria preferível, ainda, que a primeira fosse levemente superior à segunda medida.
Hiato inflacionário e deflacionário
Sendo visto como um fenômeno positivo, a causa do hiato inflacionário pode ser descrita como o excesso da demanda, que faz com que os preços se elevem. O hiato deflacionário, por sua vez, descreve o movimento oposto da economia.
Este é, desta maneira, o caso em que a demanda está desaquecida. Por conta disto, a forma de combater este fenômeno é inversamente proporcional à forma de contenção do hiato inflacionário.
Assim, é preciso aumentar os gastos públicos e expandir a base monetária. Isso faz com que a economia seja aquecida e, consequentemente, a demanda seja elevada.
Qual dos dois deve ser evitado?
À rigor, ambos os hiatos devem ser evitados, por representarem diferentes extremos da relação entre o PIB potencial de pleno emprego com o PIB da economia.
Sendo assim, o objetivo do governo seria evitar os dois cenários e equilibrar a demanda. Quanto mais próximo de um balanço perfeito entre os dois itens, melhor será a qualidade da economia em questão.