PIB da China aumenta 6,3% no 2T23; plano de estímulo ao consumo foi anunciado
A estratégia foi confirmada por um representante da Comissão de Desenvolvimento
Segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas da China divulgados na noite do último domingo (16), o Produto Interno Bruto (PIB) do país apresentou uma alta de 6,3% durante o segundo trimestre de 2023 na base anual.
Os dados mais fracos fizeram com que, nesta terça-feira (18), um plano de estímulo ao consumo fosse apresentado.
Dados apresentam crescimento mais fraco
De acordo com as informações, a expansão no acumulado de 12 meses foi de 6,3%, 1 ponto percentual abaixo das expectativas do mercado financeiro, que projetava uma variação positiva de 7,3%.
Entre abril e junho de 2022, a maior cidade da China, Xangai, com uma população de cerca de 25 milhões de pessoas, passou por um período de lockdown.
A variação trimestral do PIB chinês, por sua vez, terminou com alta de 0,8%, um recuo em relação aos 2,2% registrados no 1T23.
Compondo o desempenho da economia, dados acerca do comércio exterior chinês também foram divulgados. Durante o período, as exportações chinesas caíram 8,3% na comparação anual.
Apesar disso, as vendas do varejo fecharam com alta de 3,1% ante o mesmo período do ano passado. Mesmo assim, a quantia ficou abaixo da variação positiva de 12,7% apresentada em maio de 2023.
Apesar de o Departamento de Estatísticas do país afirmar que o desempenho econômico chinês voltou “totalmente ao normal” ainda durante os três primeiros meses do ano, Fu Linghui, porta-voz do órgão, fez ressalvas.
Para ele, “devemos estar cientes de que as circunstâncias políticas e econômicas internacionais são bastante complicadas”, e que a base para uma recuperação “sustentada” em casa “ainda não é sólida”.
O desempenho também foi pressionado pela taxa de desemprego entre jovens com idade entre 16 e 24 anos. Para este indicador, houve o recorde de 21,3% durante o período.
Resultados abaixo do esperado distanciam cada vez mais a economia chinesa de atingir a meta de crescimento estipulada para 2023. de 5%.
No ano passado, o país não conseguiu chegar ao seu objetivo de expansão, de 5,5%, com alta de 3% acumulada. Este representou o pior desempenho da China em 46 anos.
Aquecimento do consumo
Um dia após a publicação dos dados econômicos chineses, nesta terça-feira (18), Jin Xiandong, um porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, afirmou que políticas mais eficientes para expandir o consumo doméstico seriam tomadas.
Para o porta-voz, “o consumo está se tornando uma força primária impulsionando o crescimento econômico do país”.
As medidas devem girar em torno da melhora no ambiente para o consumidor, através da promoção de um espaço seguro, e na estabilização do consumo de itens mais caros, como automóveis e produtos eletrônicos.
Para facilitar a supervisão dos itens e do ambiente em si, ele afirma que o sistema de gestão de qualidade deve ser melhorado.
O colaborador diz, ainda, que “desde o início deste ano, a China introduziu uma série de políticas para construir um sistema de infraestrutura e promover novos veículos movidos a energia em áreas rurais”.
Bolsas asiáticas
Diante das informações, os mercados asiáticos fecharam, em sua maioria, em baixa durante o pregão desta terça. Na própria China, o índice Xangai Composite somou queda de 0,37%, aos 3,197 mil pontos.
Em Hong Kong, o Hang Seng finalizou as negociações com desvalorização de 2,05%, com pontuação de 19 mil. Esta foi a maior queda do dia.
No Japão, o Nikkei fechou na contramão e somou alta de 0,32%, com 32,4 mil pontos. Na Coréia do Sul, o Kospi, por sua vez, caiu 0,43%, aos 2,6 mil pontos.