Via (VIIA3) registra prejuízo de R$ 492 milhões no 2T23; ações decolam
A empresa abriu os trabalhos das varejistas e-commerces
A Via Varejo (VIIA3), empresa controladora da Casas Bahia e Ponto, divulgou seu balanço trimestral logo após o fim do pregão da última quinta-feira (10), contendo seus resultados entre os meses de abril e junho e dando início aos trabalhos das varejistas da Bolsa.
Durante o período, de acordo com os dados divulgados, a companhia apresentou prejuízo milionário no segundo trimestre deste ano.
Apesar disso, em contradição aos números, as ações da Via somam valorização durante o pregão desta sexta-feira (11), com altas que superam os 4%.
Segundo trimestre da Via
No documento publicado, a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 492 milhões durante o segundo trimestre deste ano. As perdas de quase meio bilhão revertem o lucro líquido de R$ 6 milhões atingido no mesmo período do ano passado.
O resultado indicado foi, ainda, maior do que o esperado pelo mercado financeiro. De acordo com o consenso levantado pela Bloomberg, as expectativas eram de que a empresa de varejo atingisse, durante o período, prejuízo de R$ 321,4 milhões.
A Via atribui o desempenho a ajustes não recorrentes relacionados “à atualização dos processos trabalhistas”, que foi de R$ 226 milhões no segundo trimestre deste ano. Isso fez com que a empresa obtivesse um prejuízo operacional de R$ 266 milhões.
Números pessimistas já eram esperados para as varejistas pelo mercado em função da elevada taxa de juros, que pressionou suas margens operacionais.
Outro indicador a apresentar baixas foi a Receita Líquida da empresa, que registrou, entre os meses de abril e junho, uma queda de 2,1% na comparação anual, a R$ 7,5 bilhões.
O Ebitda (Lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, finalizou o período com queda anual de 32,1%, aos R$ 469 milhões.
As vendas da Via, no entanto, permaneceram no mesmo patamar. O Gross Merchandise Value (GMV) total bruto, que reúne a comercialização de produtos no e-commerce e lojas físicas, totalizou R$ 11 bilhões, sem alterações na base anual.
O total do semestre, por sua vez, foi de R$ 21,9 bilhões, alta de 1,3% em relação aos seis primeiros meses de 2022, quando a empresa apresentou R$ 21,6 bilhões.
Enquanto no segundo trimestre deste ano a companhia fechou 2 unidades, durante os seis primeiros meses de 2023, a Via desligou 6 lojas físicas, resultando em 1.127 abertas.
“A Via reportou resultados fracos mas em linha no segundo trimestre, com crescimento moderado de receita e rentabilidade pressionada em uma perspectiva macro ainda desafiadora para a demanda”, disseram analistas da XP Investimentos sobre os resultados.
Futuro da companhia
No documento publicado, a Via também divulgou seus planos para o ano de 2025. De acordo com seu “Plano de transformação de 2025”, o foco da empresa seria priorizar a geração de caixa e a melhora da rentabilidade.
Além disso, as medidas também visam a otimização da estrutura de capital da companhia e sua frente de alavancas operacionais.
Os pontos destacados são a redução potencial de entre 50 a 100 lojas no ano de 2023, renegociação de aluguel, redução permanente de posições administrativas e lojas, liberação potencial de R$ +5 bilhões de limite bancário, entre outros.
Ações decolam
Mesmo diante dos números divulgados, as ações da empresa decolaram durante o pregão desta sexta-feira (11).
De acordo com o BB Investimentos, a alta pode ser justificada pelo otimismo envolvendo o plano de transformação da dona das Casas Bahia e do Ponto. “O novo plano de transformação pode elevar o otimismo”, afirmaram os analistas.
Por volta das 15:10 horas (horário de Brasília), as ações somavam valorização de 2,19%, aos R$ 1,87. Até então, a máxima do dia havia sido atingida por volta das 12:30 horas, quando os ganhos atingiram 8,20%.