Turismo brasileiro sofreu prejuízo de R$453 bilhões durante a pandemia
Estimativa de crescimento do turismo é de 21,9% ainda para final de 2021
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), calculou de março de 2020 a outubro de 2021 um prejuízo de 453 bilhões de reais no Turismo brasileiro. Este acúmulo de bilhões que deixaram de entrar nos cofres nacionais está atrelado à pandemia do novo coronavírus.
Em outubro de 2021 a ociosidade da capacidade instalada do setor, diminuiu e resultou no que seria a menor perda mensal, entre receitas desde o início da pandemia em março de 2020. Foram R$11,2 bilhões somados, o cálculo do CNC foi de responsabilidade do economista Fabio Bentes, chefe do estudo.
Segundo o economista, este novo cancelamento de 2021 para as festas de Réveillon e alguns anúncios do cancelamento do carnaval em algumas cidades pelo Brasil, vai adiar em um prazo curto a recuperação do setor de eventos e do turismo do país. Na previsão anterior aos cancelamentos, o mês de maio de 2021 era o apontado como salvação pós-crise.
As fronteiras para brasileiros foram abertas, desde que todos estejam vacinados, agora o Brasil exige comprovante de vacinação para ingressar ao país. Estas medidas também contribuem para a expansão do turismo e o interesse de estrangeiros visitarem o Brasil.
Os brasileiros em 2021 gastaram no exterior cerca de US$531 milhões, apenas em outubro.
E nem tudo está perdido para o turismo, a CNC previu um crescimento de 21,9% para as atividades turísticas em 2021, com um aumento de 2,4% em 2022. Foram 36% de rombo no cofre do turismo em 2020, sendo severamente afetado pela crise sanitária mundial e fechamento das fronteiras no ano passado.
Dos R$453 bilhões de prejuízo, os estados motrizes do turismo nacional foram os mais afetados. São Paulo sofreu um prejuízo de R$193,7 bilhões e o Rio de Janeiro R$55,7 bilhões. Cerca de R$202 bilhões estão distribuídos entre os principais pontos turísticos do país.
Em uma comemoração ao dia do Forró, o Ministro do Turismo do Brasil, Gilson Machado, comentou sobre a retomada do turismo brasileiro. “Olha o Galo da Madrugada, com 2 milhões de pessoas na rua, como vai exigir passaporte sanitário num bloco daquele tamanho? Eu acredito no bom senso de todos, quem decide são os governadores, os prefeitos, não o governo federal e nós vamos assistir de camarote! Infelizmente, não está conosco a bola”
Na última segunda-feira o CDR (Comissão de Desenvolvimento Regional) reuniu empresas aéreas, hotéis e agências de viagens para apresentar uma perspectiva para o setor do turismo em 2022.
O comandante da mesa foi o ex-presidente Fernando Collor, que abriu a sessão afirmando: “O cenário atual nos autoriza a termos otimismo, mas com certa cautela. O avanço da vacinação em nosso país tem permitido uma queda drástica nos números de infecção e mortalidade. Aos poucos a vida vai retornando à normalidade, e o setor turístico tem se adaptado com rapidez às exigências do tempo pós-pandemia”.
Um guia da retomada econômica para o turismo brasileiro foi lançado nesta terça-feira (14) pelo Governo Federal, com supervisão do Ministro do Turismo, Gilson Machado. O guia define metas e estratégias que o Governo adotará e sugestões para que as empresas recuperem parte do que perderam em 2020 e 2021.
O turismo brasileiro emprega mais de 7 milhões de pessoas e responde a mais de 8% do PIB do Brasil (Produto Interno Bruto). O impacto alcança 53 segmentos da cadeia produtiva nacional.