Circuit Breaker: Como funciona a paralisação da bolsa de valores?

Para iniciantes no mundo dos investimentos e da bolsa de valores, o termo “Circuit Breaker” pode ser algo totalmente novo, para os mais experientes é algo já visto antes, alguns aprovam e outros desaprovam.

Um mecanismo de segurança em uma bolsa só é acionado como o mercado financeiro está passando por algo global e estes mecanismos existem para uma redução de volatilidade de ativos e que distorções não aconteceram com os preços no mercado e por isso é fundamental que os investidores saibam exatamente seu conceito e funcionamento, quando ele acontece e o que fazer para buscar uma saída.

O movimento de segurança de uma bolsa de valores mais comum é o Circuit Breaker, o mais demorado para acontecer, mas é um movimento global utilizado em todas as bolsas de valores existentes. 

O que é Circuit Breaker?

As bolsas de valores ao redor do mundo utilizam o mecanismo Circuit Breaker, que é uma forma de interrupção de negociações de ativos no mercado, este movimento é por um tempo específico e já determinado em seu processo. Uma pausa que acontece de forma “forçada” quando uma bolsa de valores sofre movimentações bruscas de queda. 

Todas as  vezes em que um índice de uma bolsa de valores atingir cerca de 10% de quedas, as negociações são paralisadas por até 30 minutos. E o Circuit Breaker pode ocorrer várias vezes durante um mesmo dia se o desempenho negativo continuar acontecendo.

Se as negociações na bolsa de valores forem reabertas e seu índice cair cerca de 15%, o mercado será interrompido novamente, desta vez ficando fechado por até uma hora. 

Caso a queda seja aproximada de 20% em relação ao índice de fechamento do dia anterior ou de quedas no mesmo dia, os mercados podem ser interrompidos por qualquer prazo definido pela bolsa, sendo que o dia poderá ser encerrado mais cedo e só voltarão a acontecer negociações no dia seguinte. 

No caso, o Circuit Breaker funciona como um disjuntor para não deixar que a Bolsa entre em colapso, caso as coisas não funcionem conforme a estimativa, este disjuntor é abaixado e assim a crise pode ser evitada.

O Circuit Breaker foi criado em 1987 durante a queda em 22,61%  do Índice Dow Jones, em um dia nomeado como “Black Monday”. Em um momento de queda na bolsa de valores, as vendas de ativos ficam extremamente maiores do que a demanda esperada de venda de ativos, assim as ações podem desabar abruptamente, os preços ficam distorcidos e se instaura um ambiente de pânico dentro do mercado de ações e o Circuit Breaker precisa ser acionado.

B3 e Circuit Breaker?

A Bolsa de Valores do Brasil, a B3, já utilizou este movimento, as vezes em que mais aconteceu foi durante o famoso “pregão da bolsa” e caso acionado existem regras, por exemplo o Circuit Breaker não pode ser acionado na última hora de movimentação de ativos na  bolsa. 

O movimento de pausa do dia de funcionamento ou a pausa por tempo indeterminado só pode ocorrer uma hora antes do fechamento oficial do dia da bolsa de valores.

O pregão da bolsa é um momento diário de negociações de ativos na B3. Ou seja, é no pregão em que as pessoas físicas e jurídicas podem enviar ordens de compra e venda de ativos. Em relatos oficiais da B3, no ano de 2020 foram registrados seis circuit breakers em apenas oito pregões, fato inédito na história da bolsa de valores.

Em 1997 a bolsa de valores brasileira sofreu reflexos de uma forte queda na bolsa de Hong Kong e acabou acionando o Circuit Breaker, em 1998 a mesma coisa aconteceu, mas desta vez a bolsa de valores russa enfrentou uma crise e a bolsa brasileira foi afetada em dois circuits breakers em dois meses distintos. 

Em 1999, no mês de janeiro, dois dias tiveram o Circuit Breaker no setor cambial, o BACEN precisou agir junto à bolsa. 2008 e 2017 foram anos em que o circuit breaker foi acionado, em 2008 seis momentos marcaram a bolsa.

Movimentações semelhantes ao Circuit Breaker

O Circuit Breaker não é o único movimento de proteção e segurança de uma bolsa de valores, o leilão de ações é comum para blindar as quedas e evitar riscos para a instituição. 

Neste formato  as ações são retiradas do pregão, porém continuam em negociação em um formato diferente e as transações apenas são concluídas quando os preços voltarem ao encaixe previsto.