A trajetória da dívida externa do Brasil e como ela funciona – ESTOA

A trajetória da dívida externa do Brasil e como ela funciona

Muito se comenta nas mídias e na boca do povo brasileiro sobre a dívida externa do Brasil, isso deve ser analisado com cuidado para não levar a crises


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Antes de entendermos sobre as dívidas externas do Brasil, é necessário entender as diferenças entre uma dívida externa e uma dívida interna. 

Uma dívida externa se acumula através dos gastos de empréstimos negociados em fundos internacionais, como o FMI, ou com governos de outros países. 

Já a dívida interna é feita com credores e bancos do país e na moeda local, que no caso do Brasil é o real. Dessa forma, essa dívida só cresce conforme são feitos empréstimos com pessoas, bancos e empresas dentro do país. 

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Dívida externa Brasileira

Como dissemos, a dívida externa que o Brasil tem se deve a empréstimos e financiamentos feitos com instituições ou governos de outros países, que são feitos para benefício de empresas estatais ou privadas. 


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Dessa forma, essa dívida é o somatório de contas que um determinado governo fez e isso pode impactar diretamente a economia de um país. 

Isso porque esses compromissos são feitos em moedas estrangeiras, normalmente em dólar, já que é a moeda referência para as negociações de nível mundial. 

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  Essas contas são feitas por investidores estrangeiros que buscam investir no país para ter o retorno com juros da dívida. 

Como funciona

Normalmente em momentos de crise, acontece do real desvalorizar e consequentemente o dólar subir disparadamente.  Só isso já pode ser um grande malefício para a economia e causar uma inflação. 

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Agora, se um país tem sua maior dívida sendo como externa, o problema pode ser ainda maior, e um desses problemas é o aumento exponencial da dívida. 

Isso acontece porque, seja com o Brasil ou qualquer outro país, a dívida é feita em dólar que nos momentos de crise tende a subir. 


Então, além de lidar com a própria crise econômica, ele também precisa lidar com a dívida ficando cada vez maior. Muitos economistas tendem a ver a dívida externa como uma grande preocupação. 

Além disso, uma dívida muito alta tende a gerar uma maior desconfiança com outros países por parte de investidores estrangeiros que desejam fazer negócios naquele país. 

O dólar é optado por ser a moeda de negociação pois muitos países não preferem assumir com sua própria moeda pois não confiam no poder de manutenção de compra da mesma. 

Histórico Brasileiro 

O começo das dívidas externas no Brasil remetem a sua própria independência, nessa época o país teve que recorrer a empréstimos da Inglaterra para que sua independência fosse reconhecida por Portugal. 

Outro momento foi durante o chamado convênio de Taubaté , um acordo feito entre os produtores de café e o governo federal, já que esse deveria garantir a compra do excesso de café produzido que deveria ser financiada através do aumento da dívida externa. 

 Outro momento que marca essa trajetória foram os diversos acordos feitos que resultaram na sua estabilização. 

A série de negociações prévias ao plano real, fizeram a reputação externa do Brasil perante o mercado de capitais mundial. 

O sucesso da execução do plano real foi decisivo para que o país pudesse voltar a ter acesso a esse mercado internacional. 

Nos anos 60, antes da implementação da ditadura militar, essa dívida chegava a 12 bilhões de dólares, após o fim do regime ditatorial ela já chegava a 100 bilhões. Isso só foi estabilizado mais tarde nos governos FHC e Lula. 

Em 2002, a dívida foi reduzida e em 2008 muito se falou que essa dívida externa tinha deixado de existir, mas a verdade é que ela se tornou pela primeira vez menor do que as reservas internacionais do país.

Gráfico da dívida externa durante a ditadura/Fonte: Linkedin

Em 2012 a dívida externa do Brasil chegou ao valor de 312,8 bilhões de dólares, representando uma alta de 6,24% em relação ao ano anterior.  

Já em 2021 tivemos um aumento da dívida externa durante o ano, no começo dele o valor da dívida era de 5,233 trilhões e em dezembro passou para 5,349 trilhões, representando um aumento de 2,2%. 
Enquanto em 2022, até o mês de março, essa conta caiu 7,3%, somando 222,5 bilhões de dólares até o final do mês. Atualmente, o Brasil é o país que tem a segunda maior dívida externa entre os países subdesenvolvidos.