Acordo de Bretton Woods: conheça o pacto que organizou a economia pós-guerra
Ele reúne a assinatura de 45 nações que lideravam o capitalismo na época
Fechado através da reunião de 45 nações, o acordo de Bretton Woods foi um importante consenso assinado para promover o crescimento econômico ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Além de possibilitar o funcionamento pleno de diversas políticas monetárias, ele também ditou a forma com a qual o capitalismo funcionaria no futuro, garantindo a base para que diversas economias pudessem se recompor após os confrontos.
Como surgiu o Acordo de Bretton Woods?
O conjunto de medidas conhecidas como Acordo de Bretton Woods foi assinado ao fim da Segunda Guerra Mundial, no ano de 1944. Na época, a derrota da Alemanha era certa.
Desta maneira, com a potência prestes a ser definida como perdedora dos confrontos, ocorreu um encontro histórico de 45 nações aliadas em uma cidade em New Hampshire, nos Estados Unidos, chamada de “Bretton Woods” — nome ao qual o acordo é homônimo.
Na época, os EUA estavam sob regime de Franklin D. Roosevelt (1933 – 1945), o 32º presidente do país, e com o objetivo de regenerar a economia mundial e a boa relação entre os países, reuniram-se as maiores potências do capitalismo na época.
O encontro ficou conhecido, posteriormente, como a “Conferência de Bretton Woods” e, nela, discutiram-se diversas medidas capazes de reorganizar a economia dos países por cerca de três semanas.
Dentre os representantes que compareceram à série de reuniões diplomáticas, estava John Maynard Keynes, o principal autor do conjunto de ideias que compõem o Keynesianismo e representante britânico na conferência.
A credibilidade dos Estados Unidos, na época, se dava por conta da segunda revolução industrial e o sistema de produção de bens, o que contribuiu para que a série de encontros se desse no país.
Quais foram as medidas estabelecidas pelo Acordo de Bretton Woods?
O acordo, que foi resultado da série de reuniões da conferência, foi responsável pelo estabelecimento de uma série de providências que, posteriormente, ficaram conhecidas como o “Sistema de Bretton Woods”.
Com o objetivo de equilibrar as políticas monetárias dos maiores países que compunham o sistema capitalista da época, o sistema previa regular as interações entre essas nações, como os EUA, Japão, Austrália e etc.
Apesar disso, como resultado, as políticas monetárias acabaram centralizando-se nos EUA, que detinha a maior força dentro do sistema na época.
Sistema de Bretton Woods
Dentre as diversas medidas, a principal foi a definição do dólar americano como padrão nas transações entre os países. Para que isso acontecesse, o sistema em questão dependia, ainda, de outra medida: o estabelecimento do chamado “padrão dólar-ouro”.
Nesse tipo de lastro, cada unidade de dólar seria equivalente a 35 gramas de ouro. Através disso, era possível que a moeda americana mantivesse a paridade de um para um com outras moedas em relação ao minério valioso.
Isso ocorria, pois os Estados Unidos era detentor de cerca de três quartos das reservas de ouro de todo o mundo.
Além disso, também foi definida a taxa de câmbio entre as moedas com uma tolerância de 1% para cima ou para baixo e a criação de instituições financeiras mundiais com o objetivo de manter a harmonia entre as nações e evitar novos conflitos mundiais.
Dessa maneira, foram originados o Fundo Monetário Mundial (FMI), o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Banco Mundial.
Fim do sistema
O sistema estabelecido funcionou por cerca de cinco anos. Após este período, no entanto, sinais de desgaste no sistema financeiro dos Estados Unidos começaram a surgir, degradando o sistema de Bretton Woods como um todo.
A inevitável corrosão das finanças norte-americanas gerou um efeito bola-de-neve, afetando aos poucos as outras economias que também viram suas moedas perderem valor.
Isso obrigou os EUA a emitirem moeda, o que, por consequência, também fez com que as outras nações tivessem de fazer o mesmo para não perderem a paridade com o dólar.
A crise perdurou até o ano de 1971, quando o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon (1969 – 1972), decidiu pôr um fim aos termos do acordo, em uma medida que ficou conhecida como Nixon Shock.