ADR: o que são, como funcionam e quais seus principais riscos – ESTOA

ADR: o que são, como funcionam e quais seus principais riscos

ADR significa American Depositary Receipt. Eles são recibos que são oferecidos nas bolsas norte-americanas, mas se referem a ativos que são originários de outros países


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Muitas empresas sonham em abrir capital nas bolsas americanas, isso acontece, por serem o mercado financeiro mais importante do mundo. Devido a muitas limitações, não são todas as empresas que conseguem isso. Porém, existe uma maneira indireta para entrar no mercado americano, que é através do ADR. 

Mas o que é ADR?

American Depositary Receipt (ADR), o que quer dizer Recibo de Depósito Americano. O ADR é um certificado, negociado internamente nas bolsas dos EUA, que representa ações de empresas de fora dos Estados Unidos.  

Eles foram criados há mais de 90 anos nos Estados Unidos, com a finalidade de permitir que os investidores dos EUA pudessem investir em empresas estrangeiras que não possuem capital aberto nas bolsas dos EUA. 

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Esse artifício surgiu por conta que é muito complexo uma organização estrangeira lançar ações nas bolsas americanas. Com um ADR, fica tudo mais fácil e as negociações podem ser feitas de forma prática. 


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Os ADRs são a modalidade americana dos GDRs (Global Depositary Receipts). GDR é uma forma de investimento que está presente nas bolsas do mundo. No Brasil, existem os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), eles são responsáveis por trazer empresas estrangeiras para serem negociadas na B3

Existem empresas brasileiras que têm ADR1s lançados no país norte-americano, algumas delas são: Cemig, Petrobras, Ambev, Itaú, Vale e Gerdau. 

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Como são criados os ADRs?

Primeiramente, um banco nacional compra as ações de uma determinada empresa do seu país, seja no mercado primário ou no mercado secundário. Isso significa que, no país de origem da empresa, uma instituição financeira compra os papéis fica comprometida pela sua custódia.

Bandeira dos Estados Unidos/Fonte: Disfold

Em segundo lugar, nos Estados Unidos, uma instituição financeira americana compra uma certa quantidade dessas ações dos bancos nacionais. Após adquirir as ações, elas são agrupadas em lotes. Cada lote se transforma em um título, que são os ADRs. 

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Com isso, os papéis dessas empresas são transacionados no mercado norte-americano, por meio de uma instituição financeira, onde os papéis ficam sob custódia, para intermediar e para circular os recibos das empresas. 

E por fim, nos EUA, outra instituição financeira emite os recibos das ações e vende na bolsa de valores. Eles são lançados em cada uma das bolsas americanas, como NYSE e Nasdaq. 

Quais são os tipos de ADRs?

Eles são subdivididos em três categorias:

ADR Nível 1

Neste nível, são classificados todos os ADRs mais básicos. Com isso, a empresa sequer possui a necessidade de lançar novas ações no mercado para que seu ADR seja negociado. 

Suas transações não ocorrem de modo direto na bolsa de valores. Para vender ou comprar um ADR de nível 1, é necessário recorrer ao mercado de balcão da bolsa norte-americana.

ADR Nível 2

O nível dois possui maiores exigências. É preciso que as empresas atendam aos padrões da SEC no que diz respeito às demonstrações financeiras. Os relatórios têm que estar alinhados aos US GAAP. 

As empresas também não precisam efetuar o lançamento de novas ações, mesmo que os ADRs de nível 2 sejam negociados diretamente na bolsa. 

ADR Nível 3

Por fim, nesse patamar, os padrões de exigência são máximos. 

Os relatórios contábeis divulgados publicamente também devem atender todos os padrões que são exigidos. 

A obrigatoriedade do lançamento de novas ações nas quais os ADRs serão lastreados, é o que diferencia esse nível de ADR. 

É necessário fazer um IPO para colocar os títulos no mercado à disposição dos investidores. 

Além desses 3 níveis apresentados, os ADRs também podem ser do tipo patrocinado ou não-patrocinado. 

ADR patrocinado

Os três níveis de ADRs que foram apresentados anteriormente, podem existir de modo patrocinado ou não patrocinado. 

Em primeiro caso, existe a participação da empresa titular no processo de emissão. É algo óbvio, mas nem sempre é assim. 


Quando o processo é patrocinado, a empresa emissora tem participação junto ao banco depositário e participa de todos os procedimentos para efetuar a operação. 

Alguns exemplos são o pagamento de dividendos, a manutenção dos registros e a distribuição de comunicações. 

ADR não patrocinado

Um ADR não patrocinado, é lançado no mercado sem a participação da empresa alvo dos títulos. 

Um corretor ou instituição inicia o processo para estabelecer negociações com papel. 

Os títulos são uma espécie de reflexo do papel original, porém, são negociados no ambiente de bolsa norte-americano. 

Outro detalhe é que suas negociações não ocorrem por listagem direta na bolsa, apenas no mercado de balcão. 

Quais os riscos específicos dos ADRs?

Alguns dos riscos dos ADRs são:

Risco político

Instabilidade e insegurança jurídica podem afetar o desempenho do ADR. 

Queda de ações/Fonte: Reprodução

Caso exista isso no país de origem do título, o ADR será afetado. A própria relação entre os governos dos países é outro ponto que converge para essa mesma consideração.

Risco Cambial

Devido o ADR representar uma empresa estrangeira, o câmbio influencia na operação. Assim como a oscilação da moeda no país original, o ADR também vai sofrer variação. 

Quem adquirir o título, fica exposto ao risco cambial. Caso tenha valorização frente ao dólar, o ADR sobe de preço, e o contrário também se aplica. 

Risco Inflacionário

É uma consequência direta do risco cambial. Como a inflação afeta o poder de compra da moeda, é necessário considerar como está seu nível no país de origem dos títulos. 

Se a pressão inflacionária estiver grande,a  moeda vai perder seu valor frente ao dólar e o ADR se desvalorizará. 

Para o investidor que opera nos EUA, investir em ADRs é uma boa alternativa. Ao invés de esperar por processos longos de abertura de capital de empresas estrangeiras nas bolsas dos Estados Unidos, ele pode adquirir um recibo das ações, de forma prática e segura.