BVRJ: Principal Bolsa de Valores brasileira dos anos 80 – ESTOA

BVRJ: Principal Bolsa de Valores brasileira dos anos 80

Localizada na cidade do Rio de Janeiro, a BVRJ foi uma das principais bolsas de valores a entrar em operação no Brasil


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A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) foi inaugurada em 14 de julho de 1820. Antes do início das suas operações, os negócios já eram realizados ao ar livre, em uma espécie de pregão, o que se convencia a chamar de Praça de Comércio. 

Essa atividade comercial tornou-se comum com a chegada da Família Real no Brasil, no ano de 1808. 

Como as atividades comerciais ficaram recorrentes, fez com que iniciasse as tentativas de organização de um mercado de capitais. Devido a isso, no dia 14 de julho de 1820, ocorreu a inauguração da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. 

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Os negócios da época eram se resumiam a negociações com câmbio, mercadorias, escravos, seguros, gado e frete de navios. Os primeiros ativos de papéis referentes a empresas estatais foram negociados somente em 1828. 


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A sede foi inaugurada em 1845, na Rua Direita, próximo ao porto. Também em 1845, o Rio de Janeiro ganhou seus primeiros lampiões a gás.

A partir da metade do século XX, a prefeitura do Rio de Janeiro lançou títulos de crédito na BVRJ para financiar obras pela cidade. 

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O volume negociado de ações nessa época, ultrapassou o de papéis de dívidas governamentais, surgindo algumas companhias especializadas em subscrição de ações e os primeiros investidores institucionais organizados.

Foi criado um fundo em que era permitido deduzir os impostos de renda, parte do recolhimento do IR era destinado para o mercado acionário. Somente era concedido a permissão, caso algum valor fosse investido no mercado de ações. Devido a essa medida, a Bolsa de Valores do RJ ganhou ainda mais relevância. 

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Ilustração de um foguete/Fonte: Reprodução

Momentos marcantes da BVRJ

Do final do século XIX até o início do século XXI, todos os grandes momentos econômicos do país transitaram pelos seus pregões: da febre do Encilhamento até os leilões de privatização das empresas estatais, que marcaram a guinada da economia brasileira. 

A BVRJ acompanhou o crescimento de setores econômicos do Brasil, por exemplo, na década de 1850, os produtos manufaturados tinham grande relevância nos pregões. 

No fim daquele século, bancos como Banco da República, Banco do Comércio, Banco da Província de São Paulo, foram responsáveis pela maior parte das negociações. No início do século XX, as companhias de estradas de ferro dominaram os investimentos. 


Na metade do século XX, em função da oferta de títulos de crédito para financiamento de obras (através de uma ação criada pela Prefeitura do Rio de Janeiro), trouxe o crescimento do mercado e da BVRJ. 

Índice da Bolsa

Era através do IBV (Índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro) que os investidores conseguiam conferir a atuação das empresas importantes no mercado de capitais brasileiro. 

A base do cálculo do IBV era uma carteira com ações das organizações que  possuíam maior liquidez, redefinindo assim, as instituições que compunham a cada três meses. 

Gráficos vermelhos com seta vermelha/Fonte: Reprodução

Queda da BVRJ

Após perder espaço para a bolsa paulista, por volta dos anos 70 e 80, a BVRJ começa a esvaziar lentamente, logo após o Crash de 1971 e a consequente depressão do mercado. 

Em 1989, a BVRJ pede definitivamente para a Bovespa o título da maior bolsa do Brasil e da América Latina.

Seu marco final de projeção nacional foram os leilões de privatização de empresas estatais, como Usiminas, Telesp e Vale do Rio Doce, que ocorreram a partir de 1995. 

No início de 2000, a BVRJ já estava com seu poder de liquidez totalmente fragilizado, não conseguia negociar nem R$10 milhões por dia, enquanto a Bovespa movimentava mais de R$500 milhões diários. 

O que restava de negociações em ações foi transferido para a Bolsa de Valores de São Paulo. A bolsa carioca desistiu do mercado de ações e negociou apenas títulos públicos. Em 2002, a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) comprou os títulos patrimoniais da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, passando a ter direito de administrar e operar o sistema de negociação de Títulos Públicos, o Sisbex.