Carry trade: entenda como essa estratégia de negociação funciona – ESTOA

Carry trade: entenda como essa estratégia de negociação funciona

Esse é um capital considerado altamente especulativo


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O carry trade, ou trade de carrego, é uma operação de investimentos relativamente complexa. Trata-se de um mecanismo muito comum nas transações financeiras mundiais, sendo um conceito elementar no mercado financeiro, porém pouco conhecido pelo investidor iniciante.

De maneira geral, podemos dizer que o carry trade é uma estratégia de negociação que envolve empréstimos a uma taxa de juros baixa e o investimento em um ativo que fornece uma taxa de retorno mais alta.

Essa estratégia se baseia em empréstimos em uma moeda de taxa de juros baixa e na conversão do valor emprestado em outra moeda, compra-se um produto que forneça uma taxa de juros mais alta. 

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Esse é um capital considerado altamente especulativo.

Como o carry trade funciona?

Em tese, para realizar operações, não é preciso ter caixa disponível, já que uma das premissas do carry trade é aproveitar taxas de juros baixas em países de economia estável, como os Estados Unidos ou a União Europeia, na busca por empréstimos baratos e fazer o “carrego” desse dinheiro para mercados que oferecem juros mais altos, como o Brasil. 

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Nos EUA, por exemplo, a taxa básica de juros hoje está entre 5% e 5,25% ao ano. No Brasil, a taxa Selic vem crescendo desde 2021, e hoje está no patamar de 13,75% ao ano, após 11 altas consecutivas.  

Desta forma, o investidor que faz uso do carry trade poderia emprestar o dinheiro a juros mais baixos nos EUA, trazer esse valor ao Brasil, converter em reais e investir em títulos atrelados à Selic, como o Tesouro Selic, que possui liquidez diária.

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Após um período que pode se estender por um ou até dois anos, ele realiza o investimento em reais e converte o valor necessário em dólares para quitar o empréstimo original e fica com o spread, ou seja, a diferença entre as taxas de juros. 

O risco cambial nesse procedimento é especialmente acentuado/Foto: Shutterstock

Compreendendo os riscos e o mecanismo de Carry trade

As carry trades são indicadas apenas para entidade com grandes fundos por conta de dois fatores principais: risco de uma queda acentuada no preço dos ativos investidos e risco cambial implícito nesse negócio.  

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O risco cambial nesse procedimento é especialmente acentuado. Por isso, o risco de um carry trade raramente é coberto, pois o mesmo impõe um custo adicional na transação, individualizando-a.

Tal procedimento é utilizado quando há apetite por risco altamente elevado, além de um ambiente econômico global bastante estável. 

Para investir em carry trade, também é preciso ficar de olho no cenário de política monetária, já que um eventual investimento será feito em títulos pós-fixados, ou seja, realizados mediante a Selic do momento.

Como operar no Carry trade?

Para negociar no Carry Trade, é preciso utilizar o Forex, plataforma que possibilita a compra de uma moeda através da revenda de outra. 

Deste modo, para negociar corretamente nesse tipo de trade, é necessário que o operador tenha perdas que superem os ganhos obtidos com a diferença das taxas de juros. 

Portanto, para operar nesse mercado, é preciso entender dois princípios básicos:

• O primeiro ponto é o operador identificar um par de moedas da qual apresente uma diferença na taxa de juros, normalmente espera-se que essa diferença seja superior a 3%. Atualmente, o iene é uma divisa que possui uma taxa de juros bastante baixa e historicamente tem sido muito utilizada para esse tipo de especulação.

Por exemplo, em 2007, o carry trade envolvendo o iene japonês alcançou US$ 1 trilhão, uma vez que esse país era praticante de taxas de juros próximas de zero.

 • O outro ponto é montar uma posição alavancada, ou seja, focando na captação de recursos “baratos” e aplicando em investimentos que ofereçam retornos maiores.

O carry trade é uma operação bastante inconstante pois envolve diversos fatores macroeconômicos. Sendo assim, é uma ação realizada por grandes investidores, não sendo indicado para negociadores comuns.