CDI: Como funciona essa taxa – ESTOA

CDI: Como funciona essa taxa

Quando falamos de investimentos, nos deparamos com diversas siglas e é onde encontramos o CDI


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A rentabilidade de alguns produtos como CDB, LCI, LCA ou até uma letra de câmbio, estão atrelados a uma taxa de CDI. É por isso que se torna fundamental conhecer essa taxa e a maneira que ela influencia nos seus investimentos. 

A sigla CDI significa Certificado de depósitos interbancários que são títulos emitidos e lançados por instituições financeiras, com o objetivo de acrescentarem suas operações no mercado interbancário. 

Eles funcionam como empréstimos de curtíssimo prazo entre instituições para que possam sanar seus caixas. 

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Então o CDI é uma maneira do banco equilibrar todo o sistema, já que através desses títulos uma instituição com saldo positivo, pode ajudar outra com saldo negativo a fechar com caixa positivo no final do dia. 

É possível dizer que o CDI possui muitas características em comum com título comum, como o CDB por exemplo. 

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Entretanto, a diferença entre eles é que o CDI é negociado somente de banco para banco, no chamado mercado interbancário, que é onde as instituições podem negociar qualquer tipo de instrumento entre elas. 

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Os bancos conseguem emprestar dinheiro nesse mercado com baixíssimo risco, as taxas do CDI passaram a determinar todo o mercado de crédito e também o mercado financeiro. É comum, inclusive, encontrar produtos com seu percentual expresso em CDI.   

Em alguns bancos digitais, existem aplicações que rendem 100% de CDI diariamente. 

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Apesar de o termo “Taxa de CDI” ser aceita no mercado financeiro, a maneira correta de se referir a rentabilidade desses certificados, seria “Taxa de DI” ou “Taxa de depósitos interbancários”, porém, como dito, as duas maneiras são aceitas no mercado.  

A cobrança do CDI é determinada por cada instituição financeira da maneira que ela achar melhor, entretanto, a taxa de DI é uma média das operações de CDI durante um dia. Essa taxa é calculada pela CETIP. 

Funcionamento do CDI

Como já mencionado, o CDI é uma modalidade de empréstimos realizada entre bancos com o objetivo de manter o saldo sempre positivo entre depósitos e saques diários. Ele funciona como uma promessa de que o banco devedor pagará o que comprou. 

O princípio básico do funcionamento do CDI acontece da seguinte forma: O Bacen, Banco Central do Brasil, tem uma regra que estipula que os bancos devem fechar o dia com saldo positivo.

Bacen, Banco Central do Brasil/Fonte: Novo Ideal Consultoria

Porém, existem dias que o montante sacado é muito grande e ultrapassa o valor depositado. Quando ocorre, os bancos pegam dinheiro com outros que fecharam positivo naquele momento, para poderem manter o seu caixa em ordem. 

Isso acaba gerando fluidez no mercado financeiro, já que quem teve depósitos a mais, consegue ajudar as instituições que tiveram saques de forma excessiva. 

Com isso acabam gerando uma garantia para os bancos cumprirem seus compromissos e por consequência, proteger seus correntistas e a própria instituição. E além de ajudar os bancos, esses empréstimos facilitam o acesso de capital para outras operações financeiras.   

E isso tudo ocorre no Open Market, um mercado restrito às instituições bancárias, e os empréstimos são feitos à noite nas operações Overnight. 

Open Market e CETIP

O open market é um mercado secundário onde alguns títulos são negociados e ele é exclusivo para instituições financeiras como bancos, corretoras e distribuidoras. Nesse mercado ocorrem trocas de recursos bancários, colocados apenas em títulos federais. 

E é justamente nessas negociações que se forma o juros básico da economia,o percentual da taxa selic. E os bancos usam o mercado via overnight para compor seus caixas conforme o necessário e aí ocorre o CDI. 

E a média da taxa dessas operações que virou parâmetro para o custo do dinheiro em todas as modalidades de empréstimos, então o CDI é muito utilizado como benchmark  de aplicações, principalmente em investimentos de renda fixa pós-fixadas. 

Por isso é importante o investidor dominar, de antemão, os principais conceitos desse mecanismo que é relevante não apenas no mercado financeiro mas também para a economia geral do país. 

A taxa de DI é calculada diariamente e divulgada pela CETIP, que é a instituição responsável por processar, guardar e liquidar títulos privados do mercado financeiro. Através da instituição ocorrem operações de ativos como aplicações de ativos, financiamento de veículos, entre outras coisas. 

Influência nos investimentos

Como vimos, o CDI acabou se tornando parâmetro para os investimentos mais simples e seguros do mercado, de forma que a taxa de DI passou a ser considerada uma taxa livre de riscos. 

Dessa forma, é bem comum encontrar muitos investimentos, principalmente de renda fixa cujo percentual está expresso em CDI, então se torna possível investir neles de forma indireta, como através do CDBs. 

Ilustração do percentual de CDI/Fonte: Seu crédito digital

Além do fato de que qualquer investimento deve ser comparado ao CDI, em qualquer análise. Já que um investimento que não oferece uma taxa referencial de mercado, pode não ser uma boa ideia.

Cálculo do rendimento

Para se calcular o rendimento do CDI, é necessário multiplicar o percentual dessa taxa no investimento pela taxa acumulada durante o período da aplicação, como nos exemplos a seguir: 

Um CDB que oferece 100% de CDI terá sua rentabilidade exatamente igual a taxa de DI durante o período da aplicação, portanto se a taxa acumulada de DI for 10%, então o CDB será de 10% nesse período. 

Já um CDB que rende 90% do CDI, utilizando a mesma taxa acumulada terá um percentual de  0,90 X 10 = 9,0%

Já um que tem um retorno de 110% terá sua rentabilidade igual a 1,10 X 10 = 11% 


Dessa forma, é mostrado que investimentos com retorno abaixo de 100% podem não ser uma boa aplicação, por outro lado, investimentos maiores que esse percentual renderão mais do que a taxa, sendo considerados investimentos mais atrativos. 

Investindo no CDI

Mesmo que não seja possível uma pessoa física investir diretamente no CDI, mas como já mencionamos, muitos títulos e produtos (principalmente renda fixa) são referenciados com o CDI, então é possível investir de maneira indireta. 

Os investimentos de renda fixa estão divididos em 3 grupos: 

  • Pré-fixados – Rendimento estabelecido no momento do investimento
  • Pós-Fixados –  Rendimento atrelado a um indicador variável 
  • Híbridos – Rendimento é parte pré-fixado e parte pós-fixado

O CDI é um indicador usado nos investimentos pós-fixados, como: 

CDB  

Certificado de depósito bancário é um título emitido pelos bancos cujo objetivo é captar recursos. Dessa maneira, quem compra um CDB empresta dinheiro para o banco que ao final do contrato devolve esse dinheiro com acréscimo de juros. 

Ele é pós-fixado e sua rentabilidade está sempre atrelada  ao CDI, então ao investir no CDB não tem como saber previamente a rentabilidade dessa aplicação, já que varia com a taxa de DI. 

Essa porcentagem varia conforme o banco, mas é importante saber que por conta dos riscos, instituições menores oferecem CDBs com maior rentabilidade. 

LCI

A letra de crédito imobiliário é emitida com objetivo de financiar o setor de imóveis, então o investidor empresta dinheiro para que o banco invista em construções e aquisições de imóveis. 

Assim como o CDB sua rentabilidade pode ser atrelada ao CDI, porém, esse investimento requer um valor mínimo maior. Uma vantagem desse investimento é que ele é livre de impostos por ser um setor estratégico. 

LCA  

Letras de crédito do agronegócio tem seu funcionamento parecido com o das LCIs e também possuem isenção de imposto e proteção do FGC, mas o dinheiro é destinado ao agronegócio 

Pode ser pós-fixada e ter sua rentabilidade atrelada à taxa de DI, assim como também está isenta de impostos por ser considerada de setor estratégico para a economia nacional. 

Entretanto, não é muito procurada pelos investidores por suas aplicações terem um prazo de vencimento maior, que no geral costuma ser de três anos. 

LC

Ao contrário do que o nome indica,a letra de câmbio não tem a ver com moedas estrangeiras e sim se parecendo com o CDB. A diferença é que essas letras não são emitidas por bancos e sim por financeiras, empresas que oferecem empréstimos pessoais e consignados. 

A vantagem é que como o risco relacionado às empresas é maior, sua rentabilidade também costuma ser. 

CDI e Selic

O CDI costuma ter uma relação direta com a Selic e muitas vezes é confundido com a mesma , já que por questões de arbitragem as duas costumam andar juntas para evitar desajustes de demanda por títulos públicos e por CDI.

Taxa Selic/Fonte: Remessa Online

Então se a taxa Selic for maior que a de CDI, um banco pode pegar dinheiro emprestado por um valor e depois emprestar esse mesmo capital para um terceiro com um percentual maior e acabar lucrando com isso. 

E essa diferença faria com que em algum momento, não fosse atraente investir em um dos dois. Diferente da taxa de DI que é determinada pela negociação entre bancos, a Selic é ditada pela negociação entre as instituições e o Bacen por meio de títulos públicos. 

Esse título tem como referência a meta da taxa Selic, estabelecida pelo Copom (Comitê de política monetária). 

A CDI costuma ser mais confiável e eficiente porque os certificados realmente expressam o que realmente está acontecendo no mercado, além de ser atualizada diariamente, enquanto a Selic é atualizada a cada 45 dias. 

A variação também é um fator, a CDI varia livremente nas casas decimais e a Selic varia no máximo 0,25 ponto percentual entre as decisões do Copom.