Deflação: entenda como funciona
Conheça o fenômeno da queda de preços, contrário à inflação
Deflação é o fenômeno da queda do preço de produtos e serviços generalizada, muitas vezes como sinal de recessão ou desaceleramento da economia. Contrário à inflação, o termo remete a um processo de desvalorização do nível dos preços como um todo.
Embora o recuo dos preços pareça bom, a deflação acarreta mais problemas que a inflação, tornando-se um fenômeno mais perigoso, com consequências como recessão, demissões em massa e aumento do juro real.
O que é a deflação ?
A tendência de queda dos preços pode ser definida como deflação no instante em que os índices calculadores apresentam taxas negativas do aumento dos preços, logo, o fenômeno vigente é a queda contínua de bens e serviços.
A deflação é caracterizada por longos períodos de quedas sucessivas de preços em setores diversos da economia, e não de quedas pontuais de somente dois meses em uma área. Os recuos medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) ocorrem de forma consecutiva e generalizada.
Como característica, a tendência ocasiona o aumento da oferta, significativamente inferior à demanda, o que acaba valorizando o dinheiro, contudo ela acaba sendo mais perigosa que a desvalorização. Uma das causas da deflação é a diminuição da quantidade de moeda em circulação, desta forma, com menos capital disponível, menor as compras.
Assim, a economia entra em um estado de retração. Consequentemente, mesmo que haja valorização do dinheiro, a tendência geral da economia é negativa.
A taxa de inflação é medida todo mês pelo IBGE, através do IPCA, o índice responsável por calcular a variação dos preços dos mais diversos bens e serviços em 15 regiões do Brasil.
O estudo leva em consideração nove grupos: Alimentação e bebidas, Artigos de residência, Comunicação, Despesas pessoais, Educação, Habitação, Saúde e cuidados pessoais, Transportes e Vestuário.
Causas e consequências da deflação
Em uma economia, quando ocorre uma diminuição na demanda, a redução dos preços é natural, o problema começa quando o período se estende e não inícios de melhora.
O cenário mais comum é a diminuição geral dos preços imposta pela falta de demanda, normalmente causada pela falta de moeda em circulação. Logo, em razão de vender os estoques e esquentar um negócio, os preços são abaixados.
Porém, se a demanda não aumentar do mesmo jeito, a tendência iniciada é a de deflação.
Pela redução da demanda, menos produtos são vendidos, desta forma, uma das principais consequências deste fenômeno é o desemprego, recessão e o acúmulo de produtos que as empresas não conseguem vender.
Do mesmo modo, o aumento de trabalhos informais e do juro real são fatores definitivos da tendência, assim como a redução na arrecadação pública.
O juro real é a taxa de diferença entre a taxa de juros e a inflação, portanto, com uma taxa alta, pagar os altos preços passam a ser o foco da população, reduzindo seu poder de compra. Mesmo com preços baixos.
Como combater a deflação ?
Este ciclo vicioso de comerciantes não conseguirem vender e compradores não conseguirem comprar é uma das dinâmicas mais prejudiciais à economia. Na maioria dos casos, a solução é instalada somente após medidas de intervenção do governo.
Como uma das maiores causas e consequências, a falta de dinheiro no mercado poderia ser resolvida com o aumento controlado da liquidez da moeda e a impressão de mais dinheiro.
No entanto, injetar dinheiro não é sempre a melhor solução. Medidas como disponibilizar empréstimos mais acessíveis e reduzir juros também são comuns e efetivas.
Deflação, inflação e desinflação
Junto à deflação e inflação, há mais um termo atrelado aos dois. Os três fenômenos econômicos tratam de processos diferentes do valor dos preços de bens e serviços.
A inflação, de modo geral, é o aumento do preço dos produtos e serviços, apontada pelos índices de preços, que acarreta no aumento na demanda dos mesmos, porém também causa a desvalorização do capital econômico.
Já a desinflação, apesar de aparentar contrária à inflação, trata do processo de diminuição da inflação, ou seja, somente a redução generalizada dos preços. Deste modo, a desinflação apresenta uma taxa baixa de inflação porém não negativa.
Caso a inflação fosse abaixo do 0%, o cenário se enquadraria como uma deflação.