DRE: saiba o que é a Demonstração de Resultado de Exercício
Um dos documentos mais importantes para avaliar uma empresa
Atuando como um dos pilares da contabilidade, a Demonstração de Resultado de Exercício (DRE) é utilizada para avaliar financeiramente uma companhia, dando uma clara noção sobre sua capacidade lucrativa.
Por conta disso, a DRE representa, também, um fator de extrema importância para investidores que queiram tomar as melhores decisões.
O que é DRE?
A DRE reúne em um documento todos os ganhos e gastos de uma companhia em um período pré-estabelecido. Ela é, ainda, construída juntamente ao Balanço Patrimonial dela.
Funcionando como uma extensa conta de subtração, o relatório traz no topo a receita bruta, seguida de despesas que compõem o gasto total durante um período. Ao fim, o resultado é listado, apresentado de quanto foi o lucro ou prejuízo de uma empresa.
Dessa forma, além de observar qual a eficiência da gerência durante o período estipulado, também é possível obter uma clara noção sobre a saúde financeira de um negócio, levando em consideração as perdas em cima dos ganhos.
Após realizar o levantamento, este documento contábil deve ser assinado por um contador que possua uma habilitação pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
As informações podem ser utilizadas pelo próprio negócio, a fim de otimizar suas operações e evitar gastos desnecessários, ou ainda, por investidores que queiram saber sobre a saúde financeira da companhia na qual estão investindo.
O documento pode ser utilizado, também, por instituições bancárias. Quando uma companhia busca solicitar um empréstimo ou crédito, os bancos podem exigir o relatório para decidir se darão a quantia ou não.
O que a lei diz sobre a DRE?
Por lei, além da obrigação de apresentar a assinatura de um profissional de contabilidade autorizado, também é necessário que todas as companhias realizem a Demonstração de Resultado de Exercício ao menos uma vez por ano. Essa regra, apesar disso, não se aplica ao MEI.
Outra obrigação imposta é a de que empresas que estejam listadas na Bolsa de Valores, as companhias de capital aberto, devem divulgar suas DREs a cada trimestre, além de informar o resultado acumulado no ano.
Esta imposição é, ainda, estendida aos Fundos Imobiliários (FIIs).
Quais informações estão disponíveis na DRE?
Além de determinar em quais circunstâncias e quais empresas devem realizar uma DRE, a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 também indica quais informações devem estar indicadas no documento.
A determinação está descrita no artigo 187 da legislação, e define a obrigatoriedade dos seguintes itens:
1- A receita bruta de vendas e serviços contando com os abatimentos de impostos;
2- A receita líquida das vendas e serviços, incluindo o custo das mercadorias e serviços vendidos, além do lucro bruto;
3- As despesas com vendas, gerais, administrativas, com vendas e outras despesas operacionais;
4- O lucro/prejuízo operacional e outras receitas/despesas;
5- Resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
6- Participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias;
7- Lucro/prejuízo do exercício e montante por ação do capital social da empresa;
DRE é o mesmo que um balanço patrimonial?
Apesar de representarem dois documentos de extrema importância para obter uma noção sobre a situação financeira de uma empresa, a DRE não pode ser vista como um balanço patrimonial.
Isto pois, por definição, a Demonstração de Resultados de Exercício combina as informações de despesas e ganhos de uma companhia em específico. Isso faz com que, em muitos casos, o documento resulte em um valor negativo.
Em contrapartida, o balanço patrimonial é um relatório que busca evidenciar os ativos e passivos de uma empresa, de maneira quantitativa e qualitativa.
Os ativos representam, dessa maneira, bens, direitos e recursos controlados de forma direta pela instituição em questão.
Os passivos, por sua vez, dizem respeito a valores obtidos através de obrigações com terceiros e que, para serem devidamente liquidados, necessitam do uso dos ativos.
Para representar um bom resultado financeiro, os passivos devem, obrigatoriamente, serem menores do que os ativos. Caso a situação seja o inverso, isso significa que a companhia em questão se encontra próxima de falir.