Efeito Fisher: saiba como funciona a teoria da macroeconomia
A relação da taxa de juros nominal
Desenvolvido a partir das ideias que compõem o campo de estudos da macroeconomia, o Efeito Fisher busca explicar a relação entre as taxas de juros nominal e real com a inflação.
Para que isso seja feito, a teoria utiliza-se de uma fórmula desenvolvida durante o início do século XX.
O que é o Efeito Fisher?
O Efeito Fisher é uma teoria criada com o objetivo de descrever a relação entre a inflação e ambas as taxas de juros. Ela diz que a taxa de juros nominal deve ser igual aos juros reais somados à expectativa de inflação.
Na época em que foi desenvolvida, seu criador, Irving Fisher, foi um dos primeiros economistas a identificarem a relação.
O contrário também é verdadeiro. Desta maneira, seria possível obter a quantia de juros real ao subtrair a inflação projetada da taxa de juros nominal.
A criação desta teoria foi um dos passos mais importantes para o desenvolvimento da macroeconomia, possuindo relevância até os dias de hoje.
Para o economista, os investidores estariam focados no retorno real de seus investimentos, focando sua atenção, desta maneira, apenas na quantia de juros livre da inflação. Isso acontece pois, para Fisher, a curto prazo, os juros reais de uma economia em questão são fixos.
Atualmente, esta teoria é utilizada pelos Bancos Centrais dos países para formular uma política monetária capaz de compensar o aumento da inflação e assim garantir estabilidade econômica para a nação.
Isso, pois as ideias constatam que há um balanço entre os juros nominais e a taxa de inflação. Portanto, quando existe a expectativa de alta no segundo fator, um aumento na taxa de juros nominal no mesmo nível não iria alterar o juro real.
É por conta deste fator que as autoridades monetárias monitoram constantemente o comportamento das taxas inflacionárias. Caso os preços aumentem sem que haja uma elevação no juro nominal, a expectativa é de que a inflação suba no futuro.
Fórmula
A ideia de Fisher é representada pela seguinte fórmula:
i = r + Ep
Aqui, i indica a taxa de juros nominal, r os juros reais e Ep a taxa de inflação projetada.
Por consequência, caso o juro nominal seja maior que o de equilíbrio, a taxa de juros real também deve ser elevada. Isso faz com que a economia seja desestimulada, diminuindo, assim, a inflação.
Se ela for menor do que a de equilíbrio, o resultado é inversamente proporcional. A atividade econômica é aquecida, traduzida na alta dos preços.
Quando o Efeito Fisher foi criado?
A teoria do Efeito Fisher foi criada pelo economista norte-americano Irving Fisher (1867-1947) durante os primeiros anos do século XX.
Ele, que se dedicou a estudar temas da economia, como moeda e a inflação, foi um dos primeiros a reconhecer a relação entre os fatores analisados pela teoria. Isso fez com que a ideia fosse batizada com o nome de seu criador.
Efeito Fisher Internacional
O Efeito Fisher Internacional é uma perspectiva da teoria original aplicada no comércio entre países.
Essa versão foi desenvolvida em meados da década de 30 e defende que os juros reais das moedas não são alterados, dado que qualquer variação é corrigida através de operações de arbitragem.
Esse tipo de negociação representa a compra de uma moeda ou produto em questão e sua venda por um preço maior no mercado.
Isso só ocorre, segundo a teoria, se duas regras forem obedecidas. A primeira impõe que não haja nenhum tipo de restrição na compra e venda entre as moedas e a segunda, por sua vez, considera que a taxa nominal seja a taxa livre de risco.
Juro a longo prazo
Mesmo o Efeito Fisher defendendo que, no curto prazo, a taxa de juros real não é alterada, é possível ver mudanças no juro real a longo prazo. Isso ocorre à medida que a confiança de investidores sobre o retorno de investimentos em países aumenta.
Isto quer dizer que à medida que as nações vão se transformando em credores mais confiáveis, consequentemente, os investidores também irão cobrar menos pelos empréstimos. Isso faz com que a taxa de juros desses países diminua a longo prazo.