Fuga das capitais: entenda o fenômeno – ESTOA

Fuga das capitais: entenda o fenômeno

Em alguns momentos de crises e recessões econômicas, os investidores tendem a retirar seus recursos e aplicações do país


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A fuga de capitais é uma consequência que pode ser devastadora para o crescimento econômico de um país, mesmo sendo uma coisa temporária. 

A fuga de capitais é um fenômeno que se dá quando os recursos financeiros saem de um país em um curto período de tempo, isso costuma ocorrer em momentos de turbulência econômica. 

Normalmente, isso acaba pegando os agentes financeiros de surpresa, e acaba prejudicando não só o mercado de capitais local mas toda a economia de um país. 

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Motivos para a fuga de capitais

Esse fenômeno costuma ocorrer mais frequentemente em países emergentes por suas economias serem mais instáveis e voláteis, isso acontece porque quando a economia mundial está indo bem, os países desenvolvidos injetam mais dinheiro nos países emergentes já que eles costumam trazer mais retorno. 

Mas é válido ressaltar que esse mercado contém mais riscos, e a sua volatilidade costumam ser maiores nos países emergentes, como o Brasil. 

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Então, em momentos em que a economia mundial começa a dar sinais de enfraquecimento, os investidores retiram seus recursos dos países emergentes para poderem aplicar em lugares com mais segurança. 

Também se deve considerar o fato de que em momentos de crise as taxas de juros se tornam maiores até mesmo nos países desenvolvidos. 

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Dessa forma, o spread (diferença entre o preço de venda e o preço de compra entre um ativo) nesses países costuma cair, fazendo que o investimento nos emergentes fique menos atraente. Por esses motivos, os países desenvolvidos tendem a estar mais dispostos a sofrer com a fuga de recursos financeiros. 

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Uma das principais causas dessa fuga de capitais, como foi dito, é uma redução do crescimento na economia global. 

Em 2008, com a explosão da crise financeira mundial, o Brasil passou por uma grande saída de recursos estrangeiros em um curto período de tempo. Isso resultou na queda da bolsa de Ibovespa e no alto valor do dólar

Porém esta não é a única causa do fenômeno. Alguns outros eventos  que podem desencadear na fuga de capitais são: 

Crises internas

As crises internas são ocasionadas por fenômenos que ocorrem dentro de um país e não por motivos globais. Essas crises afastam os investidores a viram pro país já que eles preferem investir em uma economia de crescimento. 

O Brasil passou por uma situação assim na crise econômica que ocorreu em 2015 e 2016. Enquanto a economia global sofria uma alta expansão, o PIB do Brasil estava caindo, fazendo com que afastasse muitos investidores. 

Insegurança jurídica

O medo de uma insegurança política pode acabar afastando os investidores e causar uma  fuga de recursos. Isso porque países com uma baixa previsibilidade em suas leis, não é bem visto pela comunidade financeira global. 

Dessa forma, a tendência é que esses países atraiam e retenham menos recursos. 

Perspectiva econômica ruim 

Algumas vezes nem precisa ser feito algo na prática que ocasione essa fuga de capitais. 

Em alguns momentos, uma simples piora das expectativas pode ocasionar no fenômeno, um exemplo que ocorreu no país foi após a primeira eleição do ex-presidente Lula, em que os investidores temiam as políticas intervencionistas retiraram o seu capital do Brasil de forma acelerada, ocasionando uma fuga de capitais antes mesmo que Lula tomasse posse do governo. 


A fuga de capitais também pode acontecer com investidores internos de um país, nesse caso o objetivo costuma ser investir em moedas e mercados internacionais, adotar essa estratégia é essencial para quem deseja proteger seu capital.

Fuga de capitais no Brasil

No Brasil, uma fuga de investidores estrangeiros da B3 (bolsa de valores brasileira) representou uma saída de R$21,8 bilhões em capital externo do mercado acionário brasileiro, em 2020.

B3/Fonte: Reprodução

Uma das principais causas para essa fuga foram os receios com o futuro fiscal e os impactos da covid-19 no país. 

Esse pessimismo se deu pelas medidas do governo de tirar o país da recessão econômica, como o auxílio emergencial, mas essa deterioração fiscal não é algo exclusivo do Brasil. 

Entretanto, o Brasil não tem as mesmas condições que os países desenvolvidos, já que se trata de um emergente, para se recuperar de crises com suas políticas fiscais expansionistas.