Fundo mútuo de privatização: saiba como investir
Entenda como funciona os fundos de estatais em processos de privatização
O fundo mútuo de privatização é a modalidade de fundo de investimento cujo objetivo é financiar e incentivar a venda de estatais a empresas e investidores.
A prática foi implementada no Brasil em 2000, com destaque na petrolífera brasileira Petrobras e na mineradora Vale.
A concentração de recurso é destinada em ativos, principalmente ações, nas companhias do governo que estão em processos de privatização.
O que é um fundo mútuo de privatização?
O Fundo mútuo de privatização (FMP) é o fundo de investimento designado para investimentos, vindos dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em ações de empresas estatais que estão ou já passaram por processos de desestatização ou capitalização.
O fundo pode ser aplicado em qualquer companhia do governo, seja ela federal, estadual ou municipal, que utilize capital do FGTS.
No Brasil, o FMP chegou em agosto de 2000, com uma operação de privatizar a Petrobras, novamente em 2002 na Vale do Rio Doce e, mais recentemente, na privatização da Vale.
Como o FMP funciona?
Como qualquer outro fundo de investimento, o FMP se trata de um local de concentração de recursos para alocações específicas, isto é, um lugar caracterizado por seus investimentos considerados como objetivos.
Eles podem ser administrados por corretoras, bancos, caixas econômicas e distribuidoras de valores, assim como os demais fundos.
No entanto, o fundo mútuo de privatização apresenta suas divergências com os demais fundos. Entre as principais, o FMP é composto por papéis de uma só empresa, logo, pelo menos 90% do valor patrimonial do fundo deve ser aplicado em ações da empresa em referência.
Por consequência, o fundo fica sujeito às variações das ações na bolsa de valores. Tendo que seu aporte e resgate (que só pode ocorrer depois de um ano) acontece na conta pessoal do FGTS.
Seus investimentos são formados pelo saldo das pessoas que compõem o fundo, ou seja, qualquer pessoa que tenha saldo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço pode começar a investir em empresas estatais em processo de privatização.
Vale ressaltar que a rentabilidade do fundo volta para o FMP como rendimento variável, uma vez que varia em função das oscilações e performance da empresa, da mesma forma que o fundo vem sempre com riscos, que diferente do saldo do FGTS tem a segurança provida pelo governo, os fundos são de ações governamentais, contudo eles atuam como qualquer outro fundo de investimento.
O fundo, desta forma, proporciona a operação de pessoas comuns em aplicações acessíveis em condições especiais, através de seus recursos nas contas vinculadas do FGTS. Porém, cada fundo vem acompanhado de suas peculiaridades.
Por exemplo, uma aplicação no fundo da Eletrobras necessita ter um valor mínimo de R$ 200,00, ao mesmo tempo que a pessoa não pode destinar mais de 50% de seu saldo no FGTS em investimentos na companhia.
A Eletrobras também não permite que uma pessoa invista em mais de um fundo mútuo de privatização, apesar de ser uma prática comum com outras organizações. Ela, todavia, aceita a “migração” de recursos.
Tipos do Fundo Mútuo de Privatização
Embora seja o mais popular, a utilização do FGTS não é obrigatória nos fundos. O FMP também pode ter financiamento dos próprios investidores, de seu capital pessoal. Deste modo, é possível classificar os fundos em duas categorias.
Os FMP-FGTS, os fundos de investimentos de pessoas físicas com saldo no FGTS e os FMP de recursos próprios que, como seu nome indica, usa capital próprio para se tornar um investidor em FMP.
Vantagens e desvantagens
É importante lembrar que embora as ações referentes sejam de grandes empresas, administradas por nomes importantes com experiência, todo investimento é uma aposta, e com grandes riscos ainda por cima. As ações do FMP também estão sujeitas a oscilações de preços.
Um ponto fundamental na formação de uma carteira de investimento é a diversificação. Ao mesmo tempo que o FMP promove uma fonte de renda adicional, de origem de renda variável ainda, pelo caráter exclusivo que o fundo mútuo de privatização implica, cabe ao investidor medir as vantagens e desvantagens do fundo e decidir se vale ou não a pena integrar um FMP.