Guerra Cambial: O que é e como funciona o bloqueio da moeda estrangeira – ESTOA

Guerra Cambial: O que é e como funciona o bloqueio da moeda estrangeira

Um dos principais problemas macroeconômicos é a guerra cambial, descubra o que isto significa e os efeitos que causam na economia


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Todos os países do globo enfrentam ou enfrentaram algum problema em sua economia, as constantes variações de moedas pelo mundo, acontecimentos marcantes para valorização ou desvalorização são fundamentais para definir quanto será cobrado para você adquirir uma moeda estrangeira. Um dos principais problemas macroeconômicos em diversos países, tem o nome de Guerra Cambial

Este termo voltou a ser utilizado após longos anos de hiato, trazendo consequências para o mercado financeiro e para investidores com interesse em fundos cambiais. 

O que é a Guerra Cambial?

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A guerra cambial é uma série de providências tomadas por países em conjunto para conter a valorização de uma moeda. 

Conhecido também como a manipulação do câmbio, pode ser realizado no próprio país com a moeda local. 

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Em 2010 no Brasil, o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, utilizou o termo guerra cambial. No momento da utilização, o Brasil estava correndo contra o tempo para controlar o Real e acionou o Banco Central do Brasil que fazia compras de dólar à vista.

O Brasil começou um movimento de taxa para derivativos de câmbio, criando IOF sobre os financiamentos externos com seus prazos de três anos, uma medida extra foi o aumento de impostos para as operações com prazo curto em renda fixa, contendo o fluxo de divisas.

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Ficou notório que em questões de esforço, não houve nenhum tipo de crescimento econômico mundial aconteceu. 

A cada desvalorização, ficava mais claro, os países estavam garantindo a sua participação no comércio mundial de forma não transparente, este contexto sofreu um agravamento com a crise da zona do euro.

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Guerra Cambial: O outro lado

O economista britânico Jim O’Neil, criador do termo BRICS, se referiu ao Brasil dizendo que o câmbio não era um fato limitante às exportações do país. Diferente das nações desenvolvidas, o Brasil não necessitava preocupação, o país teria uma rígida mão de obra e pouca qualificação, tornando os produtos do país mais caros, principalmente o orçamento federal que mantinha taxas de juros elevadas e que atraía capital do mundo todo.

O FMI (Fundo Monetário Nacional) condena a Guerra Cambial, mas não existe um mecanismo ou punição que torne esta prática ilegal, ela é apenas considerada anti-ética pelo país que está realizando, o que pode acontecer em caso de passar dos limites é o FMI contatar a OMC (Organização Mundial do Comércio) para tentar resolver em um acordo essa Guerra Cambial.

A OMC é responsável pelo tratamento de condutas comerciais abusivas, podendo autorizar ou não as medidas compensatórias, desde taxas, até aumento exagerado de tarifas. 

Para um país ser descoberto, caso esteja manipulando seu câmbio, é necessário a identificação de parâmetros que podem mover de forma intencional o câmbio para longe do eixo no seu ponto de equilíbrio. 

Em uma guerra cambial em movimento, é notória a reserva de grande parte da moeda estrangeira, sendo maior do que seis meses de importação e o baixo fluxo de movimentação, um superávit percentual na conta corrente do PIB, sendo maior que zero por exemplo, e até o aumento na relação de reservas do PIB nos últimos dez anos. 

Guerra Cambial chinesa

Após um longo período em que o Brasil esteve com seu nome envolvido na guerra cambial, outro país pertencente ao Brics foi tema desta discussão. Um medo da desaceleração global tomou conta dos centros financeiros mundiais após a guerra de China e Estados Unidos em 2020. 

A União Européia adotou diversas medidas como estímulo local ao avanço da China aos cortes de juros no país, esse movimento proporcionou um atenção maior a essa preocupação e grande parte dos investidores passaram a dar mais importância e demonstrar interesse maior nas análises de negociação. 

O analista da Capital Economics, Julian Evans-Pritchard, definiu como “abandono de esperanças por um acordo comercial com os Estados Unidos” devido a China controlar seu câmbio após um único dólar custar sete Yuans. 

O Banco Central Chinês estaria esperançoso em que seu parlamento aceitasse o bloqueio de moedas mais fracas a fim de não arriscar as negociações com os EUA, uma previsão de negociação positiva ou negativa com os norte-americanos não é possível, vide que as comunicações com a China não são de via pública e tudo que acontece dentro de seu governo é apenas comunicado por canais oficiais. 

A guerra cambial pode ajudar um país a valorizar sua própria moeda, mesmo que isto desvalorize outra em questão, mas ainda é considerado antiético.  A OMC estuda medidas e deve aplicar um modelo normativo e regularizado, semelhante a guerra cambial, para valorizar as moedas em fluxo interno dos países subdesenvolvidos e emergentes, mas a medida não possui uma data de implementação.