Joesley Day: Entenda o que aconteceu – ESTOA

Joesley Day: Entenda o que aconteceu

O dia em que um escândalo político gerou grandes consequências na economia brasileira


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No Joesley Day, a atenção dos brasileiros era dividida entre os âmbitos político e econômico do país.

Isso porque em Maio de 2017,  um escândalo envolvendo o ex-presidente da república Michel Temer e o empresário Joesley Batista aconteceu. Esse evento foi responsável por uma grande alteração no mercado financeiro do Brasil.

O que aconteceu no Joesley Day?

O dia 17 de maio de 2017 foi marcado pelo vazamento de um áudio, que dizia respeito a um diálogo envolvendo Michel Temer e Joesley Batista.

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Com pouco mais de um minuto, o arquivo gravado por Joesley mostrava o ex-presidente dando aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Michel Temer e Joesley Batista/Fonte: O Globo

Cunha havia sido preso por conta da Operação Lava a Jato, e o áudio se tratava de uma parte da delação premiada entre o empresário e a Procuradoria-Geral da República.

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O motivo de sua prisão era lavagem de dinheiro e corrupção, e Batista estava tentando ganhar benefícios acerca de seu encarceramento por meio da delação.

O evento, no entanto, foi o suficiente para abalar o âmbito econômico do país, gerando uma tremenda insegurança nos investidores.

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Consequências geradas pelo Joesley Day 

O escândalo foi grande o suficiente para que seus efeitos superassem o campo político, estendendo sua influência até a área financeira.

Nessa época, o IBOVESPA (indicador médio das cotações das ações negociadas) chegou a cair 10,47% em um único dia.

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Apesar de fechar o dia em uma queda de 8,8%, ela foi suficiente para ser a maior desvalorização do índice desde 2008. Neste ano, ela se deu por volta de 10%, sendo apenas 1,2% maior que a do Joesley Day.

O dólar ainda sofreu uma valorização de aproximadamente 10%, saltando de R$ 3,14 para R$ 3,38.

Dentro do âmbito político, a polêmica também teve bastante peso. Em 2015, a desilusão política com a ex-presidenta Dilma Rousseff era grande. Após o impeachment, em 2016, investidores e empresários estavam animados com os planos do novo governo.

Porém, assim que o áudio vazou, em 2017, o receio tomou conta dos acionistas. Dessa forma, a confiança no novo presidente se esvaiu, e o medo de que as novas demandas não fossem atendidas era extremamente presente.

Daí, os resultados começaram a aparecer. Esses investidores começaram a retirar suas ações por conta do medo gerado, e a valorização do dólar se evidenciou, atingindo também o setor empresarial.

Apesar do gigantesco efeito em cadeia, o prejuízo só não foi maior por conta da utilização de um Circuit Breaker por parte da B3.

O que é um Circuit Breaker?

Construído para ser um mecanismo de proteção na bolsa de valores, essa ferramenta é utilizada em épocas de grandes quedas na bolsa, assim como no Joesley Day.

Ela tem como objetivo proteger os investidores e a bolsa de valores no geral, evitando eventuais anormalidades que possam afetar seus preços.

Quando o circuit breaker é ativado, todas as operações da bolsa são paralisadas, a fim de normalizar seu preço de forma natural.

Representação da Bolsa B3/Fonte: G1

Ele pode ser interpretado como uma reinicialização da bolsa, que vai fazer com que, através da oferta e demanda normalizadas, os preços voltem ao normal e os compradores consigam raciocinar em um momento de crise.

Assim, uma boa parte do prejuízo foi evitada, fazendo com que as perdas fossem minimizadas.

Outras polêmicas que afetaram a bolsa de valores

Apesar de ser um dos mais notórios, esse não foi o único escândalo que fez com que os preços oscilassem.

Em 1997, uma crise econômica se instaurou nos países asiáticos. Logo foi possível perceber sua influência em outras nações

O Brasil foi um dos atingidos, sofrendo uma queda de aproximadamente 14,98% na bolsa.

Porém, 10 anos antes, em 1987, o Brasil experimentou outro tombo em seus preços. Aqui, a bolsa de Nova York foi afetada pela Black Monday. A bolsa brasileira também sentiu os efeitos, se desvalorizando em cerca de 16%.

De qualquer forma, as duas quedas mais expressivas na Bolsa de Valores se deram em 1990. No dia 20 de março foi decretado pelo ex-presidente Fernando Collor o confiscamento das poupanças.

Bolsa caindo/Fonte: VEJA

Esse decreto gerou uma desestabilização do mercado, fazendo com que a bolsa caísse em cerca de 20,95%.

No dia seguinte, o congelamento das cadernetas fez com que a desvalorização chegasse a 22,27%, sendo a maior queda da história.

As influências econômicas que um escândalo pode ter são as mais diversas. Quanto maior sua seriedade, maior é também o tremor causado no mercado.

Apesar de não serem tão comuns, acontecimentos como o Joesley Day podem colocar em risco todos os investidores de um país, fazendo com que sua seriedade seja o bastante para estar sempre preparado para tais anormalidades.