Junk bonds: o que são esses títulos de alto risco
Conheça os títulos de alto risco e rendimento
Junk bonds são bonds de alto risco, avaliados com elevados níveis de inadimplência, retorno e volatilidade. Na maior parte dos casos, são um recurso utilizado para gerar lucro para empresas em falência.
Estes títulos de renda fixa são compostos por sua classificação baixa, podem servir como importante sinalizador econômico e um famoso investimento de especulação.
Definição e características
Esta modalidade de título de renda fixa, ou bonds, é caracterizada pela alta volatilidade e risco de inadimplência. É composta por títulos baratos mas que oferecem uma rentabilidade acima do habitual para demais títulos de renda fixa.
Pela sua natureza arriscada, os junk bonds podem ser qualificados como títulos de alto risco e de baixa liquidez, pelo público alvo reduzido. Junto ao nível elevado de inadimplência, são uma modalidade dependente de um grau significativo de especulação. Contudo, são títulos marcados pelo alto rendimento.
Altos níveis de retorno acompanham, habitualmente, altos níveis de risco de crédito.
Os títulos são, sobretudo, das piores classificações.
Não à toa que a nomenclatura do título remete a um nível reduzido de qualidade. Em inglês, enquanto “bond” é “título”, “junk” significa “porcaria”. Desta forma, os junk bonds são os títulos de porcaria, ou como já são chamados no Brasil, são títulos podres.
Quem são os emissores e investidores dos junk bonds?
Pela qualidade inferior, os junk bonds são, para muitos, um investimento de ativos desvalorizados, em empresas à beira de falência e com mínimas chances de se recuperarem. Portanto, os investidores nos fundos de investimento, chamados de Fundos Abutres, apostam em títulos baratos com alta rentabilidade.
Já os títulos em si podem ser emitidos por organizações públicas ou, o mais comum, empresas privadas com baixa credibilidade no mercado. Como as companhias endividadas ou já em situação de falência visam obter lucro facilmente, os junk bonds são um método efetivo e fácil de chamar atenção e adquirir capital.
Ao emitir esses papéis, as empresas conseguem se financiar com o volume de vendas dos títulos – que, embora seja um número reduzido, são atrativos no mercado específico de investimento em ativos em desvalorização.
Porém, da mesma maneira que é um investimento chamativo para o mercado de desvalorização, se o quadro da empresa melhorar e os ativos sofrerem uma valorização no lugar, o investimento passa a ser rentável.
Quais são as classificações?
De modo formal, não há nenhuma classificação dos junk bonds, contudo, agências de classificação como a S&P Global Ratings (Standard & Poor’s) e a Moody’s diferem os ativos a partir de duas categorias: em base do nível de investimento e do do nível de especulação.
Ao classificar os ativos pelo grau das chances de pagamento de dividendos, os títulos que ficam acima da mediana são avaliados como categoria um (de investimento), enquanto os títulos de categoria dois são julgados através do nível de especulação, uma vez que as chances da empresa pagar seus dividendos são baixas, o indicador é guiado pela especulação.
São sete categorias ao todo. Quatro são de investimento e três de especulação.
- AAA – excelente;
- AA – muito bom;
- A – bom;
- BBB – adequado;
- CCC – com risco;
- C – muito risco;
- D – default.
Indicador econômico
Como eles usufruem na procura de investimento de altos níveis de volatilidade e desvalorização, os junk bonds podem também servir como indicadores econômicos.
Ao garantir volatilidade, uma grande demanda dos títulos podres pode significar um cenário positivo na economia, pois remete a um quadro promissor, em que os investidores estão seguros e confiantes em fazer investimentos de risco.
A leitura da economia pode ser realizada em razão da disposição do mercado em se comprometer com esse tipo de título, e logo pode sinalizar a chegada de mudanças no ciclo econômico. Consequentemente, o esfriamento da mesma demanda indica uma perspectiva negativa e insegura do futuro.