Mão invisível do mercado: a auto-regulação do mercado
A interferência natural no ecossistema mercadológico
Introduzido pelo filósofo e economista Adam Smith, a mão invisível do mercado é um fenômeno que procura explicar a auto regulação de preços no âmbito econômico.
Essa ideia defende que por meio da oferta e demanda, a competitividade e a definição de preços fossem automaticamente criados pelo mercado, sem a necessidade de intervenção governamental. No Brasil, a influência estatal na economia se dá pelo Banco Central.
Como o termo surgiu?
Após ser idealizado por Adam para descrever o livre mercado, o termo ganhou popularidade no sistema econômico liberal.
Smith introduziu a ideia em alguns de seus livros. Os mais famosos foram ‘’Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações’’, publicado em 1776, e ‘’A teoria dos Sentimentos Morais’’, publicado em 1759.
O termo foi criado após o economista ter lido alguns modelos econômicos criados por fisiocratas franceses, mesmo que em suas primeiras obras a ideia fosse concebida em um outro contexto.
Funcionamento da ideia
A principal tese defendida pela mão invisível é de que os preços e a competitividade são inerentes ao mercado financeiro.
Dessa forma, desde que haja livre comércio e uma economia aberta, o mercado se regula sozinho.
Quando alguém decide fornecer um serviço, ou abrir uma loja, ele está sujeito a ter seus concorrentes. Portanto, seu diferencial, seja nos preços, ou diretamente nos serviços, ditará o seu futuro.
Se houver um grupo de empresários em um mesmo ramo, o que obtiver sucesso primeiro poderá reinvestir seu lucro em mais infraestrutura, o que vai deixá-lo ainda mais na frente.
Assim, algo com grande oferta no mercado, mas baixa demanda tende a ter um preço baixo. Já no caso de um produto com pouca oferta, porém grande demanda, tende a ter um preço mais elevado.
Unindo a liberdade econômica com o conceito de oferta e demanda, Smith chegou à conclusão que havia algo que controlava o mercado, funcionando como uma espécie de ‘’mão invisível’’.
Como se daria a intervenção estatal nesse caso?
Dessa forma, o economista concluiu que apenas em casos extremamente específicos seria justificada a intervenção do governo nesse tipo de mercado.
Então, o estado só poderia intervir para o estabelecimento, ou manutenção da justiça, em caso de conflitos envolvendo o país em questão, e para a realização de obras públicas envolvendo o ambiente.
Um dos tipos de interferência que a ideia busca se opor é, em especial, a criação de regulamentos ou qualquer artifício que possa promover uma empresa e, dessa forma, quebrar esse ecossistema.
Quais os pontos negativos da ideia?
Apesar de sua abrangência, o termo não leva em consideração as anormalidades presentes no mercado.
Nesse ramo, elas são chamadas de externalidades, nesse caso negativas, e tem como objetivo descrever consequências que não são diretamente ligadas ao ambiente.
Uma delas é a formação de monopólios e oligopólios, que concentram o poder de mercado de um determinado segmento em uma ou poucas companhias.
A mão invisível considera apenas a origem estatal deles, onde por meio de financiamentos e regulamentos, os monopólios são criados.
Eles também podem surgir naturalmente no mercado, o que leva a uma prática desigual, que desestabiliza o auto regulamento.
Além do crescimento excessivo de serviços ou produtos que podem gerar problemas ambientais se não forem fiscalizados.
No final das contas, um ecossistema isento de qualquer tipo de regulamento, ou intervenção, pode ruir da mesma forma que um mercado excessivamente regulado.
Sua importância para o mundo liberal
Assim como sua ideia, Adam foi considerado pelos liberais como um ‘’guru’’. Sua ideia de livre mercado e de uma regulação automática dos preços foi adotada como pauta para economistas liberais.
Sua teoria fez com que seu nome fosse considerado por muitos como ‘’pai da economia moderna’’, deixando seu legado na área.
No Brasil, muitas pessoas defendem que a intervenção estatal no modelo de mercado é excessiva, e lutam contra isso todos os dias.
Eles defendem a autonomia das empresas, e uma separação clara do que é privado e estatal.
Os conceitos criados em meados do século 18 são estudados até hoje, e é inegável sua eficiência, que dita grande parte do funcionamento mercadológico atual.