Monopsônio: Conheça esse conceito

Um dos conceitos mais conhecidos da área da microeconomia é o monopólio. Ele é um conceito fundamental para entender o mercado em si. Porém, o monopsônio, por sua vez, é um conceito que se opõe à dominação do mercado por um vendedor, denominando a dominância de um comprador para diversos vendedores.

O que significa?

O conceito foi desenvolvido pela economista britânica Joan Robinson. 

Ela nasceu no ano de 1903 e morreu em 1983, ficando conhecida como a ‘’dama da economia’’.

Ela se formou em economia pela Universidade de Cambridge, no ano de 1925.

Enquanto atuava como professora, entre 1931 e 1971, ela desenvolveu diversas pesquisas, e sua vida acadêmica fez com que vários profissionais reconhecessem suas contribuições.

Apesar de nunca ter ganho um, alguns economistas disseram que ela era elegível, inclusive, a receber um Prêmio Nobel.

Dentre diversos estudos feitos pela economista, seu livro “The Economics of Imperfect Competition”, publicado em 1933, foi o mais conhecido. Isso se deve, principalmente, por introduzir o termo monopsônio.

Esse tipo de dominância é estabelecido quando há apenas um comprador para uma série de vendedores. Isso pode ocorrer por diversos fatores, porém é uma situação rara.

Dessa forma, ele é a monopolização de um demandante para todos os vendedores de determinado produto/serviço.

Esse processo leva a uma instabilidade constante nos preços por parte dos ofertantes. Eles procuram melhorar seus preços ao máximo para conseguir vender ao único comprador.

O que pode acontecer, ainda, é a junção dos consumidores, formando um único grupo demandante, chamado de oligopsônio.

Existem algumas características que podem ser levadas em consideração para evidenciar um monopsônio.

Dentre elas estão: 

Dominância do preço: Por compartilharem apenas um comprador, as empresas submetidas a esse tipo de configuração de mercado perdem o controle sobre o preço de seus produtos.

Dessa forma, por depender de apenas um demandista, normalmente é ele o regulador de preços, comprando os produtos a, normalmente, o menor dos preços oferecidos.

Variedade de produtos: Um monopsônio, normalmente, é ligado ao consumo de apenas um produto. Isso faz com que a variedade de tipos de produtos ofertados não faça diferença.

Dessa forma, o consumo do comprador monopolista está interessado em apenas um tipo de produto.

Demandante: O principal fator que configura um monopsônio é o domínio do mercado por parte de apenas um comprador.

Exemplos de monopsônios

Esse tipo de configuração de mercado atinge apenas setores específicos da economia. Eles se dão, normalmente, por regulações que favoreçam seu surgimento.

Um setor monopsônico do mercado brasileiro, por exemplo, é a área de petróleo e gases. Isso se dá, principalmente, por conta de regulações que obrigam que a companhia Petrobras seja a única a empresa a atuar como demandante nessa área.

Dessa forma, os fornecedores desses tipos de recurso são postos em uma situação onde podem vender apenas para a petrolífera, além da Petrobras ser a única revendedora de gás natural permitida no Brasil.

Essa medida visa incentivar o mercado nacional, mesmo que crie um monopsônio como consequência.

Outra onde o monopsônio também se faz presente é no âmbito militar. No Brasil, o exército é a única instituição autorizada a comprar armamentos, o que também gera por consequência essa configuração de mercado.

Também é possível citar a emissão de cédulas no Brasil. Muitos pensam que este é um dever do Banco Central do Brasil, o que de fato não ocorre.

Esse processo, na realidade, é feito pela Casa da Moeda do Brasil (CMB), tendo o Banco do Brasil como único comprador.

Isso faz com que um monopólio seja exercido pela CMB, enquanto o Banco do Brasil é o único demandante, já que ele é o único órgão autorizado a exercer tal função.

Esse controle se dá para preservar um bom funcionamento da economia brasileira, dessa forma é possível administrar a oferta e a demanda de capital da economia brasileira, para que a inflação não cresça, e a área financeira da nação não colapse.

Entender essa configuração de mercado é extremamente importante para uma boa análise financeira, pois esse é um dos termos básicos da microeconomia.

Essa prática considerada como um sistema anticoncorrencial é capaz de prejudicar várias companhias, e estabelecer um controle quase que permanente em um comprador.