O que são os trustes e quais são seus males ao mercado
Como funciona este modelo de fusão de sociedades que dominam o mercado
Um modelo de associação entre duas ou mais empresas que dominam parte do mercado, os trustes são uma prática econômica danosa ao mercado.
Relacionado com cartel e holding, os trustes são uma união entre organizações do mesmo setor com a intenção de controlar o mercado, seus preços e a concorrência.
O que são os trustes
Uma associação entre empresas, os trustes são uma prática de mercado ilegal no Brasil, conceituada na fusão de companhias dominadoras de um determinado mercado, em função de expandir ainda mais o seu controle e poder.
Assim como indica o seu nome, derivado da palavra em inglês “trust”, que significa “confiança”, os trustes são acordos que podem ser formais ou informais, isto é, implícitos ou explícitos, sendo honrados através da confiança entre as empresas concorrentes.
A concentração, por característica, une duas ou mais empresas com o principal objetivo de dominação de um mercado e produção de um bem ou serviço.
Quais são os principais danos do truste?
Por qualidade da coligação, a prática implica no domínio de mercado a partir da fusão entre as sociedades empresariais. O que, por consequência, aumenta o preço dos produtos – uma vez que o mercado passa a ser controlado por uma grande empresa que determina por si os preços – e, logo, aumenta a concentração de capital financeiro.
Também, o truste acarreta na aniquilação de livre concorrência, na falência de outros negócios do mesmo setor e elimina
Além da aniquilação de livre concorrência, razão pela qual é ilegal no Brasil e fortemente repreendida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Apesar de fiscalizado principalmente pelo CADE, o truste é seriamente vigiado por órgãos reguladores do governo federal.
Truste horizontal e vertical
O truste pode ser caracterizado entre duas categorias: truste vertical e horizontal.
O truste horizontal é visto quando o modelo aplicado consiste na integração de uma série de empresas do mesmo setor, a fim de fundir as organizações dominantes. Portanto, caracteriza-se pela associação de grandes empresas que oferecem o mesmo produto, em função de eliminar qualquer concorrente.
Já o truste vertical é a estratégia de fusão de empresas que atuam sobre etapas distintas de produção. Ou seja, a meta é o domínio da cadeia produtiva, desde a extração de matéria-prima até a distribuição dos produtos derivados.
A união, deste modo, forma uma maior organização detentora das principais etapas de processo.
Holding, cartel e joint venture
Diferente do truste, os cartéis têm como principal objetivo controlar o mercado a partir da determinação dos preços dos mesmos produtos de companhias concorrentes. Ou seja, os cartéis tratam de um acordo (formal ou informal) de cooperação entre duas ou mais empresas que já detém a maioria do mercado em função de estabelecer entre si um preço para os produtos concorrentes.
A prática, por estas razões, elimina demais negócios do ramo e promove um impulso astronômico nas vendas de poucas empresas. Além de serem uma associação ilegal no Brasil, e na maioria dos países, o cartel obriga os clientes a comprarem aos preços fixos e invariáveis, habitualmente acima do considerado “valor justo”.
Enquanto o holding é um conglomerado de empresas, do mesmo ou diferentes setores e mercado, podendo até serem companhias concorrentes juntas em um holding só.
Portanto, trata-se de uma empresa, normalmente não produtora de nada, que visa sobretudo o controle administrativo de diversas entidades.
E por último, o joint venture é o modelo de aliança comercial legal no Brasil. Também chamado de consórcio ou empreendimento conjunto, o joint venture é a junção de sociedades que compartilham um objetivo em comum. Assim sendo, é uma estratégia completamente legal no país, somente se não apresentar ameaça à concorrência livre ou ao infringir qualquer norma ou lei.