Open Banking: o que é e como funciona esse novo sistema bancário
Modelo completou um ano da chegada ao Brasil e prepara novos passos no mundo financeiro para 2022
Com início das operações no Brasil em 2021, o Open Banking, ou Sistema Financeiro Aberto, chegou com o intuito de inovar e renovar esse segmento no país, promovendo a competitividade e oferecendo produtos e serviços financeiros para o consumidor.
O serviço do Banco Central do Brasil veio para ser transparente com os clientes e dar uma maior autonomia sobre a vida financeira de cada um. O cliente terá a liberdade de escolher quando e para quem ele quer compartilhar seus dados.
Antes de chegar aqui, o Open Banking já havia sido testado em outros continentes. O Reino Unido foi o pioneiro, com um sistema semelhante já em 2018. Outros países como Austrália, Canadá, Índia, Estados Unidos também já aderiram.
Open Banking
O Open Banking trata-se de um conjunto de regras e tecnologias que permitem que os usuários, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, tenham seus dados compartilhados pelas instituições financeiras de um modo mais prático, caso eles desejem.
Todo esse procedimento pode ser solicitado por meio dos aplicativos de banco já existentes, mas é uma operação que necessita do consentimento do usuário.
Outro ponto que garante a segurança dos clientes é o fato do Open Banking estar protegido em vias legais pela Lei Geral de Proteção de Dados (nº 13.709/18) e pela Lei Complementar (nº 105/01), do Sigilo Bancário.
Quais as vantagens?
Para os clientes que têm interesse em pedir empréstimo em bancos, o Open Banking vem para facilitar o processo caso haja necessidade de solicitar em uma outra instituição em que não tenha conta aberta.
O Open Banking facilitará a troca de dados e além de empréstimos, caso você queira trocar de banco agora depois de anos de adesão em outro será possível carregar o seu histórico, o que ajudará em futuros pedidos.
Devido a competitividade criada no mercado financeiro com essa inovação, os bancos terão que oferecer condições mais chamativas para público, com isso taxas e tarifas tendem a diminuir na contratação de um produto ou serviço.
Porém, as vantagens principais do Open Banking estão relacionadas com a segurança. O sistema desde o início foi elogiado por deixar claro sua intenção de ser transparente.
Quais instituições oferecem esse sistema?
Nesse momento, no Brasil apenas instituições sob algum tipo de regulação oficial do BC podem fazer parte. E empresas classificadas com S1 e S2, ou seja, instituições com porte superior ou igual a 10% do PIB ou porte entre 1 e 10% do PIB, serão obrigadas a participar.
Entre elas estão: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander, BNDES, Citibank, entre outros. E outras instituições de pagamento, como PicPay, Mercado Pago e Nubank terão liberdade para escolher se participam ou não.
Como isso é possível?
Todos os dados só serão possíveis de serem compartilhados de maneira padronizada pelas instituições graças ao API (Interface de Programação de Aplicativos), esse recurso permitirá que o ecossistema do Open Banking flua corretamente.
As APIs já são uma tecnologia bem difundida nesse meio de sistemas e são usadas no nosso cotidiano mesmo sem percebermos, aplicativos como Uber e Airbnb as usam para poder ter acesso aos mapas do Google Maps.
Até mesmo nas redes sociais podemos nos deparar com elas ou em assistentes virtuais como Alexa, Siri, Bixby e Cortana.
Mas como saber quem acessou os meus dados?
É importante partir do princípio de que os bancos só terão as suas informações depois da sua autorização e consentimento, e isso pode ser revertido a qualquer momento caso seja da sua vontade.
Soma-se a isso a possibilidade de controlar e monitorar por meio do seu Open Banking, com quem seus dados foram compartilhados, quais informações tiveram acesso, para qual finalidade e por quanto tempo.
Tudo isso será fiscalizado pelo próprio Banco Central para evitar fraudes e manter a segurança dos clientes.