Preferência pela liquidez: entenda o conceito e como essa teoria funciona
Dentro da preferência pela liquidez, explicam-se os fatores que influenciam as pessoas a manterem a posse das moedas
A preferência pela liquidez é uma teoria que sugere que os agentes econômicos têm uma tendência bastante natural de preferir ativos e títulos mais líquidos. Ela determina que é comum que os investidores segurem seus investimentos por mais tempo. Seu objetivo é estabelecer um prêmio de risco para os investimentos de longo prazo.
Este conceito monetário é abordado por Keynes e, consequentemente, por toda a corrente de pensamento keynesiana. Dentro da preferência pela liquidez, explicam-se os fatores que influenciam as pessoas a manterem a posse das moedas.
O que diz a teoria de preferência pela liquidez?
A preferência pela liquidez considera que os rendimentos de curto prazo devem ser menores que os rendimentos de longo prazo. Assim, o investidor deve ser compensado, de alguma forma, se optar por ativos realizáveis apenas de longo prazo, ou seja, mais de 1 ano.
Assim, a equalização da taxa de juros do mercado financeiro não será considerada. Quando aplicamos a preferência pela liquidez determinamos qual a quantidade de moeda retida e qual o valor da taxa de juros que recompensa a detenção desta moeda.
De acordo com Keynes, o propósito da moeda circulante de uma economia não pode simplesmente ser o de servir de um meio de troca entre todos os agentes econômicos. É preciso que ela seja vista como uma reserva de valor. Ela também pode ter a capacidade de conduzir e até representar riqueza ao longo do tempo. Ou seja, também seria um ativo.
Diante disso, a capacidade de liquidez dessa moeda seria, então, um aspecto de segurança e confiabilidade diante de qualquer incerteza. Portanto, afirma-se que, quanto maior a incerteza, mais o mercado tende a valorizar mais ativos líquidos do que ilíquidos.
Taxa de juros e a preferência pela liquidez
Segundo o Keynesianismo, a taxa de juros é um dos principais fatores na preferência pela liquidez em uma economia. Isso significa que ela seria como um prêmio, ou seja, quanto mais ilíquido o ativo for, maior os juros pagos pela sua remuneração.
Na economia, uma das relações financeiras mais estudadas é a relação do tempo e taxa de juros. Mas não de uma maneira convencional, como é visto na teoria das expectativas. A liquidez é um fator considerado quando estudamos a preferência, portanto é considerado então:
• Se o ativo tem liquidez;
• A oferta por crédito;
• Data de resgate do título.
Quais os fatores que determinam a demanda pela liquidez?
Existem vários motivos responsáveis por determinar a demanda da liquidez e o primeiro deles é o motivo da transação, que afirma que qualquer pessoa física possui preferência pela liquidez para que, assim, tenha à sua disponibilidade caixa suficiente para suprir suas necessidades básicas do dia a dia.
O segundo motivo é o de precaução, que possui relação direta com a preferência de alguém pela liquidez adicional caso surja algum problema ou um custo inesperado que precise de um dispêndio substancial do dinheiro aplicado.
E em terceiro lugar está o motivo especulativo. Ele ocorre quando as taxas de juros estão baixas ao mesmo tempo em que a demanda por dinheiro é alta. Assim, as partes interessadas podem manter seus ativos até que as taxas de juros subam, já que essa hipótese seria a mais lucrativa.
Especialmente, esse motivo, tem relação direta com a relutância do investidor em não mexer no seu capital de investimento pelo simples medo de perder uma melhor oportunidade futura.
Um ponto importante da teoria é estudar a demanda pela moeda. Isso porque quanto maior ela for essa demanda, maior será preferência pela liquidez. Em contrapartida, a demanda por serviços e bens de consumo serão menores. Por isso, o nível de empregos pode cair e afetar a economia.