Risco-país: conheça o índice de desconfiança dos investidores

Desenvolvido com o objetivo de avaliar o risco de investimentos em países emergentes, o Risco-país, também conhecido como Risco-Brasil ou Risco Soberano, é um importante medidor levado em consideração por investidores estrangeiros.

Através da utilização do medidor, acionistas de outras nações podem escolher quais produtos de quais países se encaixam da melhor maneira com sua carteira ou estratégia de investimentos.

Como o Risco-país foi criado?

O índice foi criado pela instituição bancária dos Estados Unidos J. P. Morgan, no ano de 1992. Na época, o banco desenvolveu a metodologia EMBI+ (Emerging Markets Index Plus), algo como Índice de Mercados Emergentes Plus, e atribuiu o termo “Risco-país” a esse tipo de análise.

Assim, para calcular o indicador, o J. P. Morgan passou a comparar títulos de países emergentes com o Tesouro dos EUA, visto como referência na questão de segurança para todo o mundo.

O que é Risco-país?

O medidor, desenvolvido pelo banco dos Estados Unidos, é utilizado por nações e investidores de países desenvolvidos para avaliar se uma nação em desenvolvimento possui capacidade de honrar com o pagamento de suas dívidas.

Apesar de ser utilizado com mais frequência por mercados estrangeiros, o indicador é conhecido no Brasil, e pode ser chamado de “Risco-Brasil”.

Outros países, portanto, utilizam-no como uma espécie de “termômetro” para medir a exposição ao risco que investimentos em determinadas nações podem oferecer ao dono do montante. Ele pode ser interpretado, portanto, como uma orientação aos investidores.

O Brasil, apesar disso, não é o único país a dar um nome ao Risco-país. Dentre as economias que são analisadas através do medidor, é possível citar África do Sul, Argentina, Bulgária, Colômbia, Egito, Equador, Filipinas, Malásia, Marrocos, México, Nigéria, Panamá, Peru, Polônia, Rússia, Turquia, Ucrânia e Venezuela.

O que um risco-país elevado representa?

Em suma, índices altos de risco-país representam juros mais caros e, consequentemente , crédito mais caro.

Para entender a relação, é importante ter em mente que, a partir do momento que um país indica um risco maior, é preciso oferecer aos investidores melhores condições.

Isso, pois os indivíduos buscam, por sua vez, segurança. Uma vez que uma nação não pode lhe garantir este fator, resta atraí-los com uma alta rentabilidade.

Ela pode ser garantida através da elevação da taxa de juros, feita, na esmagadora maioria dos casos, pelos bancos centrais de cada nação.

Apesar de tornar os investimentos mais atraentes, esta medida também apresenta um ponto negativo: a partir do momento em que o crédito é encarecido para favorecer aportes estrangeiros, ele também fica mais caro, consequentemente, para empresas e pessoas físicas que residem no país.

Como o Risco-país é calculado?

Para determinar um Risco-país, os bancos levam em consideração diferentes indicadores de uma nação, como o ritmo de expansão da economia, de déficit fiscal e a diferença entre a arrecadação e a dívida de uma nação.

Isso é, posteriormente, traduzido em números pelas instituições bancárias, que indicam pontos-base para medir o risco-país.

Dessa maneira, cada unidade de ponto deve representar 0,01% acima do pagamento dos papéis de dívida norte-americanos. 

Assim, caso o risco-país de uma nação seja de 500 pontos-base, logo, os investidores estrangeiros que queiram investir no país devem receber 105% do rendimento de um papel dos EUA.

Qual o Risco-país do Brasil?

Afetado pela pandemia de Covid-19,  a pontuação de risco do Brasil atingiu seu auge em abril de 2020, aos 313 pontos.

Apesar disso, ao longo do ano o movimento foi de queda, fazendo com que o país chegasse em dezembro com uma pontuação de 140.

Logo depois o índice voltou a crescer e, em maio de 2022, chegou aos 244 pontos. No dia 3 de maio de 2023, a nação encontra-se com uma pontuação de 269.

Ele pode ser monitorado, ainda, através do Ipeadata, do Governo Federal.