Superávit comercial: Como ocorre
Uma meta que muitos países em desenvolvimento estão procurando atingir, e pode levar uma economia a traçar o caminho do crescimento econômico
O superávit comercial, é o nome dado quando a balança comercial de um determinado país se mostra positiva, ou seja, quando o valor das exportações supera o de importações, já seu oposto é o déficit comercial.
Como dito, o superávit está diretamente relacionado às importações e exportações na balança comercial. Essa por sua vez é a conta do governo que vai registrar essas duas coisas.
Seu valor é dado pela subtração das importações pelas exportações, então quando um país atinge um maior número de exportações, dizemos que ele alcançou um superávit comercial.
Então suponhamos que em um ano o país tenha atingido a marca de R$5 bilhões em exportações, e R$ 3 Bilhões em importações, dessa forma o cálculo da balança comercial é feito da seguinte forma:
R$5 bilhões – R$3 Bilhões = 2 Bilhões
Então o superávit da balança comercial naquele ano foi de R$2 Bilhões.
O superávit é importante para um país emergente para que ele possa obter mais recursos internamente e investir de forma interna para financiar seus investimentos e assim trilhar seu caminho para se tornar um país desenvolvido.
Relação com as empresas do exterior
Já que uma balança comercial está relacionada com a entrada e saída de produtos em um país, ela se relaciona diretamente com as empresas situadas no exterior já que são elas que vão gerar os números da balança.
É importante que o foco seja obter um saldo positivo para seu país, já que se o resultado for bom é sinal de que existem mais recursos entrando.
Caso ocorra de um país apresentar déficits de forma constante, o governo pode tomar algumas atitudes que incentivem o superávit como aumento de impostos em produtos importados, barreiras alfandegárias e protecionismo com relação às empresas nacionais.
Tipos de superávit
Primário
Ele é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, excetuando gastos com pagamento de juros, junto do déficit primário que é quando o saldo se torna negativo, eles constituem o chamado “resultado primário”.
Esse resultado é importante pois indica que, segundo o banco central, indica a consistência do governo em honrar seus compromissos como as metas de políticas macroeconômicas e a sustentabilidade da dívida.
Dessa forma, a formação do superávit primário serve para garantir recursos para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento do governo em médio e longo prazo.
Em 2014, o resultado primário foi negativo pela primeira vez desde que o banco central começou a computar dados do setor público (que inclui governos federais, estaduais, municipais e empresas estatais) em 2001.
O déficit teve um valor de R$32,5 bilhões, no ano anterior, havia obtido um superávit de 91,3 bilhões.
Desde 2011, o esforço fiscal do setor público para gastar menos do que arrecada vem diminuindo.
Para entender um pouco dos histórico desses valores, nos anos 90 o Brasil se encontrava em um grande endividamento, até que em 1998, o presidente Fernando Henrique Cardoso visou uma ajuda solicitando US$41 bilhões em troca de uma série de exigências.
Entre essas medidas estavam o comprometimento com a estabilidade econômica e reformas da previdência e fiscal.
Em seu segundo mandato, FHC implantou a meta do superávit primário estabelecendo que em 1999 esse valor deveria ser de 3,1% do PIB.
Então quanto menor a dívida em relação ao PIB, mais o país se mostrava um bom pagador, aumentando as chances de conseguir menores taxas de juros em empréstimos
Até que em 2000, foi criada uma lei para ajudar o superávit, a lei da responsabilidade fiscal que passou a determinar que os presidentes, governadores e prefeitos não gastassem mais do que arrecadaram e nem deixassem dívidas para o mandato seguinte.
A partir disso se tornou responsabilidade dos governantes alcançarem o superávit, já que para investidores estrangeiros isso significa controle das contas públicas e capacidade de honrar compromissos.
Cálculo
O governo pode considerar impostos, e lucros de empresas governamentais como principais modos de arrecadação de valores. Então como ele precisa arrecadar, acaba contando com obras públicas, salários e manutenções públicas como gastos fixos.
Dessa forma será utilizado esses valores para fazer o cálculo e sendo positivo, os lucros devem ser aplicados no pagamento de dívidas internas. Elas são dívidas dos estados com pessoas ou empresas nacionais.
Como qualquer outra dívida, elas geram juros e o ganho do superávit primário é usado para o pagamento dos mesmos. Isso se faz necessário para impedir o crescimento dessa dívida e mostrar ao credor que o governo pode e vai pagar essas contas.
Superávit nominal
Caso o valor do balanço seja mais do que o suficiente para o pagamento dos juros, ele será empregado no valor total da dívida e assim quitar a mesma, de forma a diminuir a dívida pública, esse é o chamado de superávit nominal.