Tulipomania: entenda sobre a bolha econômica – ESTOA

Tulipomania: entenda sobre a bolha econômica

O fenômeno que atingiu a economia de forma brusca


Advertisement


Advertisement


Após determinados ativos e/ou produtos serem comercializados por preços muito mais altos do que o normal, surge uma bolha econômica. Quando ela estoura, um enorme prejuízo é gerado para milhares de pessoas. Um efeito parecido com o Boom econômico.

Dessa forma se deu a Tulipomania, a bolha econômica gerada por tulipas.

O que é uma bolha econômica?

Esse fenômeno se instaura em país quando determinado ativo e/ou produto é comercializado amplamente, e em um preço muito maior do que seu valor real.

Advertisement


Isso gera um efeito bola-de-neve, onde a demanda e os preços desses determinados produtos começam a subir de forma descontrolada.


Advertisement


No entanto, eventualmente essa bolha se estoura. Isso faz com que seus preços caiam abruptamente, fazendo com que muitos investidores e compradores fiquem no prejuízo.

Contexto por trás da crise

Na época do império otomano por volta do século XVI, as tulipas foram introduzidas na Europa. Região conhecida hoje como Países Baixos.

Advertisement


Elas foram trazidas da Turquia, rapidamente tornando o continente europeu o centro produtor destas flores.

Elas eram associadas a formas divinas e ao paraíso, sendo extremamente valorizadas nessa época. Isso porque elas possuem a capacidade de crescer em solos considerados pobres em minerais.

Advertisement


Porém, surgiu um vírus que começou a afetar as Tulipas. Ele fazia com que manchas esbranquiçadas surgissem nas pétalas.

Tulipa com manchas brancas/Fonte: Ichi.pro

De qualquer forma, essas falhas fizeram com que elas fossem supervalorizadas. Nessa época, possuir um exemplar com listras brancas lhe rendia status social.

Como a bolha econômica foi instaurada

A Tulipomania se deu por uma soma de fatores. Primeiro, a natureza das flores, que se destacavam em solos com menos nutrientes. Depois, a valorização que os efeitos do vírus causaram foi imensa.

Aí, foi a vez da criação de espécimes considerados raros. Tudo isso fez com que os preços subissem de forma exagerada.

Na época, antes do auge da Tulipomania, o preço médio de uma flor dessas era de cerca de 1,5 mil florins. Isso equivale, atualmente, a aproximadamente  R$ 4.017,00.

A partir daí, começaram a ser negociados também os chamados contratos futuros de tulipa.

Neles, uma pessoa pagava uma quantia pela flor no inverno à um florista. Quando a flor desabrochasse, na primavera, era pago ao comprador a quantia que ela havia rendido.

Esse negócio era chamado de windhandel, sendo traduzido como negócio de vento. Aí, os negócios envolvendo os exemplares das flores começaram a tomar cara de ações, funcionando quase como um investimento.

Chegou uma hora em que as pessoas começaram a negociar seus contratos, os vendendo mais caro do que haviam pago.

Aí era claro o descontrole sobre a mercadoria, mas as coisas só viriam a piorar.

Com o passar dos anos, a valorização das preciosas tulipas apenas cresceu. Chegou uma época em que pessoas trocavam valores de mansões e artigos de luxo para poder ter posse sobre um exemplar.

Por mais que a febre passasse a dominar, também, outros países do continente Europeu, sua influência não chegou nem aos pés do acontecido nos Países Baixos.

Histórico dos preços

No começo da Tulipomania, as pessoas estavam acostumadas a pagar 2 mil florins, o que já eram preços absurdos para o tipo de bem.

Moeda Florim/Fonte: Wikipedia

Logo depois, entre os anos de 1634 e 1636, houve um aumento de 300%. Isso significa que agora, as pessoas estariam dispostas a pagar, na cotação atual, cerca de 16 mil reais por um exemplar.

Com os preços nesse nível, era normal trocar as mercadorias por animais e, em alguns casos, casas e terrenos.

Esse aumento atingiu também as espécies mais comuns da Tulipa, que aumentaram seu preço em cerca de 1000%.

Dessa forma, a bolha econômica começou a inflar. A alta demanda por um item sazonal, finito e com pouquíssima oferta fizeram com que o aumento de preços se tornasse uma bola de neve, que eventualmente se tornaria uma avalanche.

Porém, chegou uma hora em que a bolha finalmente estourou.

As consequências do estouro da bolha

Um ano depois, em 1637, esse mercado havia implodido. Os preços estratosféricos começaram a se normalizar.

O que aconteceu foi que os mercantes não conseguiam mais valorizar seus produtos, o que levou a uma ‘’queima de estoque’’.


A decisão gerou pânico comercial, fazendo com que o mercado se arruinasse. As pessoas agora começaram a vender e comprar tulipas a preços dez vezes maiores que os inflacionados.

Porém, após várias tentativas de restabelecer o bem, a bolha finalmente estourou.

Nessa época o bem de luxo havia virado uma mercadoria comum, e quem havia gastado centenas de florins esperando lucrar arruinou suas economias.

Os títulos agora não passavam de lixo, e as pessoas, claro, estavam extremamente revoltadas e desesperadas com tal situação.

Históricos como esse estimulam países a criarem medidores de inflação e determinadas legislações no mercado. No Brasil, essa análise é realizada pelo IBGE.